26 de agosto de 2015

Quando ela vai furar a orelha?

Eu já escrevi aqui sobre furar a orelha das bebês antes de engravidar. De lá pra cá tanta coisa aconteceu e eu que "prefiro ser essa metarmofose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo", mudei de opinião. Por isso a resposta à pergunta do título deste post é: Liana vai furar a orelha quando ela quiser. :)

Há mais de 3 anos eu moro fora do Brasil, e isso mudou muita coisa na minha vida, me fez ver coisas que eu nunca tinha parado pra ver antes, aprender pra caramba estando em contato diário com uma cultura que é diferente da que eu fui criada.

E além de morar fora, chegou na minha vida um tsunami em forma de bebéia, e isso me fez vivenciar outras tantas coisas. Se antes eu achava lindo uma bebê com brincos, hoje acho que é algo totalmente desnecessário.

Apesar de na Gringolândia eu não precisar de lutar com unhas e dentes por um parto humanizado, porque aqui os partos são e pronto, eu mergulhei fundo no tema durante a gravidez e depois de parir. Descobri que no Brasil os bebês passam por procedimentos extremamente invasivos sem nenhuma necessidade. Colírio de nitrato de prata e aspiração são dois exemplos de procedimentos que não deveriam ser obrigatórios. De fato na Gringolândia eles não são, mas no Brasil...

Eu percebi que furar a orelha de uma bebê dói e é feito só por motivos estéticos, porque é importante diferenciar meninos de meninas (oi?). As vezes é feito por pressão da família. Outras vezes só porque todo mundo faz. Todo mundo vírgula, né?! Todo mundo no Brasil.

Hoje vejo que a minha filha é uma menina linda mesmo não tendo brincos, seja vestindo uma roupa azul ou um vestidinho rosa. As orelhas são dela. O dia que ela quiser furar iremos juntas, escolheremos um lindo par de brincos, será uma coisa bem de mãe e filha mesmo.

O bom de ter uma filha com mais de uma cidadania é que quando alguém no Brasil vem com mimimi e diz: "coitadinha da menina que não tem orelha furada" e pergunta se não vou furar, eu respondo simplesmente que ela é americana. Como de costume para os americanos, ela vai furar só quando ela quiser.

Na verdade acho até engraçado que, no geral, as pessoas no Brasil tenham tanta dificuldade de ver uma bebê menina sem brincos. Já aconteceu de pessoas na rua confundirem o sexo da Liana na rua, mesmo ela estando vestida de vestido de babado e lacinhos cor de rosa. Eu até corrigi, disse que ela era menina, e a pessoa ficou extremamente constrangida. Mas isso é besteira, não precisa de constrangimento. Percebo que na Gringolândia se alguém erra o sexo do bebê não é grande coisa assim.




12 comentários:

  1. É exatamente o que passamos por aqui. Eu sempre digo que não vejo problema em errarem o sexo, que bebê não tem sexo. Furar (ou melhor, deixar de furar a orelha) foi uma das poucas coisas que bati o pé e ninguém interveio. Descobriram o sexo por mim (marido insistente na sala de ultrassonografia) e a arrancaram de minhas entranhas alegando que 41 semanas já era tempo demais. Tá lá intacto o lobulozinho da menina, que vai furar quando quiser, se quiser. Tá falado.
    Adorei o post!

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    1. Obrigada, Opi! Sim, quando elas quiserem e SE quiserem!

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  2. Oi flor eu sou a favor sempre do respeito a decisão dos pais. Fiz questão de furar as de Malu na maternidade e discordo quando vc diz q dói existem estudos q dizem furar no lugar certo n dói tanto n dói q ela n chorou continuou quietinha.

    Mas bem essa foi minha decisão acho lindo os brinquinhos rsrs mas tb n vejo nada de incomum quando optam por não furar...cada um no seu quadrado...

    Beijos em vc e na Lyana.

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    1. Oi, Juliana. Já vi relatos de bebê que choraram horrores na hora de furar a orelha. Que dói, dói sim. A minha filha uma vez tomou uma vacina na perna e não chorou. Ela ficou quietinha de boa. É fato, ela sentiu dor sim, apesar de não ter chorado.

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  3. Eu tenho esse mesmo pensamento. Eu não uso brincos, não gosto e isso não faz de mim menos mulher ou menos feminina, acho muito legal que a Liana tenha a liberdade de escolher quando quer e mais, se quer ter a orelha furada,

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    1. Liberdade! Mariana, essa palavra a gente usa tanto mas a gente não pratica.

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  4. Rita!
    Menina, tb acho. Um dos maiores arrependimentos que tive foi furar a orelha da Alice. Foi vê-la chorando enquanto o brinco era introduzido. A enfermeira disse que não iria doer, mas doeu. E eu, dopada, cortada, fiquei sentada assistindo.
    Se for uma menina que me habita, não pretendo furar. Não há necessidade.

    Bjos!

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    1. Carol, adorei o "que me habita". Confesso que to curiosa pra saber quem é que tá ai dentro :)

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  5. Acho que tem muito a ver com o costume de cada local...o que para alguns é muito estranho, para outros é super normal...e isso se refere a comportamento, alimentação etc...acho que é uma escolha mesmo de cada pai e mãe...se eu tivesse menina, teria furado logo que os lóbulos estão molinhos e a dor é menor, mas, sei lá...vai ver que penso assim porque tenho meninos...rsrsrsrsrsrsrs
    Beijão pra vcs!!

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    1. É o lance cultural mesmo, Myriam! Ele tá arraigado na gente. Mas bebês sentem dor sim, eles são humanos normais, mas pequenininhos. :)

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  6. Gostei da sua publicação, nunca tinha pensado por esse lado. acho que se tivesse lido antes nem teria furado a orelha da Bia, e isso aconteceu quando ela tinha só 15 dias.
    Enfim, passou...se quando crescer não quiser usar brincos, quiser usar roupas largas, azul, calçar somente tênis,ela será livre para suas escolhas.
    O que lutei bastante, desde o início foi para não rotulá-la com coisas de menino e de menina, ou usar apenas coisas rosa.
    antes de saber o sexo minha mãe achava que era menino, e fez muitas fraldas azuis, verdes com enfeites de pipa, bolas, carrinhos.Quando descobrimos que era menina, ela queria doar tudo, e eu disse que usaria, hj desfilo numa boa com ela na rua, vestida de azul, e com fraldas de desenho de bola u pião. As vezes a confundem com menino tbm (mesmo usando brincos), mas eu nem ligo, apenas falo que é uma menina.
    Enfim, muita coisa é cultural mesmo, e exagerado.
    Adoro suas postagens e pontos de vista.
    Bjus***

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    1. Thalita, obrigada pelo carinho! Eu acho que bebês nascem meio assexuados, sabe?! Eles demoram a ter cara/comportamento de menino ou menina.

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