3 de dezembro de 2014

Notícias daqui de longe

A pessoa viaja pro Brasil com a filhota de 5 meses,  com a mala cheinha de encomendas e a caixola cheia de planos: encontrar um monte de gente por lá, fazer muita coisa e uma delas era escrever no blog e ler os blogs dazamigas todos os dias. Mas nada sai como o esperado. Ou falta tempo e quando até daria tempo falta internet.

Agora volto depois de quase um mês sem postar pra dizer que Liana, maridex e eu estamos todos bem, já aqui na fria Gringolândia. Liana já tem um dente nascido e outro apontando. Ela já senta sem apoio e rola mais do que bola durante um jogo da Alemanha. Liana mal chegou no Brasil e foi a seu primeiro casamento - desta vez ela foi super convidada, tivemos até uma sala especial durante a festa para amamentar. Ela fez amizade com o novo cachorrinho da família, andou a cavalo e encontrou um monte de gente que fala português.

No Brasil eu tive um super-hiper-mega-resfriado que me deixou muito baqueada. Cheguei a ficar com as duas narinas entupidas. Ao contrário do que meu pai previu a Liana ficou lá firme e forte o tempo todo, apesar de ficar grudada com a mãe adoentada.

Os voos de volta foram tranquilos, e voltamos só eu e Liana, já que o maridex teve que voltar antes por conta do seu trabalho. O meu maior receio era quanto a usar o banheiro no avião, mas tiramos de letra. Eu usei várias vezes com a Liana pendurada no canguru - tanto acordada quanto dormindo.

Mas eis que depois  de chegar em Boston ela teve febre alta, chorava muito e 7 horas depois de aterrizarmos aqui fomos pra uma consulta de emergência com o pediatra de plantão e foi constatado que ela estava com infecção de ouvido. Tirando isso ela está grande, linda, com 6 meses e 6 dias, e ainda mamando só no peito.

Ela já está muito bem, e tem que tomar antibiótico até este sábado. Essa parte é bem difícil. Damos a ela com uma seringa e ela simplesmente detesta o remédio! No primeiro dia de remédio eu até pensei em misturá-lo com o meu leite e dar na mamadeira pra ela. Até funcionaria, eu acho, mas o que aconteceu é que Liana não sabe o que fazer com a mamadeira. Ela mastiga o bico da dita cuja mas sem compreender que o bico serve pra mamar. Eu não quero dar mamadeira pra ela, mas numa hora de aperto é bom que ela saiba mamar longe dos meus peitos. Assim que ela parar com o antibiótico irei ministrar umas aulas pra ela sobre sugar o alimento direto de uma mamadeira. Tomara que dê certo!

Agora vou dar uma olhada no que está acontecendo nos blogs que acompanho. Saudades deste espaço aqui!

4 de novembro de 2014

Como foi a primeira viagem continental da Liana

Chegamos no Brasil. A Liana está suando tipo tampa de panela neste calor todo, mas está bem feliz com a sua família brasileira. Aqui ela conheceu as suas duas priminhas, a Alice de 2 anos e a Amanda de 1 mês. Estamos as duas muito bem, mas já morrendo de saudades do papai maridex! Ele embarcou hoje de volta pra Gringolândia e nós iremos no fim de novembro. Iremos voltar sozinhas e prefiro nem pensar nisso, para não ficar aflita antes da hora.

Eu também evitei de pensar muito sobre a viagem de vinda pra cá. Apenas planejei o que levaríamos como bagagem de mão e fomos. No fim foi até fácil. Viajar com uma bebéia foi até legal e rendeu alguns privilégios que um passageiro normal nunca teria.

Pra começar, ao passar pela segurança do aeroporto de Boston eu me esqueci que eu tinha líquido na bolsa: uma garrafa com água e outra com suco de laranja. Na Gringolândia mesmo para voos domésticos é proibido entrar na área de embarque com líquidos na bagagem de mão. Eu ia beber tudo antes de passar pela segurança, mas com toda a correria de entrar logo eu me esqueci. Assim que a minha bolsa passou pelo raio-x, o segurança a pegou para verificar, já que havia garrafas com líquido. Eu quando vi pedi desculpas e disse que a bolsa era minha. Eu havia acabado de passar pela revista eletrônica com a Liana no colo.

O segurança então abriu um compartimento da minha bolsa, e lá tinha lenços umedecidos, absorvente para seios, calcinha e soutian. Sei que ela está acostumado a abrir várias bolsas todos os dias por isso eu não me importei, logo disse a ele que era o outro compartimento. Ele tirou as duas garrafas e eu pensei que ele fosse jogá-las fora. Por isso pedi educadamente que eu pudesse beber o suco antes. Ele sorriu pra mim e me perguntou se os líquidos eram para a bebê. Eu entendi que ele estava me ajudando, mas eu não queria mentir. Então eu disse que indiretamente era sim, já que eu estou amamentando e tudo o que eu ingiro vai para a Liana. Ele riu e disse que pra ele aquilo era sim, e boa viagem!

Uau! Nunca pensei que um americano fosse dar um "jeitinho" de forma tão simpática assim!

Para embarcar também foi ótimo. Fomos os primeiros a embarcar no primeiro voo. Assim que entramos com a Liana eu fui com ela para o fundo do avião e a acalentei até ela dormir. Decolamos com ela dormindo. O voo durou 3 horas e ela dormiu metade do tempo no meu colo. Assim que ela acordou mamou no peito e depois ficou bem feliz brincando conosco. Eu tinha receio de ela ter dor de ouvido na hora de decolar e pousar, mas isso não aconteceu.

O segundo voo foi noturno e durou cerca de 8 horas. Antes de embarcar trocamos a fralda da Liana e isso foi muito bom, porque depois vi que dentro do avião não tinha trocador. Por isso só troquei a sua fralda depois que chegamos no Aeroporto de Brasília.

A Liana dormiu bem durante boa parte do voo, maior parte do tempo no meu colo, e um pouco no colo do maridex. Estávamos numa fileira de 3 poltronas e ao nosso lado viajava um senhor americano bem legal, que é casado com uma brasileira e fala português fluente. Ele tem filhos e netos, por isso entendia que bebês choram e mamam. E foi assim durante todo o voo: ela dormia, acordava, chorava, mamava e as vezes eu passeava com ela pelo corredor do avião.

No final a Liana chegou muito bem aqui e seus pais estavam só a capinha do Batman, de tanto cansaço.

Ao chegar em terras brasileiras nós aproveitamos que aqui temos prioridade e fomos na fila preferencial para passar pela Polícia Federal e para sair do desembarque. E como tínhamos uma bebéia o pessoal da Receita Federal mal checou nossas bagagens, o que agilizou a nossa saída. Com toda essa facilidade o maridex me disse que devemos produzir outro baby em breve para sempre termos prioridade pra viajar assim!

Liana feliz, no dia que chegou no Brasil


21 de outubro de 2014

Quem tem medo do inverno?

EU!!!

Sim, eu tenho muito medo do inverno. É bonitinho ver toda aquela neve, fazer bonecos brancos e fofos, tomar chocolate quente e se empacotar toda pra sair de casa. Mas isso é legal por uma semana. Aguentar tudo por mais de 3 meses é dureza! Chega a ser depressivo no final. Ninguém aguentando mais tanto frio, todo mundo louco pra poder usar shorts. Mas agora é outono. Desde que me mudei pra Gringolândia, quando chega esta época do ano eu fico encantada com a beleza desta estação. As folhas em tons laranjas caindo e cobrindo o chão, aquele friozinho gostoso, as casas enfeitadas com abóboras e um cheiro no ar que é delicioso. Mas ao mesmo tempo vem na minha cabeça aquela frase do The Game of Thrones: " The winter is comming!"

Acontece que sempre que chega dezembro o meu medo some quando o inverno chega de verdade. E no lugar do medo eu tenho uma força que me faz suportar todo o frio e sobreviver. Ajuda muito o fato de sempre eu passar uma boa parte do inverno no meu querido Brasil varonil,  mais especificamente na Região Centro-Oeste, onde é sempre quente pra caramba verão.

Mas este ano é diferente, meu medo está ainda maior! É porque agora eu tenho a Liana, e estou pensando que será difícil pra passear com ela, empacotá-la, protegê-la do frio e colocar as peitolas pra fora pra amamentar. Espero que o maridex tenha razão: ele sempre diz que ela é gringa, irá aguentar o frio muito melhor que a mãe dela. Como o inverno passado foi extermamente frio e longo, parece que o verão este ano mal veio e já acabou sem eu ter curtido o suficiente o seu calor. Também, com uma recém nascida em casa não deu pra ir pra praia e nem pra fazer muita coisa.

Agora aqui já começou a esfriar, tá um tempinho bem gostoso. Viajamos pro Brasil esta semana e voltamos só no fim de novembro, quando provavelmente não será um friozinho gostoso, e sim tempo gelado pra valer. Ai, que medo!!!

Mas vou pensar agora só nos nossos últimos dias de outono lindo aqui, no mês inteiro de muito calor no Brasil e o inverno... Bem, deixa ele pra depois!

Encerro com fotos que provam a beleza do outono. É claro que a modelo ajuda, né?! Com vocês, a Liana curtindo num parque aqui pertinho de casa.










14 de outubro de 2014

Amamentação - parte 3: Alergia

Eu sinto que já faz algumas décadas que eu não posto no blog. Na verdade não faz tanto tempo assim, mas há muitos dias eu quero contar aqui sobre alergia da Liana.

Eu poste aqui sobre o problema que a Liana estava tendo. Lá contei que de início eu tinha certeza que só poderia ser alergia a alguma coisa que eu comia, mas depois descobrimos que poderia ser hiperlactação. Fiquei algumas semanas fazendo de tudo para resolver o problema da hiperlactação e cortei leite e derivados da minha dieta. O que aconteceu foi que o meu leite diminuiu consideravelmente - agora não fico mais com os peitos vazando com tanta frequência, e meus peitos não ficam super cheios e doloridos. Mas a Liana ainda continuava com problemas: fezes na cor verde escura, com presença de sangue, ela tinha muita cólica e sempre brigava com meu peito, tipo numa relação de amor e ódio ao mesmo tempo. Até que em uma semana ela piorou muito, ficou muito agitada e chorava sempre quando eu ia amamentar, mesmo quando eu sabia que ela estava com fome. Eu pensei no que eu tinha comido durante aqueles dias. Nada tinha leite. Mas lembrei do bolo de laranja delicioso que fiz e comi bastante. Devia ser isso!

Fomos novamente na pediatra e contei a ela sobre o bolo. Então resolvemos continuar a minha dieta sem leite, e cortar também todo o glúten. Cortar leite e derivados já era um pouco difícil, mas agora também cortar o glúten, pra mim parecia impossível! Mas na realidade foi mais fácil do que pensei. Comendo em casa é fácil. Em casa eu faço sempre biscoito de polvilho com coco ralado, e aprendi a fazer bolo com arroz. O último que fiz ficou fofinho e gostoso. O mais difícil é quando vamos a restaurantes. Então passamos a comer menos fora de casa e quando fazemos, vamos a restaurantes que são bons com alergia alimentar.

Com essa alergia estamos indo na pediatra da Liana a cada duas semanas. Sempre quando vamos ela nos dá uns envelopinhos que são exames de fezes para verificar a presença de sangue. Iremos voltar na pediatra quinta feira desta semana e tenho aqui 4 envelopinhos. Então no domingo passado já usei o primeiro exame. E usarei um exame para cada dia antes do dia da consulta. Quando a Liana faz cocô eu abro o envelope e coloco um pouco das fezes em dois quadrados e fecho o envelope. Do lado de fora eu escrevo a data. Quando chegamos na medica, ela abre cada envelope e aplica um reagente. Dependendo da cor sabemos se há ou não presença de sangue nas fezes. É muito prático e fácil de usar.

Eu tenho muita esperança de que quinta feira quando a pediatra colocar o reagente em todos os exames não haverá sangue. Ela já está muito melhor, e isso é visível. E se for assim eu poderei voltar a consumir leite e derivados aos poucos. E vou observar a reação da Liana. Se ela ficar bem, a alergia é só a glúten.

Daqui a menos de 2 semanas estamos indo pro Brasil e lá sei que será mais difícil manter a minha dieta. Aqui na gringolândia eu compro pão e vários outros produtos que são glúten free, e no Brasil isso não é tão fácil de achar. Acho que porque na Gringolândia há muitas pessoas com alergia, principalmente celíacas.

Com esse problema da Liana estou lendo bastante sobre alergia em bebês e descobri que alergia ao leite materno é comum, mas não é regra de forma alguma. O que é recomendado é que a mãe coma normalmente, só evite mesmo cafeína na sua dieta, para não atrapalhar o sono do bebê. E, claro, bebidas alcoólicas também devem ser evitadas. Se o bebê apresentar alergia é importante descobrir que alimento está causando o problema. Os mais comuns são leite, glúten, milho, nozes e soja. Mas também pode ser outra coisa, como carne vermelha ou frutos do mar. E o que causa a alergia no caso do leite por exemplo, não é a lactose, como muita gente diz, e sim a proteína do leite. Então se a alergia no bebê tiver sendo causada pelo leite que a mãe consome, não adianta ela tomar leite sem lactose, porque mesmo sem lactose o leite ainda tem proteína. E depois que a criança começar a comer sólidos ela não necessariamente será alérgica a algum alimento. No caso da Liana, por exemplo, ela é alérgica a algum componente do meu leite quando eu como glúten, mas isso não significa que ela será alérgica ao glúten quando ela começar a comer sólidos.

Isso acontece muitas vezes porque antes dos 6 meses de idade o sistema digestivo do bebê ainda é muito imaturo, e muitas vezes depois de um tempo essa alergia pode acabar. Mas quando começamos a dar comida pro bebê devemos ter muito cuidado e alguns alimentos que são muito alergênicos, como nozes e glúten, não devem ser oferecidos no início. Muitas pessoas que tem alergia a glúten quando adultos provavelmente tem esse problema por terem começado a comer esse alimento muito cedo. O glúten está presente no trigo. Tudo que tem farinha de trigo tem glúten.

Espero em breve passar aqui para dar mais notícias. E tomara que sejam boas!

26 de setembro de 2014

Meu corpo pós parto

Eu sempre tive muita curiosidade sobre como ficaria o meu corpo depois do parto e se a barriga voltaria a ser como era antes e quanto tempo demoraria. Mas isso sem cobrança nenhuma e sem expectativas. Eu estava preparada psicologicamente pra ficar meses com uns quilos a mais e com a barriga saliente. Não fiz nada pra evitar isso ou pra voltar à antiga forma rápido. Não sou muito vaidosa para os padrões brasileiros. Sim, porque para os padrões gringos eu sou bastante, só por passar um rímel e um batom de vez em quando e usar uns sapatos bonitinhos...

Durante a minha gravidez eu não tomei muito cuidado com o meu corpo. Eu passava creme na barriga todos os dias pra evitar estrias e só. Não tentei ganhar pouco peso. Comi o que eu quis e na quantidade que quis quando estava grávida. Cuidado com a alimentação eu sempre tive, como já falei aqui no blog antes. Mas é um cuidado pela minha saúde mesmo, e não por beleza. Tento comer bem, com qualidade. Evito frituras, tento ao máximo comer produtos orgânicos. Açúcar é o meu problema, sou uma formiguinha apaixonada por açúcar. Mas me controlo.

Na gravidez inteira ganhei cerca de 14 kg. Tenho certeza que no Brasil muito GO puxaria a minha orelha, diria que eu engordei demais. Aliás, na metade da minha gravidez eu estava no Brasil e lá me consultei com um GO que além de ter me dito que a cesárea é sempre melhor pro bebê, o que é uma enorme mentira, me falou que eu estava engordando demais, deveria tomar cuidado.  Mas acontece que eu sempre tive baixo peso.

Especialistas indicam que o ganho de peso recomendado durante a gravidez depende do peso inicial da grávida. É preciso saber o seu IMC (índice de massa corporal) que é fácil de calcular. Basta dividir o seu peso (em quilos) pelo dobro da sua altura (em metros). Assim que engravidei o meu peso era 55 kg e tenho 1,69 de altura, então o meu IMC era de 16,3, o que é muito baixo.

IMC antes de engravidarGanho de peso ideal durante a gravidez
menor que 18,513 a 18 kg
18,5 a 2511 a 16kg
25 a 307 a11 kg
acima de 305 a 9 kg
(Informações retiradas no site: http://brasil.babycenter.com/a2100201/ganho-de-peso-na-gravidez#ixzz3ES7gH0MS)

Estou colocando essa informação aqui porque vejo que no Brasil muitos médicos reclamam às grávidas que ganham muito peso, mesmo quando elas são magras, tendo o IMC baixo. Não estou dizendo que as grávidas não devem se preocupar com sua saúde e com a saúde do bebê. É preciso sim tomar muito cuidado com o que comemos sempre, e principalmente quando estamos gerando uma vida. Mas sem neura de querer engordar quase nada. Se você tem sobrepeso é importante engordar menos, e isso contribui para a saúde do bebê. Mas ganhar menos peso que o indicado na tabela também pode ser ruim.

Estudos recentes mostram que as crianças cujas as mães engordaram muito menos ou muito mais que o indicado na gravidez são mais propensas a sofrerem diabetes durante a sua vida.

Apesar de ter engordado 14 kg durante a minha gravidez, a minha barriga era bem pequena. Quando eu estava no final da gravidez muitas pessoas pensavam que a Liana seria muito pequena ao nascer. Até a minha médica tinha medo da bebê estar abaixo do peso porque a minha barriga cresceu pouco. Mas isso não aconteceu, ela nasceu com 3,120 kg, o que está na média de peso para recém nascidos.

Esse fato de ter a barriga pequena me deixava meio triste porque eu gostaria de ter um barrigão. Como o nome do meu blog diz, uma barriga de melancia! Mas hoje vejo que por um lado isso foi bom: a minha barriga voltou ao normal muito rápido, eu me impressiono até hoje com isso. Aqui vão algumas fotos.

6 dias depois de parir: sem cinta e sem murchar a barriga

3 semanas depois de parir: esta foi a primeira vez que usei minhas calças jeans normais depois da gravidez

Eu acho que além do fato da minha barriga ter crescido pouco, muita coisa contribuiu para ela sumir rápido. Ao engravidar eu estava bastante magra, andando de bike todos os dias. Sempre fui magra e não tenho tendência a engordar muito. Mas principalmente a amamentação ajuda bastante a perder peso rápido. Para cada caloria de leite que nosso corpo produz ele gasta quase 3 vezes mais calorias. É muita caloria sendo queimada! Uma mamada que a Liana dá é como seu eu tivesse correndo vários quilômetros!

Por isso eu to comendo todos os dias como uma louca esfomeada. Sabe peão de obra que carrega saco de cimento e tijolo o dia inteiro? Eu to comendo igualzinho a ele! Dos 14 kg que engordei na gravidez eu perdi 11 kg. Estou com 58 kg agora e me esforçando muito pra não perder mais nem uma grama.

Vejo que a minha barriga ainda tem um pouquinho de pele sobrando, por isso ela está mais morena que o resto do meu corpo. A linha nigra continua por aqui, mas ficando mais fraca a cada dia. Meu umbigo estava bem estranho logo depois de parir, mas com 6 semanas depois de parida ele voltou à sua aparência normal. Meus peitos eram pequenininhos e aumentaram de tamanho na gravidez. Mas agora eles estão enormes e lindos. Silicone não tá com nada, leite é o que há! Por isso to pensando em continuar amamentando pra sempre! Rs!

As minhas coxas também estão maiores, o que eu adoro! Mas eu que já tinha celulite nas pernas, agora tenho muita mesmo. Quando vejo as celulites sinto muita saudades da minha massagista do Brasil. Drenagem linfática resolveria muito a situação, mas aqui na Gringolândia é muito caro pra fazer. Também acho que meus pés ficaram um pouco maior do que eram antes de engravidar. Os meus sapatos mais largos agora estão certinhos e os que eram perfeitos nos pés agora ficam um pouco apertados.

Na minha barriga o que mais tem de diferente pós gravidez é o corte da apendicectomia que fiz com 17 semanas de gestação. O corte é pequeno, mas está lá muito visível. É claro que não é uma marca da gravidez em si, mas pra mim esse corte sempre será uma lembrança de quando eu estava grávida da Liana. Sempre me lembrarei que é mil vezes melhor tê-lo do que ter um corte de uma cesárea, especialmente se for uma desnecesárea.


3 meses depois de parir: mamãe magrinha e bebê gordinha






13 de setembro de 2014

Nosso primeiro show da Broadway - O Rei Leão

Eu moro aqui na Gringolândia há mais de 2 anos e até terça feira passada eu nunca tiha ido num musical da Broadway. Já fui a Nova York  algumas vezes, mas sempre tinha que visitar alguns amigos e deixava pra ir em algum musical da próxima vez que voltasse lá. E na verdade Boston sempre tem alguns espetáculos em cartaz, mas eu era tipo carioca que nunca subiu no Cristo Redentor.

Até que ganhamos 2 convites para a estréia do Rei Leão. Cada convite custava 90 dólares e foi totalmente de graça pra gente. Ganhamos justamente na semana do casamento que a Liana não foi convidada, e como eu estava meio alterada com isso fiquei com receio de barrarem a entrada dela na porta do teatro. Mas se isso acontecesse, nada demais, simplesmente voltaríamos pra casa sem ver o show. Então fomos!

Chegando lá, muitas crianças, mas todas elas tinham mais de 6 anos. Já na entrada do Opera House a Liana era a sensação! Todo mundo queria ver aquela bebê tão amável, perguntavam brincando se era o primeiro espetáculo que ela iria assistir. Entramos no teatro e como ele é lindo!

Tivemos muita sorte, as nossas cadeiras eram super bem localizadas, tinha uma vista ótima do palco, bem no meio da platéia, e as poltronas ficavam no corredor. Então seria fácil sair com a Liana caso fosse necessário.

O espetáculo começa. Ao som de The Circle of Life (ouça a canção aqui) os artistas vão entrando no palco vestidos de girafa, antílope, ave, elefante, leopardo, macaco, enquanto o Rei Mufasa apresenta o seu filho Simba que acabou de nascer. Para chegar ao palco eles vão pelos corredores, entre a platéia. Essa música sempre me emocionou, fato. Mas os artistas passando pelo corredor do meu lado, indo em direção ao palco, com aquelas fantasias maravilhosas, cantando essa música linda e olhando pra Liana e sorrindo pra ela e ela sorrindo de volta - ah isso me fez chorar demais! Sério, a maioria dos artistas que passaram pelo nosso corredor olhou pra Liana e sorriu pra ela. Foi a segunda vez que  chorei com a Liana no meu colo. A primeira foi de desespero (como postei aqui), mas naquela noite de estreia eu chorei de emoção mesmo, por estar com a minha filha vendo esse show tão bonito.


Primeira cena do show - nascimento do Simba (fonte: broadway.org)
O espetáculo durou cerca de 3 horas, com um intervalo de 15 minutos no meio. Durante todo esse tempo a Liana não chorou nenhum vez sequer. Ela ficou quase o tempo todo maravilhada com o barulho, as luzes, todas as pessoas. Foi difícil pra ela dormir, era muito estímulo. Eu tentava fazer ela mamar e ela queria só ficar olhando tudo, escutando as palmas, as músicas. Mas até que uma hora a fome venceu e ela mamou por muito tempo enquanto eu assistia o musical. Mais um local inusitado que eu amamento. Ela mamou e dormiu. E ficou toda a segunda parte do show dormindo no colo do pai.

O show foi incrível, e a Liana foi um espetáculo a parte. Ela estava linda com seu vestido de festa, e todas as pessoas que a viram ficaram encantadas com ela, com seu comportamento. Era realmente admirável ver uma neném tão novinha no teatro.

O comportamento de um bebê é imprevisível. Um dia tem muito choro, é tão difícil pra mãe. No outro o bebê é um ser calmo e sereno. Ainda bem que o dia da estreia do Rei Leão em Boston a Liana estava num bom dia. E numa boa noite.

3 de setembro de 2014

O primeiro casamento que a Liana poderia ter ido - mas não foi convidada

Eu e maridex estamos numa fase de termos muitos casamentos para ir. Muitos amigos estão se casando e isso me deixa bem feliz, já que eu amo casórios! Mesmo os que não tem festa, mesmo os que são pequenos. Acho maravilhoso ver a noiva chegando linda, o noivo a esperando com tanto amor.

Como sempre eu comparo costumes brasileiros com o que vejo aqui na Gringolândia. Muitas coisas aqui são tão diferentes, e pra mim as vezes é até difícil de compreender. Hoje vou falar de casamentos no geral, de como geralmente são por aqui, e vou contar como foi o último casamento que fomos.

Primeiramente, os convites chegam pelo correio com meses de antecedência. Junto com o convite vem um cartão já com selo pra ser enviado, no qual você reponde se irá ou não e tem que colocar o que irá comer dentre as opções dadas. Acho bem estranho ter que decidir 3 meses antes o que eu irei comer na festa do casamento, se frango, carne vermelha, peixe ou prato vegetariano. E se eu escolher peixe mas no dia o frango parecer mais gostoso?

No convite muitas vezes já vem escrito algo que para nós brasileiros soa até rude: NO KIDS. É isso mesmo, as crianças não podem ir ao casamento. Antes de ter a Liana, eu, muito brasileira, já achava isso uma sacanagem. Ainda grávida recebemos o convite de casamento desses  nossos amigos e pessoalmente eu perguntei à noiva, se eu poderia levar a minha bebê, já que ela teria apenas 3 meses, não iria ficar correndo pra todo lado durante o evento e nem iria comer do jantar oferecido, não sendo assim um prato a mais pra ela ter que pagar. A resposta foi assim... NÃO.

A Liana nasceu e nós ainda não tínhamos respondido o convite. Eu disse ao maridex que não iria. Eu não deixaria a minha filha de 3 meses com uma pessoa estranha. Ele poderia ir sozinho.

Mas conversando com um casal de amigos que também foi convidado e que tem uma filha de 2 anos decidimos que todos nós iríamos. Como o casamento seria em um hotel em uma outra cidade, ficaríamos hospedados no hotel, mesmo ele sendo muito caro. Reservamos 2 quartos próximos um do outro e o plano era sempre ter 1 ou 2 de nós com as duas crianças durante a cerimônia e a festa. Pronto, resolvido!

Mas depois vimos que a data do casamento coincidiria com a vinda da Tia Rita. Ela é uma pequena senhora britânica de 71 anos, tia do maridex. Ela viria do interior da Inglaterra para conhecer a Liana. Perguntamos se ela se importaria em viajar conosco e ajudar a cuidar da monstrinha durante o evento e claro que ela topou. Pronto, tudo agora mais resolvido ainda! Teríamos uma babá pra nos ajudar!

Viajamos para a cidade do casamento, apenas 1 hora e meia de carro. Primeira viagem da Liana, ela se comportou muito bem, paramos uma vez no caminho pra ela mamar e trocar fralda. Chegamos de manhã, fizemos o check in no hotel, fomos pra piscina. Primeira vez da Liana numa piscina e ela adorou!



Se a Liana gostou da piscina? A carinha feliz dela responde!


O casamento seria às 17 hs e meia hora antes já estávamos prontos. Mesmo a Liana não tendo sido convidada, ela estava pronta pra festa, com um vestido lindo. Acho até que nenhuma convidada estava mais bem vestida que ela! O local da cerimônia ficava a poucos metros do nosso quarto. A Liana tinha acabado de mamar e estava com uma fralda limpa. Deixamos com a Tia  Rita a bolsa de fraldas, com brinquedinhos e a chupeta para o caso de ela chorar. A primeira vez da Liana sem os pais, sai meio ansiosa, mas tranquila por ela estar em boa mãos. Elas ficaram no quarto junto com nosso amigo e sua filha de 2 anos.

Prontos para o casamento


Geralmente os casamentos aqui na Gringolândia não atrasam. As pessoas aqui são bem pontuais. Mas como a cerimônia era ao ar livre e o vento estava muito forte, a estrutura onde os noivos ficariam estava caindo. Enquanto o pessoal arrumava ficamos com nossos amigos aguardando o início do casamento. Eu fui ficando nervosa, meu coração foi ficando apertadinho, meus peitos se encheram de leite e eu senti que precisava de ir no quarto ver a minha pequena monstrinha. Maridex disse que devia estar tudo bem, mas usando a desculpa de estar com muita sede fui pegar água, aproveitei e fui até o quarto.

Nem precisei  de chegar até a porta do quarto para ouvir os berros. Do corredor eu já escutei a Liana gritando. Entrei correndo e só de colocar ela no colo ela já calou. Ela foi se acalmando mas ainda soluçava. Estava vermelha como um pimentão e me olhava com um olhar de quem está pedindo a mamãe, pedindo pra eu nunca mais me afastar dela. Coloquei minha bebê no peito e ela sugou meu leite com todas as suas forças. Não era fome de leite, acho que era fome de mãe, de amor.

A Tia Rita, coitada, não sabia mais o que fazer. Ela já tinha tentado de tudo e a Liana não se acalmava. Me senti tão culpada por não ter dito claramente que no caso de ela chorar muito eles me ligarem. Eu estava com meu celular o tempo todo. Ela deve ter chorado por quase 10 minutos. Esse foi com certeza o dia mais estressante dos 3 meses de vida da Liana.

Não vi a entrada da noiva, assisti apenas a saída dos noivos. Entre a cerimônia e o jantar foram servidos drinques e aperitivos no lado de fora do salão de festas, eu só bebi água e  fiquei o tempo todo com a minha filha no colo. Quase não fiquei na festa, não vi a primeira dança, o corte do bolo, os discursos que aqui sempre tem nos casamentos, os brindes aos noivos. Eu e maridex nos revezamos, enquanto um ficava com a Liana, o outro ia para a festa socializar um pouco e comer. No momento que foram servidos os pratos principais nós dois conseguimos comer juntos, já que a monstrinha estava dormindo no quarto.

Quase não estive celebrando com os noivos, familiares e amigos o casamento. Mas não me arrependo. A minha filha é muito mais importante pra mim. Ela, a sua saúde, a sua segurança e seu bem estar. Eu teria aproveitado muito mais com a minha filha junto comigo. Tenho certeza que ela não atrapalharia ninguém, e se ela chorasse eu simplesmente sairia com ela pra não atrapalhar. Se antes de ter a minha filha eu já achava ruim casamento sem crianças, agora acho pior ainda, sem graça e injusto. Crianças são lindas! Elas dão um brilho especial à festa.

Um dia após o casamento turistamos pela cidade. A Liana mamou equanto passeávamos.


Dessa experiência levei como aprendizado que ter a minha filha comigo me deixa muito feliz, não importa o que eu deixe de fazer; ela é muito nova pra ficar longe dos seus pais; se precisarmos de deixá-la com alguém deixaremos muito claro para nos chamar caso aconteça qualquer coisa, mas espero que não precisemos de nos ausentar. Além disso, agora penso que devo valorizar muito os momentos com a Liana. Também agora tenho mais certeza que casamentos no Brasil são muito mais legais! Além de ter crianças, tem comida a vontade e mesa de doces, coisa que aqui na Gringolândia não existe.

Temos um casamento pra ir no Brasil, em outubro. Lá sim será o primeiro casamento que a Liana irá. Com certeza iremos nos divertir muito. Nós 3 juntos, a minha linda família.






28 de agosto de 2014

O dia mais difícil com a Liana

Quando me perguntam se a Liana é uma bebê boazinha eu sempre digo que sim, mas que ela tem seus momentos ruins. Acho que é assim com todos os bebês. Aliás, com todos os seres humanos. Se me perguntam se ela dorme bem a noite respondo que sim. Ela dorme 3 horas seguidas em média, mas algumas noites são ruins, quando ela acorda a cada 1 hora, e já aconteceu de ela dormir mais de 5 horas seguidas. Eu sei que muitos nenéns por aí dormem muito mais que ela, mas eu não reclamo. Sei que antes de ela entrar na faculdade irá dormir a noite inteira. :)

Assim tem sido os nossos dias e noites, uns melhores e outros piores. Sei que tudo tem o seu momento e que a Monstrinha tá crescendo, tudo muda muito todos os dias. Tenho uma teoria que formulei nos últimos dias: se um dia (ou noite) foi muito melhor que a média, o seguinte não será tão bom. E se um dia (ou noite) foi muito pior que a média, aguarde que o próximo será melhor.

Hoje quero contar como foi um dia muito ruim, o pior que já tive com a Liana, o dia que eu chorei com ela chorando no meu colo. Pra isso vou começar contando como foi o dia anterior.

Uma colega do Brasil estava aqui em Boston com mais 2 amigas brasileiras e eu, maridex e Liana fomos passear com elas. Era um domingo lindo e ensolarado, nos encontramos com elas no início da tarde e ficamos passeando até 9 da noite. Andamos muito, lanchamos, andamos mais, conversamos, jantamos e durante todo esse  tempo a Monstrinha quase não dormiu, estava super alerta, sorridente, mamava no peito enquanto eu caminhava, trocamos a sua fralda até no meio da calçada e ela estava linda e contente. As meninas ficaram encantadas com ela, em como ela é boazinha, quase não chora, é tão alerta e fofa.

No dia seguinte 2 das meninas foram fazer um passeio de barco e como a minha colega não quis ir, eu e Liana a acompanhamos num passeio ao Museu de Finas Artes de manhã. No início estava correndo tudo bem, a Liana chegou a cochilar no sling enquanto eu caminhava. No museu tudo ainda estava tranquilo, mas a Liana não dormiu lá. Saímos do museu para almoçar e ela começou a ficar muito agitada, não queria peito, chorava. Antes de irmos a um restaurante japonês eu consegui amamentar um pouco e ela se acalmou. Durante o almoço a agitação recomeçou. Eu ainda não tinha terminado de almoçar e tive que ficar de pé balançando a Liana. Era o único jeito para fazer ela parar de chorar. Fui ficando nervosa, afinal sempre achei muito chato estar num restaurante e uma criança ficar chorando. E agora essa criança chorona era a minha, e eu não conseguia fazer ela se acalmar. Peito ela rejeitava, e chegou um momento que nem balançá-la de pé resolvia. Paguei a minha conta rapidamente e corri, ou quase fugi do restaurante.

Fiquei na calçada esperando a minha colega sair. E ela demorou muito. Eu já estava desesperada, não sabia mais o que fazer. Depois de almoçar eu deveria encontrar o maridex pra irmos juntos fazer o pedido do passaporte americano da Liana. Mas daquele jeito não daria. Eu estava desesperada e liguei pro maridex, pedi pra ele nos encontrar lá para ele me ajudar e só depois que ela melhorar irmos resolver o passaporte. Assim que eu desliguei o telefone uma guarda de transito veio conversar comigo. Ela foi um anjo que Deus mandou pra me ajudar. Bom, é assim que eu penso, mas com certeza o dono do carro que ela tinha acabado de multar por estar estacionado irregular não pensa assim.

Ela me cumprimentou, olhou pra Liana e conversou com ela, disse que ela era uma bebê linda, que ela se parecia muito comigo, que ela não precisava de chorar. Neste momento eu quase chorei e a Liana parou de chorar, até sorriu para a mulher. Ela não ficou mais que 2 minutos conosco, mas foi tão bom, porque ela conseguiu nos acalmar até a minha colega  finalmente sair do restaurante. Eu a agradeci muito, e até hoje me emociono ao lembrar dela e da grande ajuda que ela me deu, talvez até sem perceber.

Como o maridex trabalha bem perto do local onde estávamos, rapidamente ele chegou. A minha colega ficou numa loja de departamento onde encontraria as suas amigas, maridex carregou a Monstrinha no colo enquanto fomos na agência de correios pra fazer o pedido do passaporte. Lá chegando a Liana mamou e dormiu nos meus braços. Voltei pra casa com ela e maridex voltou pro escritório.

Eu pensei que a Liana iria continuar calma no resto do dia, descansando, mas foi entrar em casa que ela se agitou novamente. Ela chorava e gritava. Eu que já estava muito abalada não aguentei, chorei junto com ela. Dei chupeta e ela não quis, peito não funcionava. Medi a sua temperatura e estava normal. Novamente pedi ajuda ao maridex, que saiu mais cedo do trabalho para acalmar as suas 2 choronas desesperadas.

Depois de muito carinho a Liana acalmou, dormiu no meu colo e foi pra cama. Nessa noite, depois de todo choro e ranger de gengivas, ela dormiu por 7 horas e meia. Ela nunca tinha dormido tanto em toda a sua vida fora do útero! E você que está lendo pode pensar que pra mim foi uma boa noite de sono, mas não. A  verdade é que eu acordava apreensiva a cada meia hora esperando pelo momento de ela acordar e querer mamar. E depois de 5 horas sem amamentar meus peitos encheram de leite, ficaram duros como pedras e doloridos. Tive que levantar, ordenhar os 2 peitos e fiquei acordada até que a Liana acordou pra mamar. Até pensei em acordá-la, mas eu preferi esperar porque sabia que ela estava muito cansada e que como ela está crescendo muito bem não precisa de ser acordada pra mamar.

Fico pensando se tudo isso foi um pico de crescimento ou desenvolvimento, se foi cólica, ou simplesmente cansaço. Difícil saber com certeza, talvez tenha sido tudo isso junto e combinado. Aqui na Gringolândia eu ouvi diversas vezes que ser mãe é viver dias longos e anos curtos. Deve ser mesmo. Ontem a minha filha completou 3 meses. Como passou rápido! Essa é a minha impressão, mesmo eu tendo vivido dias e noites bem longos.

Os dias difíceis são superados quando eu vejo este sorriso lindo da minha filha

23 de agosto de 2014

A primeira vez que fiquei sozinha com o cachorro Rambo

Eu já escrevi aqui sobre o nascimento da minha irmã prematura, e hoje vou contar sobre o nascimento da minha irmã mais nova, que faz aniversario hoje, 23 de agosto.

E o que o nosso finado cachorro Rambo tem a ver com isso?

O Rambo foi nosso cachorro por muitos anos. Ele era um pastor alemão grande, e lembro que quando ele morreu foi uma das vezes que mais chorei em toda a minha vida. O Rambo era um cão bravo com pessoas estranhas e a sua função basicamente era ajudar na segurança da nossa casa. Toda noite meus pais soltavam o Rambo no quintal e trancavam as portas de entrada da casa. Quando eu era pequena gostava muito do cachorro, mas tinha um certo medo dele. Até os meus 7 anos eu nunca tinha ficado sozinha com ele solto. Isso foi até aquela noite de 22 de agosto de 1990.

Eu tinha quase 8 anos de idade, meu pai estava viajando a trabalho e como sempre acontecia quando ele viajava, as minhas irmãs e eu estávamos no mesmo quarto que a minha mãe. Na época éramos 3 filhas e a minha mãe estava grávida da quarta. Eu geralmente dormia mais cedo, mas naquela noite eu fiquei acordada pra assistir Rainha da Sucata na cama com a minha mãe. Eu adorava aquela novela!

De repente senti a cama toda molhada. Virei pra minha mãe e falei "Que coisa feia mamãe, você fez xixi na cama!". Ela respondeu "Não, minha filha, é a sua irmãzinha que está chegando". O que?? Não entendi nada, como todo aquele xixi tinha relação com a minha nova irmã?

Não lembro de todos os detalhes, é claro. Mas lembro muito bem de como eu tentei desesperadamente acordar a minha irmã (na época com 6 anos) que estava dormindo no colchão aos pés da cama da minha mãe. E de como eu fiquei com raiva dela por ela não ter acordado pra eu dividir a notícia e a responsabilidade. Também lembro que eu fiquei muito nervosa e a minha mãe parecia o ser humano mais calmo do universo inteiro. Ela me disse que eu teria que ajudá-la e que isso era muito importante, mas simples ao mesmo tempo. A minha primeira tarefa era prender o Rambo na casa dele. Como eu senti medo! Mas a certeza da minha mãe que eu daria conta do recado me ajudou e eu consegui. Abri a cerca, ele entrou e eu tranquei. Ufa, foi até fácil! Decerto ele sabia que a minha irmãzinha estava pra nascer e ele tinha que cooperar.

A minha mãe telefonou para a madrinha da minha irmã, uma grande amiga da família que até hoje eu chamo de cumadinha. Ela chegou com o marido e a filha mais velha. A filha ficou conosco em casa enquanto os pais foram levar a minha mãe pro hospital. No dia seguinte acordei bem cedinho com a notícia que a minha irmã mais nova tinha nascido, estava tudo bem. Já a minha irmã acorda, a que dormiu como uma pedra a noite, vê a filha dos seus padrinhos lá em casa e pergunta com a cara mais songa-monga do mundo: "Ué, o que você está fazendo aqui? Cadê a minha mãe?" A minha vontade era de esganar a criatura. Contei a ela tudo o que aconteceu a noite e comemoramos juntas o nascimento da caçula da família.

Depois desse dia eu nunca mais tive medo do Rambo, nos tornamos amigos. E também depois desse dia eu aprendi que estar em trabalho de parto não precisa de ser um bicho de sete cabeças. É algo simples e natural.


18 de agosto de 2014

Minha filha já é uma cidadã brasileira!

É oficial, a Liana é brasileira!

Na semana passada fomos ao Consulado do Brasil para fazer a certidão de nascimento brasileira dela. Foi bem fácil, eu só precisei de levar a certidão americana de nascimento dela, certidões de nascimentos e passaportes meu e do maridex. Depois de algumas horas esperando atendimento saímos de lá com o documento em mãos.

Durante todo o tempo de espera no Consulado ela mamou 2 vezes, troquei sua fralda 3 vezes, ela vomitou no vestido lindo que ela estava usando e em mim (caiu vômito até na minha calcinha), e dormiu no meu colo depois de eu ficar balançando ela por meia hora.

Creio que no dia que fomos era o dia de tirar certidão de nascimento geral, porque tinha várias crianças lá com seus pais brasileiros. Uma das vezes que troquei a sua fralda no banheiro teve até fila de espera pra usar o trocador. O brasileirinho que trocou antes dela tinha 5 meses, um fofo. Quando aproximei com a Liana percebi que os dois eram paticamente do mesmo tamanho, apesar da Liana só ter 2 meses. Tenho uma bebê muito alta em casa!

Depois de sairmos do Consulado fui com a bebéia em seu vestido lindo vomitado tirar fotinha pros passaportes. É interessante que antes de conhecer o maridex eu não tinha planos de morar no exterior, apesar de já viajar bastante. Daí me caso com ele, temos uma linda filha e ela já nasce com direito a 3 passaportes: americano, brasileiro e britânico. Muito internacional essa minha monstrinha!

Os 3 passaportes terão a mesma foto. Pra tirá-la tive que segurar a Liana na frente de um fundo branco, enquanto a moça da loja tirava a foto. Como essa tarefa foi difícil! A Liana tá muito pesada, e ela não queria olhar pra frente de jeito nenhum, quando olhava fazia careta ou cara de rabugenta. De certo que não foi com a cara da moça. Não é pra menos, ela não sabia direito como tirar a foto, e depois tivemos que repetir tudo de novo porque ela cometeu um erro. No final fiquei com dor no braço de tanto carregar a Liana e seus 3 passaportes terão a foto mais engraçada de documento que já vi em toda a minha vida.

Já demos a entrada no pedido pro seu passaporte americano na agencia de correios daqui, e dia 25 de setembro, bem o dia do aniversário do maridex, teremos que voltar ao Consulado pra tirar o passaporte brasileiro. Tudo isso pra minha brasileirinha visitar nosso querido Brasil em outubro.



Mamãe, não quero tirar foto hoje!

7 de agosto de 2014

Amamentação - parte 2: o problema do excesso de leite

Como falei no último post, estamos na Semana Mundial da Amamentação, que é de 1 a 7 de agosto. E com toda a atenção voltada à amamentação eu descobri algo que me emocionou. O papa Francisco, no início deste ano, utilizou da amamentação para falar da fome no mundo, achei tão lindo. Eu gosto muito do Papa Francisco, e agora gosto ainda mais, vejam só o que ele contou em uma entrevista:

"Outro dia, a Audiência Geral de Quarta-Feira (diante do Vaticano), vi em meio ao público uma jovem mãe com um bebê de poucos meses. A criança estava chorando muito no momento em que eu passei. Eu disse a ela: 'Senhora, eu acho que seu bebê está com fome.' E ela respondeu: 'Sim, provavelmente está na hora... (de ele mamar).' No que eu disse: 'Então dê algo para ele se alimentar.'
Mas ela estava tímida e não queria amamentá-lo em público, enquanto o Papa estava passando. Eu gostaria de dizer o mesmo à humanidade: dê algo para as pessoas comerem. Aquela mulher tinha leite para dar ao seu filho; nós temos comida suficiente no mundo para alimentar a todos. Se nós trabalharmos com organizações humanitárias e concordarmos em não desperdiçar comida, vamos colaborar para resolver o problema da fome no mundo.
Eu gostaria de repetir para a humanidade o que eu disse para aquela mãe: Dê comida a quem está faminto! Que a esperança do Natal do Senhor abale sua indiferença."

Lindo, né?! E eu me esqueci de escrever no post anterior que um dos locais que eu amamentei foi dentro da igreja, durante o batizado da Liana. Antes da unção pós-batismal, eu estava amamentando a monstrinha e pedimos ao padre pra ele ungir as outras crianças primeiro e voltar para ungir a nossa por último. E foi tudo bem!

Mas o que quero contar aqui é de uns problemas que começaram mais ou menos quando a Liana estava com 8 semanas de vida fora do útero. O cocô do bebê é amarelo, e assim era o da Liana, até ele começar a ficar meio mostarda e depois ficou verde, muitas vezes contendo pequenas manchas de sangue. Na semana passada chegou a ser de um tom verde bem escuro, e isso não é normal. Além disso, quando ela evacuava ele saia mais aquoso e com bastante espuma.

Ela também estava mais manhosa e chorona que o normal, e as mamadas foram cada vez mais diminuindo de duração. E o pior é que ela estava com fome, eu estava com muito leite, ela estava chorando e quando eu a colocava no peito ela chorava ainda mais. As vezes de imediato e as vezes ela mamava um minuto ou mais e começava a berrar. Percebi que ela estava com muito gás, então eu a colocava pra arrotar antes, durante e depois das mamadas. Vi que o choro era por causado gás, ela mamava e doía a barriga, e muitas vezes eu até ouvia o barulhinho do gás na barriga dela.

A relação da Liana com os meus peitos passou a ser exatamente como a música, "entre tapas e beijos, é ódio, é desejo". Ela mamava, queria mamar, mas logo me empurrava, ficava agitada, largava o meu peito e chorava. E meus peitos ficavam pingando ou até saindo jatos de leite. Pra fazer ela mamar durante o dia eu tinha que acalmá-la pra depois ela mamar mais um pouco.

Com todos esses sintomas eu tinha certeza que era alergia a algo que eu estava comendo. Então parei de comer gluten, nozes, leite e seus derivados. Fiquei até com medo de emagrecer muito com tanta restrição e sair voando com o primeiro vento.

Depois de 3 dias de restrição, ainda estávamos com o mesmo problema. Nesse dia descobrimos aqui que possivelmente não era alergia o problema da Liana, e sim excesso de leite. Eu já tinha lido bastante sobre amamentação, mas eu não tinha ideia que o excesso de leite materno poderia ser um problema. Mas é como dizem, tudo em excesso faz mal!

O que acontece é que o leite que nós produzimos é perfeito, tem todos os nutrientes que o nosso bebê precisa. Mas conforme ele vai sendo produzido, ele fica armazenado no peito. Ele tem sempre a mesma composição, mas com o tempo a gordura do leite vai se acumulando mais ao fundo. Então quando o bebê começa a mamar o primeiro leite que sai, que é chamado aqui de foremilk, ou leite anterior, tem menos gordura e mais açúcar (lactose) e água. Depois de alguns minutos mamando sai o leite posterior, chamado aqui de hindmilk, que tem menos lactose e muito mais gordura. Mas acontece que se o neném começa a sugar e há muito leite, ele sai com muita pressão e a criança muitas vezes não sabe como lidar com toda essa quantidade. Então ela pode parar de mamar logo e assim não chega ao leite posterior, só o anterior que tem muita lactose. Como o sistema digestivo da criança ainda está muito imaturo, toda essa lactose não é digerida e forma o gás na barriga do neném. E assim se forma um ciclo vicioso: o bebê está com fome, quer mamar, mas mamando vem um jato de leite muito forte com muita lactose, e ele já está com gás e assim fica com mais gás ainda e não ingere a gordura necessária pra se saciar. Resultado: muito choro e leite sobrando no peito.

Com o tempo o corpo da mãe se ajusta à demanda do seu bebê e também o bebê aprende a lidar com o peito da mãe, mas isso pode demorar um pouco a acontecer.

A Liana teve uma consulta com a pediatra e vimos que ela está crescendo normalmente - ela é inclusive mais alta que 94% dos bebês da sua idade. A pediatra disse que é difícil saber com certeza se o nosso problema é excesso de leite ou alergia, já que sintomas são os mesmos. Mas se for alergia deve ser ao leite de vaca, então pelo menos eu poderia voltar a comer gluten e castanhas - Graças a Deus! E ela pediu que eu siga as orientações para o caso de excesso de leite.

O que estamos fazendo aqui:

- Parei de consumir leites e derivados (para o caso da Liana ter alergia)
- Parei de comer canjica (a minha família trouxe muita canjica do Brasil pra mim e todos me mandaram comer pra eu ter muito leite!)
- Quando a Liana vai mamar eu tento colocá-la numa posição acima do meu peito. Fico deitada e coloco ela deitada de bruços sobre mim. Assim o leite vai contra a gravidade, saindo mais devagar pra ela. É claro que só é possível fazer isso em casa.
- A cada mamada ela mama um peito por vez, nunca dou os 2 peitos numa mamada.
- Se o meu peito está muito cheio eu ordenho um pouco antes. Eu estava ordenhando com a bomba elétrica, mas isso fez aumentar ainda mais a minha produção. Agora ordenho manualmente num copo.
- Tento não tomar banho muito quente e longo, porque o calor estimula ainda mais a produção.
- Dou pra ela o mesmo peito em a cada 2 ou 3 mamadas seguidas. Durante esse período o outro peito parece que vai explodir de tanto leite, mas eu não dou pra ela e ordenho manualmente o excesso.
- Quando ela pega o peito e ainda está agitada e nervosa e a acalmo antes e coloco no peito novamente.
- Se ela ainda fica agitada no peito eu fico amamentando balançando o meu corpo com ela levemente, como dançando enquanto ela mama, assim ela se acalma.
- Deixo ela no peito por muito mais tempo, geralmente ela até dorme e fica mamando por mais de 20 minutos.

Com todas essas medidas está bem melhor as nossas mamadas agora. Eu vejo que ela tem bem menos gás, está mais feliz, e seu cocô voltou a ser amarelo. De vez em quando ele ainda sai meio esverdeado durante o dia, mas está cada vez melhor. E lembram que eu não queria dar chupeta de jeito nenhum? Agora não estamos dando mais!

Eu sempre rezei pra ter muito leite... É como se diz: cuidado com o que você pede a Deus, porque Ele atende!


4 de agosto de 2014

Amamentação - parte 1

Imaginem a cena: Eu no salão de beleza pra fazer a unha, a minha lá comigo pra cuidar da monstrinha Liana e a dita cuja começa a chorar e chorar. Enquanto ela chora os meus peitos até vazam leite. O que fazer? Eu simplesmente tirei um peito e dei pra ela enquanto fazia as unhas! E amei fazer isso!

Essa cena aconteceu no dia do batizado da Liana, quando a minha família estava aqui nos visitando. Eu nunca faço unha aqui (é muito caro!), mas nesse dia eu merecia, eu precisava. Então amamentei a Liana antes de ir e como não tive coragem de deixá-la em casa a ela foi comigo e a minha mãe foi para cuidar dela.

Esse é só um dos exemplos de locais inusitados que eu amamentei a nossa monstrinha. Quando ela tinha apenas 3 semanas de vida fizemos um passeio de catamarã para ver baleias em alto mar. Fomos eu, Liana, maridex, minha mãe, meu primo, sua esposa e filha. Enquanto a baleia dava um show, pulava, girava, mandava até tchauzinho, eu estava com a Liana nos braços, amamentando e ela todos nós felizes: eu por ver a baleia em seu habitat natural pela primeira vez e a Liana por estar mamando leitinho gostoso da mamãe.

Uma foto que maridex tirou do barco enquanto eu amamentava a Liana. Lindo, né?!

Antes da Liana nascer eu tinha um desejo enorme de amamentar. Eu também tinha medo de não dar muitos certo, medo de não ter leite, medo de não ter a pega correta, medo de doer demais, medo de não conseguir fazer em público.

Durante a gravidez o que fiz pra me preparar foi ler fontes confiáveis sobre a amamentação. Eu  não coloquei os peitos de fora pra tomar sol, não esfreguei os coitados dos mamilos com bucha, não passei creme nenhum nos bicos, e depois do segundo trimestre eu não usava sabonete nos seios durante o banho. Apesar de não fazer nada disso eu via as que o meu corpo estava se preparando para amamentar. Os mamilos ficaram bem escuros e as peitolas super sensíveis. Tanto é que durante o inverno eu sofri demais com dor de frio nas peitolas. E comigo não teve nenhum pinguinho de colostro saindo durante a gravidez. Mas isso é normal, e eu tinha fé de que ia dar tudo certo e o colostro sairia quando a minha filha sugasse pela primeira vez.

Assim como a Gabi disse neste post maravilhoso, eu também creio que a forma que a Liana nasceu tenha influenciado muito no sucesso da amamentação. Alguns minutos depois de ela nascer ela procurou meu peito, foi se arrastando até o meio seio esquerdo e eu nem precisei de ajudá-la. Ela fez isso sozinha em cima de mim, se guiando pelo cheiro do meu colostro. Foi tão incrível! O maridex tirou algumas fotos dela com a mãozinha no meu peito, se arrastando até ele. As fotos são lindas, mas como tem mamilo demais, um assunto polêmico demais não vou postar aqui. (Sorry!)

Eu tenho certeza que o fato de eu ter entrado em trabalho de parto, meu corpo estar repleto de ocitocina (o hormônio do amor), estar cercada de carinho, ter meu marido comigo o tempo todo, ter sido tratada com tamanho respeito pelas ginecologistas e enfermeiras que me atenderam, ter a minha filha em contato com a minha pele logo depois de ela nascer e ter respeitado o tempo dela pra ficar ali comigo até ela querer mamar - tudo isso foi essencial pra nós duas começarmos tão bem a amamentação.

Nos primeiros dias de amamentação eu tive dor nos mamilos. Eles ficaram bem sensíveis e um dia quando a Liana tinha 2 semanas chegou a sangrar um pouquinho. Mas não tinha rachaduras visíveis.Eu usei muito a concha de amamentação da Avent, porque ela protege bastante os bicos dos peitos. Além disso eu abusei da lanolina, eu passava após cada mamada e isso ajudou demais. Depois de 3 semanas tudo estava bem melhor. Hoje eu não uso mais, porque a pele dos mamilos já está bem grossa, já está bem acostumada com a Liana e sua boca voraz.

No início meus peitos ficavam muito cheios, era muito leite e a Liana não dava conta do recado. Quase todos os dias eu acordava com os peitos duros como pedras, e isso dóis. A solução era ordenhar com a bomba elétrica que tenho, ótimo, rápido e indolor. Eu tinha que tirar leite para não dar mastite mas também não podia tirar muito para não aumentar ainda mais a produção. Meio complicado isso!

Eu ordenhava o leite e jogava fora na pia depois. Isso chega a me cortar o coração, jogar fora um alimento tão bom. Mas aqui não se usa doar leite, ou pelo menos não é comum como é no Brasil. Procurei saber se havia como eu doar, mas não encontrei nada. As pessoas aqui chegam a achar estranho dar leite de outra mãe a um bebê. No Brasil esse leite é tão importante, ele ajuda tantos bebê, principalmente os prematuros. E aqui eu jogando pelo ralo o meu leitinho...

Antes de parir eu tinha muito receio quanto amamentar em público. Aqui na Gringolândia no geral as pessoas são muito mais conservadoras que os brasileiros com relação a peito de fora. Mas até agora não tive nenhum problema com isso. Além de ter amamentado num salão de beleza e num barco em alto mar, também já fiz no metrô, em restaurante chic, em restaurante normal, em uma sorveteria, em cafeterias, em alguns parques, numa feira, na casa de amigos, num estacionamento, no mercado e andando na rua algumas vezes (e sem precisar de parar!). Algumas dessas mamadas foram sem pano por cima pra tampar, foram peitos ao vento mesmo. E só pude me sentir ótima por estar alimentando a minha filha com o leite quentinho e delicioso produzido por mim! Ai, que orgulho!

Eu comecei a escrever este post há muito tempo, sempre que a Liana deixa eu escrevo um pouquinho e salvo como rascunho. Por isso tenho muitos rascunhos aqui! Alguns já nem tem mais sentido serem publicados. Mas como esta é a semana mundial de aleitamento materno e aqui na Gringolândia eu fui na sexta passada num evento tão legal, o Big Latch On, então terminei este post e ainda esta semana quero escrever mais sobre amamentação e contar sobre um problema que estamos tendo. Aliás, estávamos tendo! Acho que já passou e não é nada grave, a Liana continua mamando e ela nunca precisou de mamar mamadeira.

31 de julho de 2014

Tummy Time


Tem certas palavras e expressões que são impossíveis traduzir do inglês pro português ou vice versa. Traduzir tummy time ao pé da letra seria "hora da barriga", mas não faz sentido algum. O tummy time é simplesmente colocar o bebê de bruços pra fortalecer os músculos do pescoço e ombro. É o que dá o suporte necessário da cabeça da criança para mais tarde ela rolar, sentar, engatinhar e andar. Também auxilia no crescimento simétrico do crânio - para a cabeça não ficar achatada de tanto o neném ficar deitado de costas.

Antigamente os bebês dormiam de bruços, diziam que era a melhor posição para evitar acidente no caso do bebê vomitar. Mas atualmente a recomendação é que os bebês durmam com a barriga pra cima, o que diminui o risco de morte súbita. Por isso as crianças de hoje em dia ficam menos tempo de bruços. Para resolver isso os pediatras aqui na Gringolândia recomendam que os bebês façam tummy time por cerca de 20 minutos por dia, desde o primeiro dia de vida. É essencial que seja feito sempre com a supervisão de alguém, e sempre quando o bebê estiver acordado.

Como é muito difícil pra eles manter o pescoço e erguer a cabeça, os nenéns detestam ficar deitados sobre a barriga. Aguns detestam mais que outros. A Liana não odeia tanto. Ela fez o tummy time pela primeira vez quando tinha 2 dias de vida fora do útero, e hoje, com 2 meses de idade, ela tem um controle da cabeça que até impressiona. Eu quase nunca consigo fazer ela ficar 20 minutos por dia sobre a barriga, mas eu tento. Coloco ela pra fazer quando ela está de bom humor, com a fraldinha limpa, barriga cheia e bem acordada. Ela no início até gosta, mas depois de alguns minutos começa a reclamar.

Pelo que conversei com algumas pessoas, os pediatras no Brasil não costumam recomendar o tummy time desde tão cedo, mas gostei muito de colocar a Liana pra fazer desde o início. Além de todos os benefícios, dá pra tirar umas fotos dela bem legais enquanto ela está nessa posição. Antes dela começar a reclamar, é claro..



Nesta foto a Liana tinha 4 dias de vida fora do útero

Aqui com 6 semanas

A minha monstrinha com 7 semanas

Olha a força que ela já tem com 7 semanas


9 semanas: "Mamãe, eu to tentando engatinhar!"

28 de julho de 2014

A maldita chupeta, OU a bendita plasticuda, OU a arte de cuspir pra cima

Eu sempre disse que nunca daria chupeta aos meus filhos. Mesmo antes de engravidar, sempre tive essa ideia. E quando engravidei esse foi um dos principais pontos que maridex e eu discordamos. Ele argumentava que a chupeta supostamente diminui a incidência de morte súbita em bebês. E eu tenho uma lista de motivos para não usar a plasticuda:

- Pode atrapalhar a amamentação
- A criança pode apresentar alergia ao látex ou outras substâncias presentes na chupeta
- Pode alterar os lábios, deixando a criança com a boca aberta, o lábio inferior caído e superior encurtado
- Pode causar deformações na face, com o crescimento desarmônico dos ossos
- Pode acarretar problemas ortodônticos
- Nenhuma chupeta é anatomicamente igual ao bico do peito
- Muitas crianças ficam viciadas na chupeta
- Pode prejudicar a respiração, mastigação e fala

Além disso tudo ainda tem as minhas razões de caráter meramente emocionais:

- Eu nunca usei chupeta
- Ninguém na minha família usou
- Acho estranho colocar um troço de plástico na boca de uma criança. A verdade é que acho feio pra caramba, na boca de bebês e mais ainda em crianças maiores (pronto, falei!)

Esses últimos itens são minha opinião pessoal, e eu sempre respeitei muito quem dá ou deu chupeta ao filho. Mas acho feio a coisa de plástico na boca de uma criança.

MAS...

Eu já dei chupeta pra Liana! :(

Bom... começando do começo. No dia que a Liana nasceu percebemos que ela tinha bolhas nas duas mãozinhas. Eu achei aquilo bem estranho e não tinha ideia do que fosse. Perguntei às enfermeiras, era efeito de ela chupar tanto suas mãos no meu útero. Depois vi que ela tinha bolha também na parte de dentro do seu lábio superior. Também efeito de chupar as mãos. Eu nunca tinha ouvido falar de um bebê nascido com bolhas de tanto chupar! Acho que ela gosta de chupar, morder e sugar mais do que os outros bebês.

Mas nos primeiros dias da Liana eu achei que isso fosse motivo pra eu ser forte, dar muito peito e não dar chupeta de jeito nenhum.

Algumas vezes aconteceu de estarmos andando de carro, a Liana começou a chorar muito e não era possível eu amamentar. Para acalmá-la eu dei o meu dedinho pra ela chupar e funcionou.

A Liana dorme bem a noite, mas durante o dia geralmente é muito complicado. Alguns dias ela dorme, mas na maioria das vezes ela luta com todas as suas forças pra não dormir. Ela pode estar pingando de sono, mas tenta se manter acordada. Quando é assim eu deixo ela no meu colo quase o dia todo pra ela descansar. E se eu coloco ela na cama ela acorda pouco tempo depois. Quando é assim no fim de tarde ela fica muito chorona, não é fome, não adianta dar peito, o esquema é ficar balançando ela no colo.

O tempo foi passando e eu vi que o meu marido as vezes dava chupeta pra ela acalmar quando ela estava chorando muito nesse horário crítico. No início eu pedi a ele para não dar. Depois eu comecei a fingir que não via. Na semana retrasada, quando a Liana estava com 7 semanas, eu aceitei o maridex dar chupeta pra ela e, mais ainda, eu mesma dei. Eu me rendi a chupeta porque vi que ela é um ótimo método pra fazer a Liana descansar e dormir nesse horário. Me senti péssima! Eu não contei isso pra ninguém da minha família. Estou contando aqui no blog. É a prova de que a maternidade é mesmo cuspir pra cima pra cair na própria testa.

Eu ainda tento não dar chupeta, dou só quando estamos fora de casa e o choro dela não é fome, ou quando ela está extremamente cansada, não quer dormir e não quer leite. A chupeta a ajuda se acalmar e dormir nessas ocasiões. De uns dias pra cá venho usando menos a plasticuda, a Liana está dormindo melhor durante o dia. Espero que assim continue! E que um dia ela pare com esse vício de querer chupar dedo, chupeta e tudo o que ela vê pela frente... :)


19 de julho de 2014

Relato de parto - parte 3



Se você não leu ainda o início do meu relato de parto, basta clicar aqui pra acessar a primeira parte e aqui pra acessar a segunda parte.


É interessante que eu tinha receio de durante o TP eu perder a noção de tudo, não saber falar inglês ou entender a língua, mas isso não aconteceu. Eu conseguia compreender e falar tudo. Mas perdi completamente a noção de tempo e não percebi muita coisa que aconteceu a minha volta. Para escrever este relato tive a ajuda do maridex pra lembrar de algumas coisas.

Eu nunca tive medo da dor do TP, mas eu tinha medo de na hora H ficar com medo do fim do processo. Sim, medo de ter medo! Seria um medo de parir, de sentir a minha filha saindo pelo canal vaginal, medo do famoso círculo de fogo. Mas eu não tive isso. Depois de quase 40 horas TP, aquele  era o fim e o que eu sentia era uma força, uma vontade danada de parir.

Eu estava preparada psicologicamente para empurrar por muito tempo. Comentei com a enfermeira Donna que eu sabia que o expulsivo poderia durar muitas horas. Ela me disse que isso é comum sim, mas que o meu duraria menos de 2 horas com certeza. Isso me deu muito ânimo pra começar.

A Donna e a médica me ensinaram a posição que eu deveria fazer para empurrar. O pé esquerdo eu colocava no ombro da Donna e o direito no ombro do maridex. Eu poderia tentar outra posição, de lado por exemplo, mas sempre deitada na cama. Como eu havia tomado epidural não seria seguro tentar ficar de quatro apoios ou agaixada.

A médica chegou com um espelho grande e me perguntou se eu queria ver a bebê saindo. Uau, como eu não tinha pensado nisso antes! Se eu tivesse, até teria colocado o espelho no meu plano de parto… Respondi a ela que sim e agradeci. Depois o maridex me contou que foi ele quem pediu à GO o espelho. Ele lembrava que em um dos vídeos que assistimos na aula de parto a parturiente usou o espelho durante o expulsivo. E eu nem lembrava disso!

A médica colocou o espelho e eu a orientei para posicioná-lo do melhor jeito para me permitir ver tudo o que acontecia lá em baixo. Ela e a Donna me explicaram como teria que ser a força para empurrar. É algo simples, a mesma força de fazer o número 2 quando se está com prisão de ventre. Eu já sabia disso, mas com a epidural a vontade de empurrar que eu sentia antes, já não sentia mais. Além disso fazer a força sem estar sentindo de fato é bem difícil. Eu disse isso a elas, e elas concordaram, disseram que aprender a fazer a força certa poderia levar pra mim o tempo que fosse necessário, seria tudo bem, elas esperariam. Me disseram ainda que muitas mulheres precisavam de bastante tempo pra aprender a fazer a força certa. Primeira tentativa, tentei e consegui! Olhei no relógio na parede, era quase 11 am.

Era assim: a contração vinha, eu sentia a pressão chegando e a Donna também via pelo monitor (eu tinha 2 sensores na minha barriga presos por cintos elásticos: um monitorava as contrações e outro os batimentos cardíacos da bebê). Na contração eu apoiava as pernas na Donna e no maridex, fazia força por 10 segundos e parava pra respirar. A cada contração eu fazia força 3 vezes.

Logo após a primeira contração a médica comentou que a bebê era bem cabeluda e o maridex também viu isso. Mas eu não tinha conseguido ver e então a médica com o dedo pegou no cabelo da neném e puxou pra fora. Uau! Era muito cabelo mesmo! Um cabelo lindo! O cabelo da minha filha, e já estava assim saindo. Eu achei lindo e ri.

Tendo o espelho era maravilhoso, porque além de ver o cabelo da bebê eu via o quanto eu tinha empurrado, via a minha filha quase saindo. A cada contração que eu empurrava era como se a bebê tivesse andado 1 passo para fora, e entre as contrações era como se ela tivesse retrocedido 0,9 passo pra dentro. No início eu sempre olhava no relógio, mas vi que o tempo não importava, eu tinha só que me concentrar em empurrar. E tudo bem se fosse só 0,00001 milímetro a cada contração.

A médica não ficou conosco o tempo inteiro. Não precisava da presença dela ali. Mas quando ela estava presente sempre me encorajava e elogiava. A Donna também me ajudava assim o tempo todo. A cada contração elas diziam que a bebê estava quase saindo. E estava mesmo, eu via isso pelo espelho. Eu via que por mais que ela voltava um pouco pra dentro nos intervalos, a cabeça estava ficando mais e mais perto da saída do canal.

No início eu não conseguia sentir quase nada, por causa da anestesia, mas no decorrer do processo fui sentindo as minhas pernas, mais pressão, as contrações ficando mais fortes e a dor. E doía sim. A dor de trazer a minha filha pra fora, pra ter ela nos meus braços. E conforme a dor ia aumentando a minha vontade de fazer força também.

Quando a contração vinha eu avisava os meus apoios (Donna e maridex) e rapidamente colocava meus pés em seus ombros. Algumas vezes acabava batendo neles, mas eu nem me importava, era a pressa em empurrar. O maridex me pediu cuidado pra não machucar a Donna duas vezes. Na segunda vez me deu vontade de bater nele! Como assim eu to parindo e ele  tá preocupado com a enfermeira? E claro, a Donna me apoiou, disse que eu poderia dar coices nela a cada contração. Meu nível de ocitocina estava a mil e tudo o que eu queria naquele momento era parir, não importava se pra isso eu tivesse que dar coices, murros ou pontapés, rs!

Chegou um momento que a cabeça estava quase de fora, eu não vi ou ouvi nada mais ao meu redor, decidi que era a hora. Fiz força por bem mais de 10 segundos, respirei e mais força, e… PLUFT! A cabeça saiu, e eu vi! A médica então me pediu pra eu ir com a mão e pegar minha bebê. Eu na hora não esperava isso de jeito nenhum, fui com as minhas mãos por debaixo das minhas pernas. Mas assim não daria, daí o maridex pegou as minhas mãos e levou elas pro lado certo - por cima das minhas pernas. Foi muito rápido, nisso os ombrinhos já estavam saindo também. Fui e peguei a minha filha com as minhas mãos e a trouxe para mim. A acolhi junto ao meu peito. Ela chorou assim que saiu, mas parou quando ficou assim comigo. Olhei o rostinho dela, era a coisa mais linda que eu já tinha visto na minha vida inteira. Toda molhada, macia, rosada e linda. Olhei pro maridex ele estava aos prantos, chorando de felicidade.

A médica falou pra ele pegar a nossa câmera fotográfica que estava em cima da mesa ao lado. Ele pegou e tirou algumas fotos. Mas isso eu não vi. A Donna e a médica limpavam a bebê, sem tirar ela de cima de mim, colocaram um capuzinho nela. Também não vi isso. Cobriram ela com um pano limpo. Ficamos ali, nós três juntos. A minha família.

Não sei quanto tempo depois, a médica perguntou ao maridex se ele queria cortar o cordão umbilical. "Mas é claro que sim!". Ela o entregou a tesoura e disse que seria a mesma consistência de cortar carne de frango crua. Eu vi ele cortando, e como ele ficou feliz em fazê-lo. Também não sei quanto tempo levou para a placenta sair. Eu senti quando ela saiu. A médica a analisou e me perguntou se eu queria ver. "Mas é claro que sim!". Olhei e comentei que ela era linda. A médica sorriu e concordou.

O maridex sempre teve um nome preferido para dar para a nossa filha, e eu tinha muitos nomes na minha lista. Eu não tinha certeza. Decidimos que só iríamos dar o nome mesmo no dia que ela nascesse. Por isso não tínhamos contado o nome preferido do maridex pra ninguém. Agora que ela estava nos meu braços, olhei pro maridex e falei: “Sim, meu amor, ela se chama Liana. A nossa Liana.” Choramos e rimos juntos.

Eu perguntei pra Donna se eu poderia amamentar já. Ela me disse que não, que a hora certa seria quando a Liana procurasse. Eu então esperei. Até que ela começou a se arrastar sobre mim, virou o rostinho pro meu peito esquerdo e pegou com uma mãozinha o meu mamilo. Era a hora! A Liana procurou o mamá e achei isso incrível e maravilhoso. Ela sentia o cheiro do colostro. E então encaixei o peito na boca da minha filha.

E ela sugou. Sugou muito forte. Eu não esperava que fosse fazer com tanta força. Pedi ajuda pra Donna pra tentar fazer a pega melhor pra amamentar. Por mais que eu tivesse lido e me informado muito sobre amamentação, eu sabia como teria que ser a pega na teoria, mas na prática eu estava começando ali, e achei difícil enfiar a aréola toda dentro da boquinha tão pequena da Liana.

O hospital incentiva a prática do skin to skin, que é simplesmente deixar o bebê em contato com a pele da mãe logo após o nascimento. Pode parecer que isso é lindo e só. Mas não, é muito importante para o bebê, principalmente para a regulação da sua temperatura. E lá estávamos nós. A vitamina K foi dada enquanto ela estava comigo. Ela mamou, tiramos fotos, nos olhamos, estávamos nos conhecendo, e durante todo esse tempo ninguém me pediu pra levá-la. Em um momento eu perguntei pra Donna quais eram as medidas da Liana. Ela me respondeu que ninguém sabia, já que desde que ela nasceu ela ficou comigo. Ah bom, e eu sorri.  A Liana ficou sobre mim por cerca de 1 hora. Ela foi pesada e medida no quarto sobre os olhares amorosos do pai dela.

Durante todo esse tempo a minha família estava alvoraçada no Brasil. Temos um grupo de chat no whatsapp e todos queriam notícias. Contamos a eles que eu estava em TP só pouco antes de ir pro hospital. Depois que ela nasceu o maridex enviou fotos e a minha irmã que está se formando em medicina, que é a madrinha da Liana, nos perguntou as medidas da bebê. Eu amei a reposta no maridex: "Medidas perfeitas!". Ela disse que queria os números e ele explicou que não sabíamos ainda. A bebê estava com a mãe, as enfermeiras estavam esperando o nosso tempo pra medir a Liana. A resposta da minha irmã: "Isso sim é parto humanizado!".

Tive laceração e durante esse tempo a médica me deu três pontos. Os dois primeiros foram indolores, mas o último doeu um pouco. Sobre o parto em si, o que lembro é que o círculo de fogo queimou de verdade. E após o nascimento eu ainda senti uma dorzinha por cerca de 3 horas. 

Permanecemos no quarto de parto por 2 horas, e depois fomos para o quarto pós-parto. Lá nesse quarto nós três ficamos por dois dias. Ele era do mesmo tamanho que o quarto de parto, e também privativo. Durante esse tempo tivemos visitas de amigos que convidamos, tivemos o cuidado de enfermeiras amorosas e prestativas, eu tive muita ajuda de consultoras com a amamentação, visita de uma ginecologista e de dois pediatras. A Liana ficou conosco quase o tempo todo, e só na segunda noite eu pedi pra ela ficar no berçário por 2 horas pra maridex e eu dormirmos um pouco melhor.

No primeiro dia a Liana não tomou banho. No segundo dia nós pedimos e ela foi banhada por uma enfermeira, que nos deu dicas sobre o banho. Em momento nenhum ela foi aspirada ou recebeu qualquer procedimento que não nos fosse informado antes e que nós não concordássemos.

Durante o período pós parto, ainda no hospital, eu me sentia cansada, por falta de dormir. Mas eu não tive dor, nem no local dos pontos, nem na barriga. Os mamilos doiam, estavam bem sensíveis, mas era melhor do que eu esperava.  A minha pressão estava ótima, eu estava muito bem disposta e tinha muita energia pra amamentar, cuidar da Liana e paparicá-la.

Aqui na Gringolândia não é necessário levar roupinhas para vestir o bebê, apenas uma para deixar o hospital. Lá eles nos oferecem pacotes de fraldas descartáveis, pente e shampoo de bebê, tudo isso podemos levar pra casa. E para vestir há bodies brancos e vários cueiros que são enrolados nos bebês.

Foram ao total 40 horas de trabalho de parto, sendo 27 em casa e 13 no hospital. As 20 primeiras horas foram bem light, só começou a ficar mais dolorido depois disso. Foram apenas 45 minutos de expulsivo. A Liana nasceu ao som de Carinhoso cantado pela Elis Regina, às 11:35 am de Boston, 12:35 pm de Brasília, com 49 cm e 3,120 kg. Mais tarde eu descobri que eu e Liana nascemos no mesmo horário e com as mesmíssimas medidas. A minha mãe me disse que eu a imitei. Mas talvez tenha sido a Liana que resolveu me imitar ao chegar neste mundão-lindo-de-meu-Deus.



A primeira foto da Liana com a sua mãe. Gosto do detalhe lá em baixo - o cordão umbilical

A enfermeira limpando a nossa bebê em cima do meu colo

Uma das minhas fotos favoritas, mostra a minha cara de admiração por este ser tão pequeno e lindo

Uma neném fresquinha, recém saída do forninho!

A minha linda monstrinha cor de rosa

Diga X para a foto!

Os pezinhos mais lindos do mundo

A primeira foto da família

O skin to skin também foi feito com o papai

O primeiro banho da Liana em seu segundo dia de vida. Não foi a melhor experiência dela, e atualmente ela adora os banhos dados pela mamãe ;)