Eu também evitei de pensar muito sobre a viagem de vinda pra cá. Apenas planejei o que levaríamos como bagagem de mão e fomos. No fim foi até fácil. Viajar com uma bebéia foi até legal e rendeu alguns privilégios que um passageiro normal nunca teria.
Pra começar, ao passar pela segurança do aeroporto de Boston eu me esqueci que eu tinha líquido na bolsa: uma garrafa com água e outra com suco de laranja. Na Gringolândia mesmo para voos domésticos é proibido entrar na área de embarque com líquidos na bagagem de mão. Eu ia beber tudo antes de passar pela segurança, mas com toda a correria de entrar logo eu me esqueci. Assim que a minha bolsa passou pelo raio-x, o segurança a pegou para verificar, já que havia garrafas com líquido. Eu quando vi pedi desculpas e disse que a bolsa era minha. Eu havia acabado de passar pela revista eletrônica com a Liana no colo.
O segurança então abriu um compartimento da minha bolsa, e lá tinha lenços umedecidos, absorvente para seios, calcinha e soutian. Sei que ela está acostumado a abrir várias bolsas todos os dias por isso eu não me importei, logo disse a ele que era o outro compartimento. Ele tirou as duas garrafas e eu pensei que ele fosse jogá-las fora. Por isso pedi educadamente que eu pudesse beber o suco antes. Ele sorriu pra mim e me perguntou se os líquidos eram para a bebê. Eu entendi que ele estava me ajudando, mas eu não queria mentir. Então eu disse que indiretamente era sim, já que eu estou amamentando e tudo o que eu ingiro vai para a Liana. Ele riu e disse que pra ele aquilo era sim, e boa viagem!
Uau! Nunca pensei que um americano fosse dar um "jeitinho" de forma tão simpática assim!
Para embarcar também foi ótimo. Fomos os primeiros a embarcar no primeiro voo. Assim que entramos com a Liana eu fui com ela para o fundo do avião e a acalentei até ela dormir. Decolamos com ela dormindo. O voo durou 3 horas e ela dormiu metade do tempo no meu colo. Assim que ela acordou mamou no peito e depois ficou bem feliz brincando conosco. Eu tinha receio de ela ter dor de ouvido na hora de decolar e pousar, mas isso não aconteceu.
O segundo voo foi noturno e durou cerca de 8 horas. Antes de embarcar trocamos a fralda da Liana e isso foi muito bom, porque depois vi que dentro do avião não tinha trocador. Por isso só troquei a sua fralda depois que chegamos no Aeroporto de Brasília.
A Liana dormiu bem durante boa parte do voo, maior parte do tempo no meu colo, e um pouco no colo do maridex. Estávamos numa fileira de 3 poltronas e ao nosso lado viajava um senhor americano bem legal, que é casado com uma brasileira e fala português fluente. Ele tem filhos e netos, por isso entendia que bebês choram e mamam. E foi assim durante todo o voo: ela dormia, acordava, chorava, mamava e as vezes eu passeava com ela pelo corredor do avião.
No final a Liana chegou muito bem aqui e seus pais estavam só a capinha do Batman, de tanto cansaço.
Ao chegar em terras brasileiras nós aproveitamos que aqui temos prioridade e fomos na fila preferencial para passar pela Polícia Federal e para sair do desembarque. E como tínhamos uma bebéia o pessoal da Receita Federal mal checou nossas bagagens, o que agilizou a nossa saída. Com toda essa facilidade o maridex me disse que devemos produzir outro baby em breve para sempre termos prioridade pra viajar assim!
Liana feliz, no dia que chegou no Brasil |