28 de fevereiro de 2014

Enxoval da Sementinha: tudo simples e barato

Muitas gravidinhas no Brasil falam do sonho de comprar o enxoval nos Estados Unidos. Mas pra mim chic mesmo é ter comprado parte do enxoval da Sementinha no Brasil. E a maioria das pessoas pensa em comprar tudo o que vê pela frente, gastar horrores, e eu aqui comprando o mínimo possível e tentando escolher as opções mais em conta. Já peguei com a  minha irmã um monte de roupas e acessórios que eram da minha sobrinha Alice, e to pegando com umas amigas gringas que tem filhos outro montão de coisas que elas não usam. É... eu tenho esse costume de ir contra a maré mesmo!

Estamos herdando de amigos e da minha irmã: roupinhas (dentre elas os vestidinhos mais lindos e fofos que a minha sobrinha quase não usou), meias, sapatinhos, pente e escovinha pro cabelo, a banheira pra banho, o assento do carro, uma bolsa de carregar coisas, mantas, sling, tapete de atividades, um berço portátil que acopla na nossa cama e será onde a Sementinha dormirá nos seus primeiros dias de vida aqui fora da pança. Isso é o que eu lembrei agora, tem mesmo bastante coisa usada que vamos reusar.

Já as coisas que comprei no Brasil, só itens baratos, grande parte comprados na feira. São produtos bons que sempre comprei para as minhas amigas grávidas, mas que não tem marca famosa. É tipo as roupas que compro pra mim: eu não me importo com marca, aliás sempre prefiro não fazer propaganda de marcas, e me vestir bem com algo que fica bom em mim.

Vejam alguns dos itens do enxoval da Sementinha que vieram do Brasil.


Estes são alguns dos vestidinhos herdados da minha sobrinha Alice. Alguns deles ela vestiu uma vez só pra tirar uma foto.

Os sapatinhos de crochê eu amo! E na Gringolândia praticamente não existem. Alguns destes eu ganhei de amigas  no Brasil e 3 eu comprei por R$ 5 a R$ 9 cada.

Esta camisetinha eu não consegui não comprar. Foi baratinho e eu amei! 

Esta será especial para assistirmos os jogo da Copa assim que a Sementinha nascer. Comprei na feira por R$ 15  e foi o meu presente especial pro maridex gringo. Ele amou!

Porque eu adoro usar um pretinho básico! E que dia encontrarei algo assim na Gringolândia, escrito em português? Nunquinha!


Da série de coisas herdadas da priminha Alice,  este é especial porque eu comprei em Santiago de Compostela,  na Espanha, um dia depois de terminar o Caminho de Santiago. Dei de presente pra Alice e agora a Sementinha usará também.

Eu acho que não precisamos de gastar muito dinheiro e nem comprar as coisas mais super do mercado, tudo novinho pro nosso bebê. O que importa mesmo é o amor! É claro que temos que adquirir coisas de qualidade para os nossos filhos, mas essas coisas podem ter sido usadas antes pelos filhos dos nossos amigos ou por alguém da nossa família. E tem também os brechós infantis que eu acho o máximo! Muitas das roupinhas e acessórios foram usados poucas vezes e estão praticamente novos. Porque não reaproveitar? 

Eu particularmente gosto de simplicidade, tanto pra mim quanto para a minha família. Não é só por questão de dinheiro, é também respeito ao meio ambiente. Eu tenho roupas lindas que comprei usadas e também roupas especiais que eram da minha mãe e que são até mais velhas que eu. 

Vejo gente comprando brinquedos caríssimos para crianças e depois de abrir elas preferem brincar com o embrulho de papel do que com o próprio super brinquedo. Então porque não simplificarmos? O nosso bolso e o meio ambiente agradecem.

26 de fevereiro de 2014

A nossa última consulta

Eu e maridex fomos ontem à "nossa obstetra" e foi tudo ótimo. Acho tão fofo que ele chama a GO de "nossa" e vai em todas as consultas e exames comigo, e participa de tudo. Ah, o amor!

Achei ruim que que a clínica se mudou pra um lugar um pouco mais longe. Antes dava pra ir até a pé da nossa casa pro lugar antigo, agora temos que ir ou de táxi ou de metrô/ônibus. Fomos de táxi e o caminho é lindo, tudo branquinho de neve, passamos do lado de um lago congelado, então foi legal ver toda a paisagem linda de inverno indo pra lá. 

Estamos ambas ótimas, a minha pressão sanguínea normal, batimentos da Sementinha a 154 por minuto. Ontem também tomei uma vacina que é um reforço contra tétano, difteria e coqueluche. Assim a Sementinha nascerá com anticorpos contra essas doenças. Tem umas coisas que aqui são bem diferentes do Brasil. Aqui os GO não falam pra gente prevenir estrias. Isso é questão estética. É claro que eu passo creme e óleo todos os dias, mas a minha médica nunca me falou sobre isso.  

Aqui os GO não falam tanto sobre o nosso peso. As grávidas no Brasil sempre ouvem um puxão de orelha porque aumentaram muito de peso. Aqui não é tanto assim. Quando fiquei sabendo dessa diferença eu achava que com relação a isso, no Brasil era melhor. Mas agora mudei de ideia. É que antes de engravidar eu achava que ganharia só 9 kg a gravidez inteira, e que isso seria fácil, mas não é assim. Nos primeiros 3 meses eu comi menos do que eu comia antes, vomitava quase todos os dias e ainda assim ganhei 3 kg. a minha GO disse que é porque o meu corpo estava fazendo uma reserva para a Sementinha. E esse peso não foi pra barriga, foi só peito, bunda e culotes. Até agora estou com 8 kg a mais do que estava antes, e no Brasil o médico cesarista que fui em janeiro me chamou a atenção. Mas aqui a minha GO disse que está tudo bem, que no segundo tri é quando tem o maior ganho de peso e que está tudo dentro do normal. Ela sabe que eu tenho uma alimentação saudável. Eu não tomo refrigerante de nenhum tipo, evito fritura ao máximo, quase não como besteira e ingiro muita fruta e vegetal. Enfim, eu agora estou achando que esse esquema aqui da Gringolândia é melhor! Já li tanto relato de grávida se achando péssima depois de ouvir do seu GO que elas aumentaram muito o peso!

Outra coisa é sobre exames desnecessários. No Brasil algumas grávidas fazem ultrassom a cada consulta. É claro que é lindo e emocionante ver o nosso bebê dentro da pança! Eu adoro! Mas não é necessário. Daqui até o parto pode ser que eu não faça mais ultrassom. Se houver alguma indicação para o exame ser feito, ele será. Mas se continuar correndo tudo certo como está até agora não precisaremos de fazer. A GO ontem nos disse que se quisermos podemos fazer e eu logo disse que não precisa. Ah, tá passando tão depressa! Não estou ansiosa e sei que daqui a pouquinho estaremos com a nossa bebê Sementinha no colo! Nota mental: temos que escolher o nome oficial dela logo, se não acabará ficando mesmo como Sementinha... farei um post sobre isso depois.

Até agora as consultas eram uma por mês, mas agora já será uma vez a cada duas semanas. Então daqui a duas semanas iremos novamente e começará o esquema de rotação de médicos. Basicamente a minha médica é uma só, mas a clínica tem 8 obstetras,  incluindo a minha médica. A cada dia da semana uma das obstetras da clínica está de plantão no Hospital Brigham and Women's, que é onde elas fazem os partos de todas as pacientes, e é uma maternidade reconhecida como uma das melhores dos Estados Unidos. É lá que eu tive a minha cirurgia de apendicite. No dia que eu entrar em trabalho de parto (TP) e for pro hospital parir, uma das 8 médicas da minha clínica estará lá de plantão e será ela que fará meu parto. Dependendo de quanto tempo dure o meu TP poderei ser atendida no início por uma médica e na hora do parto eu ter outra. Por isso fazemos essa rotação de médicas, pra no final da minha gravidez eu ver todas as médicas e no dia do parto eu não ser acompanhada por uma profissional que eu nunca vi na vida. 

Na próxima consulta, daqui a 2 semanas, já verei uma médica que eu ainda não conheço . Eu também farei o temível teste de glicose, aquele de tomar o troço super doce e fazer o exame de sangue. To torcendo pro exame indicar que está tudo certo!


23 de fevereiro de 2014

A história da minha irmã que nasceu prematura



Entre a minha família e amigos todos admiram a história da minha irmã que nasceu prematura. Ela foi quase dada como morta, quando nasceu cabia na palma da mão do meu pai, e ele sempre conta isso pra todo mundo com o maior orgulho. 

Eu sou a mais velha dentre as 4 irmãs e ela é a terceira da escadinha. A diferença de idade entre nós duas é de pouco mais de 6 anos, e infelizmente eu me lembro de quase nada da época do seu nascimento. Por isso muita coisa nunca foi clara pra mim, mas durante uma viagem de carro que fiz com a minha mãe, só nós duas, enquanto eu dirigia perguntei algumas coisas e ela me esclareceu sobre como foi tudo. Agora quero dividir um pouco aqui com vocês.

A minha mãe perdeu 5 bebês ao total, 4 deles antes do meu nascimento. É por isso que eu me chamo Rita de Cássia, em homenagem à Santa das Causas Impossíveis, já que todo mundo achava que era impossível vingar algum bebê saído do ventre da minha mãe. Dá pra perceber que ter problemas em gestações foi algo que ocorreu muito na minha família. Mas em 1989 os meus pais já tinham 2 filhas e esperavam por um terceiro bebê, que deveria nascer na metade do mês de maio. Mas já em fevereiro a bolsa estourou. De acordo com a minha mãe ela permaneceu com a bolsa rota por cerca de uma semana. Seu ginecologista disse que ela teria que permanecer em repouso, mas com duas crianças de 6 e 4 anos em casa e um marido ausente que nunca ajudou nos afazeres, não dava pra ter repouso algum.

Foram dias de muitas dores, contrações, até que no dia 23 de fevereiro ela percebeu que a bebê ia mesmo nascer. Ela estava com cerca de 28 semanas de gravidez. No hospital ela teve um parto normal e foi atendida por um obstetra que não era o seu médico. Basicamente o cara era um cavalo, de tão grosso. Quando ela nasceu esse tal médico duvidava que a neném poderia sobreviver e deixou isso muito claro, assim na frente da mãe. Até que uma enfermeira disse que a bebê respirava e mexia os olhinhos. Ela tinha 1,1 kg e o hospital não oferecia as condições necessárias para cuidar dela. Por isso ela foi levada para ser encubada no Hospital Materno Infantil.

Nesse hospital ela ficou internada só por 2 dias. Eu me lembro de ficar dentro do carro com o meu pai na porta do hospital enquanto a minha mãe estava lá dentro com a minha irmãzinha que tinha recém nascido. Lembro que eu fiz muitas perguntas ao meu pai. O fato é que a minha mãe viu formigas passeando pelos aparelhos que estavam ligados ao nariz da minha irmã. Ela aprontou um escândalo para tirar a bebê de lá. Meus pais foram taxados de loucos e assassinos pelos médicos e tiveram que assinar um termo de responsabilidade para poder levá-la pra casa. E assim fizeram. Mas eles tiveram o apoio total do GO da minha mãe e da pediatra da família que passou muitas informações para a minha mãe.

A coisa mais louca e maravilhosa é que a minha irmã se alimentava única e exclusivamente com leite materno. Ela era muito pequena para sugar o peito, então a minha mãe, que em todas as gravidezes era quase como uma vaca leiteira, ordenhava manualmente seu leite e dava para a minha irmã com uma mamadeira pequena.

Ainda hoje algumas pessoas dizem que a minha irmã é a “menina do algodãozinho”, porque ela ficava em uma pequena cesta coberta de algodão. Mais tarde, depois de ela ir pro berço, eu usava essa mesma cesta para colocar algumas das minhas bonecas para dormir. 

Quando a minha irmã tinha apenas 11 meses a minha mãe descobriu que estava grávida da quarta filha. Isso foi completamente inesperado e deixou a minha mãe se sentir um pouco culpada por ter que parar de amamentar antes do que ela planejava e ter que dividir a atenção dela com outro bebê. Mas tudo correu muito bem, pelo menos é assim que vemos atualemente quando olhamos pra trás.

Hoje é o aniversário de 25 anos da minha irmã, a mais guerreira de todas. Ela mora sozinha, é estudante de medicina em uma Universidade Pública e se formará em dezembro. Ela sempre dizia que não havia se decidido com absoluta certeza pela residência que ela queria fazer, mas agora é oficial, ela será pediatra - o que todos desde o início achamos que tem tudo a ver com ela. Tenho certeza que ela será uma ótima profissional, assim como ela é uma pessoa incrível, tão atenciosa com todos. Ela sempre foi uma criança muito conversadeira, falava pelos cotovelos, e é a minha irmã preferida por todos os meus amigos. Todos a adoram, e antes de eu engravidar o maridex já tinha me falado que gostaria muito de chamá-la para ser a madrinha da nossa primeira criança. Nós perguntamos a ela e, claro, ela aceitou ser a madrinha da Sementinha, o que nos deixa muito honrados e felizes.

Ela nem sabe que eu tenho este blog, mas aqui deixo um feliz aniversário pra ela, esta pessoa a qual é tão fácil de gostar, que eu admiro tanto, e que em breve será também a minha comadre.

21 de fevereiro de 2014

Uma grávida que chora assistindo propaganda

Maridex chega em casa após um longo dia de trabalho e se depara com a sua esposa na pia da cozinha lavando as louças aos prantos, soluçando, se debulhando em lágrimas, a cara vermelha que nem um pimentão. Obviamente ele se assustou pra caramba!

Sim, esta lamentável cena aconteceu e vou contar o motivo de tanto choro.

Ultimamente eu ando ouvindo muita música especialmente pra Sementinha ficar feliz: Saltimbancos do Chico Buarque, Adriana Partimpim (álbum fantástico da Adriana Calcanhoto), Rockabye Baby e Mozart. Mas nesse dia em questão eu queria algo bem romântico, eu queria ouvir Roupa Nova. Coloquei o IPad dentro do armário da cozinha, acima da pia, e fiquei lá lavando vasilhas e curtindo as musica melosas que eu tanto queria, tocando num canal do youtube.

Até que entre um vídeo e outro surgiu uma propaganda. Eu odeio essas propagandas do youtube, sempre pulo assim que elas começam. Mas com as minhas mãos cheias de espuma de sabão, deu tempo de eu ver o inicio e ele me chamou a atenção. Era sobre bebês, tinha vários casais grávidos e o vídeo perguntava: "Porque trazer uma criança a este mundo?". Pronto, e só colocar uma gravida ou um bebe que eu já me interesso. Então fiquei assistindo e o final do vídeo me emocionou de tal forma que eu explodi num choro, digamos assim... ridículo.


Eis o vídeo:





Versão em português:



O maridex chegou justamente quando passava o final do vídeo, eu voltei e ele assistiu e achou até bonitinho, mas disse  que não era motivo pra tanta lágrima. Deve ser mesmo efeito colateral de gravidez. Agora digo: a grávida que assistir provavelmente concordará comigo, é emocionante mesmo, né?

18 de fevereiro de 2014

Viajando com a Sementinha na Pança

Uma das coisas que eu e maridex mais gostamos de fazer é viajar. Foi viajando de férias que nós nos conhecemos e hoje para visitar as nossas famílias, tanto da parte dele quanto da minha, temos que fazer longa viagem.

Acabei de chegar do Brasil, e a viagem foi ótima, mas tem uma coisa que a gravidez me trouxe: um medinho de avião. Eu sempre tive o maior medo de altura, mas medo de avião eu nunca tinha tido, até a Sementinha aparecer. Agora uma pequena turbulência me faz ficar nervosa e quando o avião vira o meu estômago dá uma embrulhada. Viajar com o maridex me deixa mais calma, pois ele sabe como me apoiar. Mas eu voltei do Brasil sozinha e tive que rezar muito durante alguns trechos dos voos e controlar a minha insegurança. Não foi muito difícil, mas confesso que tenho medo disso piorar depois que a Sementinha nascer.

Sobre viajar de avião estando grávida, não há problema nenhum se a gravidez é normal e sem riscos. Algumas pessoas dizem que a diferente pressão pode interferir no útero, mas todas as fontes sérias que li até agora dizem que isso é mito. O fato é que algumas companhias aéreas só aceitam grávidas até a 34º semana. Isso não é pela altitude afetar o bebê, mas sim pelo risco normal que existe de a grávida entrar em trabalho de parto antes da hora, já que pesquisas indicam que 10% das mulheres tem parto prematuro. E por isso há o risco de a mulher entrar em trabalho de parto durante um voo, não por causa do voo em si, mas porque existe a possibilidade de o bebê nascer antes da hora esperada. E o melhor é que isso aconteça no solo e não lá no ar. 

Estou de 25 semanas e a minha volta do Brasil foi a última viagem de avião antes da Sementinha nascer. Mas ainda estamos planejando viajar antes do parto. Com 27 semanas iremos de trem para New York, que fica relativamente perto de Boston. Lá ficaremos num hotel bem moderno que já nos hospedamos antes, o típico lugar que não é a melhor opção pra se ir com bebê novo ou criança, então será uma "despedida" da vida sem baby. E com 33 semanas devemos ir a um casamento que será no Estado de Virgínia. Esta viagem será mais complicada, a barriga estará bem maior e a viagem de trem será mais longa. Mas queremos muito ir, já que será o casório de uns amigos muito queridos, e as cerimônias seguirão a tradição indiana, que é a nacionalidade da noiva. Estou empolgada com a festa indiana e com essa viagem, mas ciente de que poderá não ser fácil chegar lá de trem.

Estamos de dedinhos cruzados pra conseguirmos fazer essas viagens bem e saudáveis, eu, Sementinha dentro da pança e Maridex.

E aqui cheguei com um frio total. Que tal sair no calor de 35º C direto pro -5ºC? Vocês devem imaginar como é diferente, mas com uma foto fica mais fácil visualizar a friaca. Fazia tempo que as peitolas não doíam, mas com o frio os mamilos doem de uma forma, que parece que vão rachar. 

Foto tirada da porta da nossa casa - é muito frio, muita neve velha acumulada e neve nova caindo


15 de fevereiro de 2014

Agora somos duas grávidas na família!



Assim que eu cheguei na casa dos meus pais eu tinha uma grande vantagem: estou grávida. Tinha um monte de coisas pra fazer em casa, e aqui o esquema é todo mundo tem que ajudar! Mas com a minha “situação especial” eu ficava de fora. A minha mãe, que já engravidou 9 vezes e teve 4 filhas, ainda assim fala “Ah, não Rita, não carregue peso! Não precisa de fazer isso, vá dormir, descansar...”. Foi ótimo, me senti super especial. Daí no começo de fevereiro vem a notícia: a minha irmã, mãe da minha sobrinha Alice, está grávida do segundo bebê. Pronto, acabou-se a minha mordomia, porque agora não sou mais a única grávida no pedaço.

Algumas pessoas podem pensar que foi não planejada esta gravidez, já que a Alice está só com 1 ano e 3 meses. Mas a minha irmã dizia pra todo mundo que queria ter 2 filhos bem próximos um do outro, e que ela queria engravidar o mais rápido possível. E por isso o meu presente de natal pra ela foi um pacote de teste de ovulação. Sim, dou presentes estranhos para as pessoas! Mas ela adorou! Era início de janeiro, ela usou um teste a cada dia por 2 dias seguidos, só deu negativo. Daí ela ficou muitos dias sem usar. Quando foi no último fim de semana de janeiro ela usou, positivo. E ela continuou por 3 dias, sempre positivo. É porque ela já estava grávida!

Então ela engravidou sem saber qual o dia que ela ovulou. Mas tudo bem! O que importa é que somos 2 grávidas na família! Meus pais ganharão mais 2 netinhos este ano e eles estão bem felizes com a notícia. O difícil é a minha irmã dar conta da Alice com todos os enjoos e cansaço que ela sente. Ela está muito magra, vomitando todos os dias e trocar fralda de coco está sendo um suplício. Ainda bem que ela tem a nossa mãe pra ajudar e no trabalho dela todo mundo é bem compreensível.

Ainda hoje embarco mais tarde de volta pra Gringolândia. Vou sair do verão super quente pro inverno congelante. Alguns aeroportos lá estão tendo muitos voos cancelados por conta de nevascas e isso me dá um pouco de receio. Estou torcendo pra eu chegar em Boston logo e sem problema! Agora estou de malas prontas, dentro delas roupas largas que usarei até o fim da gravidez, e muita coisa de bebê – algumas eu comprei e muitas eu ganhei e é tudo tão fofo! Ah, Sementinha, você ficará linda usando todos os presentes que ganhamos, alguns deles usados da sua priminha Alice.

8 de fevereiro de 2014

Estou morrendo de amores pelo 2° tri!



No primeiro trimestre eu fui a reclamona-mor do pedaço. Eu sentia vomitade todo dia, cheguei a vomitar na rua mais de uma vez, tipo bêbado indo pra casa depois do maior pileque. Teve um dia que vomitei no chão do banheiro enquanto eu fazia xixi no vaso e foi um nojo total. Era xixi e vômito dentro e fora do vaso (ok, muita informação, por favor me desculpem!). A minha barriga não crescia de jeito nenhum, mas uns pneuzinhos que eu nunca tinha tido antes vieram com força total. Me sentia meio gorda, as minhas calças jeans não entravam, mas eu não parecia grávida. Um horror! Reclamei aqui que eu esperava uma coisa mágica da gravidez, e não tive magia nenhuma nas primeiras semanas. E na 17° ainda tive que me operar de apendicite!

Agora chegou a hora de eu dizer que to adorando o segundo tri! Agora pareço uma grávida de verdade com barriga de melancia tamanho médio. Fico orgulhosa com essa barriguinha! Pessoas na rua já notaram a minha gravidez, e eu fiquei toda me achando. Já to sentindo sempre a Sementinha mexer e isso é lindo! A vomitade passou totalmente, mas eu ainda ter azia de vez em quando. E tenho uma preguicinha, mas estou super bem disposta no geral, e sei que no terceiro trimestre eu ficarei mais cansada, principalmente com o peso da barriga.

Além disso a libido que estava a menos de zero voltou, minha gente! O maridex que ficou bem feliz, é claro. E eu fiquei também, oh coisa boa! Assim que chegamos no Brasil namoramos 2 dias seguidos, e isso na casa da minha mãe, onde dormimos em 2 camas velhas de solteiro que fazem barulho, mas ainda assim foi ótimo.

Eu ainda estou no Brasil e aqui estou comendo um monte de coisas gostosas, curtindo a minha família. O único problema é a saudade que me dá do meu maridex. É porque ele voltou pra Gringolândia com pouco mais de 2 semanas aqui e eu aqui ainda estou. Ele perdeu o maior boom de crescimento da minha pança. Snif-snif... Mas dia 15 embarco pra lá e será ótimo voltar pra casa, pra junto do meu bem. É claro que ficarei com a saudade daqui do Brasil. Mas não tem jeito, a saudade sempre estará comigo, aonde eu estiver.

6 de fevereiro de 2014

Nosso pequeno grande experimento linguistico



Eu e maridex sempre brincamos que a Sementinha será o nosso experimento científico de diversas áreas, incluindo a biologia e linguistica. Ainda vou postar aqui sobre alguns métodos que queremos fazer com a Sementinha, como o Montessori e a Higieni Natural do Bebê (sem uso de fraldas). Mas hoje vou falar da parte linguistica. Nós temos línguas maternas diferentes e queremos muito que nossos filhos tenham as 2 línguas como maternas. Além disso, o maridex é apaixonado por línguas, além de adorar aprender ele tem uma grande facilidade. Todos são impressionados com a velocidade que ele aprendeu o nosso difícil português. Ele já sabia algumas palavras quando nos conhecemos e seu espanhol era perfeito, mas ainda assim, seu português se desenvolveu demais em pouco tempo.

Ele diz que essa facilidade é por diversos fatores, é algo que vem da sua família tanto paterna quanto materna, e desde muito cedo ele teve contato com outras línguas. Ele aprendeu a ler quando ele e a família moravam em um país árabe. Apesar de ter saído desse país muito cedo, até hoje ele consegue ler e escrever árabe, que tem o alfabeto super complicado, é escrito e lido da direita pra esquerda, ao contrário do alfabeto que nós usamos. O mais engraçado é que apesar de ler e escrever, quase sempre ele não entende o significado das palavras.

Hoje a conversa entre eu e maridex quando estamos sozinhos é um mix entre português e inglês. Muitas vezes em uma só frase curta nós usamos palavras nos dois idiomas. É uma bagunça! Quando a Sementinha nascer combinamos que eu falarei com ela só em poruguês e o maridex só em inglês. Já a conversa entre nós dois terá que ser ou em uma, ou em outra língua, para assim não ficar confuso pra ela. Já lemos bastante sobre estudos quanto ao aprendizado de mais de uma língua para crianças e também exemplos de casais que já tiveram a mesma experiência. Para uma criança é bem mais fácil aprender mais de uma lígua do que é para nós adultos. O cérebro de um bebê é como uma esponja, aprende muito mais do que nós conseguimos. Dizem que, no geral, a criança que aprende mais de um idioma pode começar a falar um pouco mais tarde que as outras crianças, mas o prazo que a criança aprende a falar duas ou mais línguas está dentro da normalidade, que é até 2 anos de idade.

A vocalização e a fala varia muito em cada criança, mesmo quando ela aprende só uma língua. Eu conheço uma menininha que não falava nada antes dos 2 anos. Ela nem vocalizava muito. Daí em um dia ela começou a falar tudo de uma vez, e falava, como dizem os mineiros, mais do que o homem da cobra! Há crianças que começam a falar muito cedo, mas devagarzinho. Eu fico pensando o quanto deve ser difícil para a criança que já entende tudo o que os pais e outras pessoas falam, mas não conseguem externalizar o que elas querem. Elas até emitem sons, mas não saem palavras ainda. É porque, não parece para nós, mas aprender a falar é bem difícil!

É por isso que alguns pais ensinam, além da língua falada, a linguagem dos sinais para as crianças. Na Gringolândia nós temos alguns amigos que fizeram isso com seus filhos, eles ensinaram algumas palavras importantes na língua dos sinais, como mamãe, papai, comida, leite, água, trocar fralda, quero mais e terminei. E como dá certo! Os sinais não atrasam o aprendizado da língua falada, e ajuda muito na comunicação da criança com os pais. E conhecemos uma menininha que já está começando a falar, ela fala e mostra o sinal correspondente ao mesmo tempo. É lindo demais!

O maridex foi o primeiro a querer ensinar os sinais para a Sementinha, e hoje eu também estou empolgada com a idéia! O difícil pra mim está sendo aprender as palavras pra poder usar com ela. Como maridex tem mais facilidade que eu para línguas, ele já tem um vocabulário bem vasto, já sabe palavras que provavelmente eu nem aprenderei. Ele estuda semanalmente o vocabulário num aplicativo que temos, o Baby Sign. Algumas palavras mais básicas eu já sei, e sempre usarei quando conversar em português com a Sementinha.

Tem vídeos bem legais na internet de bebês aprendendo e usando sinais para se comunicar. Não encontrei muita coisa em português, acho que no Brasil não é tão comum, mas tem este, que o bebê usa sinais para se comunicar com a mãe na hora da papinha, a mãe é brasileira mas fala algumas palavras em inglês, aqui. E na Gringolândia tem vários exemplos, como este.

Depois que a Sementinha estiver aqui fora, aprendendo a falar, teremos muitas histórias pra contar aqui. A gente espera que o português dela será melhor que o do papai gringo e o inglês será melhor que o da mamãe aqui. Sorte dela! :)