24 de abril de 2014

Boas notícias! Tamanho da barriga não é tamanho do bebê

Acabo de chegar de uma consulta com a GO e estou muito feliz! Eu não comentei aqui, mas eu estava com uma pulga atrás da orelha, uma preocupaçãozinha com o tamanho da minha barriga. Parece que todas as grávidas do mundo tem a barriga maior que a minha, vejo aqueles barrigões lindos e a minha tão medíocre e pequena. Isso me fazia temer que a Sementinha era muito pequena, que poderia ter algo errado. 

Mas hoje tivemos ultrassom e  consulta com uma GO muito simpática, uma das minhas preferidas na clínica. No ultrassom, como eu previa não conseguimos uma foto linda do rostinho da Sementinha, já que ela está toda apertadinha dentro da minha pequena barriga. Mas ela estava mexendo lindamente como sempre, a sua cabeça está bem em baixo, já preparadíssima pro parto. O coraçãozinho é lindo, bate rapidinho e deu pra ver os 4 compartimentos direitinho! As medidas são:

- Cabeça (distância de uma orelha até a outra): 83 mm, o que é bem abaixo da média, e me deixa super feliz, porque acho que cabeça menor sai mais fácil né?! Ah, que bom que me casei com um cara inteligente e de cabeça pequena!
- Femur: 67 mm, o que é um pouco abaixo da média
- Circunferência abdominal: 91 mm (uma barriguinha redondinha e linda!)
- Peso estimado: 2,4 kg, bem em cima da média para bebês com a sua idade gestacional.

Estou bem contente que a Sementinha está bem, tudo dentro dos padrões! Depois da US tivemos uma consulta com a médica e eu comentei com ela esse meu medo de que a minha barriga fosse muito pequena, ela me disse que por causa da minha estrutura física e da minha alimentação está tudo dentro do esperado e ela ainda me comparou com uma mamãe que eu adoro tanto: a princesa Kate Middleton da Inglaterra. Parêntesis: quando eu me casei eu sempre me comparava com ela, já que ambas temos estrutura física parecida, cabelos castanhos com o corte parecido, e eu me casei um pouco depois que ela, com um cara britânico e meio careca como o príncipe William. Fecha parêntesis. De acordo com a GO a barriga da princesa também era bem pequena e ela pariu o Príncipe George pesando 3,7 kg. Já a socialite americana Kim Kardashian estava grávida na mesma época que a princesa, tinha uma barriga enorme e a sua filha nasceu prematura, com 2,5 kg. Realmente, tamanho de barriga não é documento. Valeu, doutora!

Depois disso mais boas notícias. Eu disse a ela que este fim de semana nós faremos o tour pela maternidade que a Sementinha irá nascer e em breve faremos o curso sobre parto também, e ela me perguntou o que eu quero, se um parto mais natural ou epidural, essas coisas. Quando eu disse que quero o mais natural possível ela me disse que quando eu chegar no hospital posso ficar num quarto com banheira, o que vai me ajudar a aguentar as dores. Amei!!! 

E pra fechar com chave de ouro ela me disse algo que eu não tinha a menor ideia, nós temos direito a pedir uma bomba elétrica tira-leite. Eu pensei que eu teria que comprar, mas não! O nosso plano de saúde cobre! Basicamente a médica fez o pedido, ele já chegou no plano e a moça da distribuidora acabou de me ligar me dizendo que ela vai mandar hoje e amanhã já chega na minha casa. Que rapidez! Eu poderia fazer um upgrade pra ter uma bomba ainda mais moderna, uma que eu não preciso de usar as mãos para a ordenha. Eu teria que pagar U$ 90, mas sinceramente acho que a que eles estão me dando de graça será o suficiente. 

Olha, a cada dia que passa fico mais satisfeita com o tratamento que a recebo aqui na Gringolândia no meu pré-natal. E fico pensando... onde será que terei o segundinho? Até agora vejo que aqui é tão melhor!!!

21 de abril de 2014

Boston Strong

Este é um mês muito especial pra mim, pois na semana passada completou exatamente 2 anos que moro em Boston. E hoje é um dia especial para a cidade toda, está acontecendo a 118º Maratona de Boston. A maratona de mais de 42 Km de percurso é famosa no mundo todo por ser a maratona anual mais antiga de todas. Mas no ano passado a explosão de 2 bombas na linha de chegada da maratona deixou o evento ainda mais famoso. Foi no dia 15 de abril de 2013, em Copley, no coração dessa linda cidade, e a poucos quarterões de onde eu morava na época.

Na semana do atentado, mais precisamente no dia em que a polícia prendeu um dos suspeitos, eu escrevi um texto pra botar pra fora o meu amor por esta cidade.

Eu me mudei para Boston há um ano. Esta época do ano é uma das minhas preferidas, porque é o inicio da primavera, as árvores começam a ficar floridas, as pessoas que estão cansadas do inverno rigoroso começam a se vestir de forma mais leve, guardamos as nossas botas e casacos pesados no armário para o próximo inverno. E o "Patriots Day" é um dos preferidos dos cidadãos de Boston, por comemorarmos o aniversário do inicio da Revolução pela Independência dos Estados Unidos e por ser o dia da Maratona de Boston. É um importante feriado na cidade e mesmo quem não conhece algum maratonista que esteja correndo vai para assistir, vibrar e dar força aos corredores. 

Eu vivo a 3 quarteirões da linha de chegada e eu planejava ir com o meu marido ver o final da Maratona, mas na última hora resolvemos ficar em casa descansando e assistindo um filme. Quando eu soubemos do atentado, logo após ele ter acontecido, primeiro eu não acreditei na gravidade do fato. Depois tivemos mais informação e a ficha começou a cair. Quisemos ir ao local para poder ajudar de alguma forma, levar o nosso kit de primeiros socorros, mas percebemos que não tínhamos como ajudar tanto e já havia muito barulho de ambulância, toda a ajuda necessária já estava lá. A verdade e que ainda hoje é difícil de acreditar que isso aconteceu tao perto de onde moro.

Algo que me comoveu foi a atitude das pessoas daqui, todos preocupados uns com os outros. Pessoas deram carona no dia para desconhecidos, já que o transporte público fechou, todos os nossos amigos americanos nos escreveram pra ter certeza que estávamos bem e seguros, a quantidade de doação de sangue no dia foi espantosa, os hospitais chegaram a anunciar que não precisava mais de doações de sangue, as prateleiras dos bancos de sangue já estavam lotadas. Alguns dos corredores terminaram a maratona e continuaram correndo até os hospitais mais próximos para oferecer ajuda. Pessoas comuns salvaram vidas de estranhos. E nos dias após o atentado mais demonstrações de força e orgulho desta cidade tão bonita.

Sexta feira a cidade ficou totalmente deserta, suas ruas como uma cidade fantasma, não por medo, mas a população quis cooperar com a polícia. Todos acompanharam apreensivos a busca pelo rapaz de apenas 19 anos que cometeu esse ataque que causou tamanha tragédia a tantas famílias.

Mesmo vivendo perto do local nós evitamos de passar por lá e apenas hoje a noite, após a prisão do último suspeito fomos e vimos as homenagens às vitimas, as pessoas rezando no local, e no Boston Common, um lindo parque perto do lugar, uma festa. Jovens foram festejar de forma espontânea. Todos agradecidos ao trabalho da policia local em conjunto com o FBI. Vi uma garota de uns 19 anos que tinha um cartaz escrito "Beijos aos policiais". Que festa!

Hoje amo ainda mais esta cidade, me orgulho muito de morar aqui e pretendo começar a treinar corrida com esperanças de em breve poder participar da mais antiga Maratona anual do mundo. 

Fotos que tirei na sexta feira, dia 19 de abril de 2013, próximo ao local do atentado.






17 de abril de 2014

Como foi a nossa Babymoon e contracoes de treinamento

Na semana passada eu e maridex tivemos um casamento pra ir no estado de Virgínia. Os noivos são grandes amigos nossos e como a noiva é de família indiana o casório seguiu a tradição indiana. Eu estava bem empolgada para ir tanto pelo casamento em si quanto para ter a nossa última viagem antes da chegada da Sementinha.

Aqui na Gringolândia é muito comum os casais grávidos fazerem uma lua de mel (honeymoon) antes do nascimento do bebê, a chamada Babymoon. Essa viagem veio no momento certo, porque estou no final da gravidez, mas ainda com pique o suficiente para viajar. Fomos de avião de Boston para Washington DC, onde passamos 2 dias e depois pegamos um trem para a cidade natal da noiva, onde foi o casamento. De lá voltamos pra Boston de avião.

Em Washington foi maravilhoso, a cidade estava toda florida com magnólias e cerejeiras. As cerejeiras ficam floridas só por alguns dias na primavera e estivemos lá no auge das flores. O tempo estava ótimo, quente comparado com Boston, mas fresco, ideal para caminhar pela cidade. E andamos pra caramba! Em Washington a maioria dos Museus são gratuitos, então fomos a alguns deles sempre caminhando. A minha barriga de melancia pesou muito, e parecia piada a quantidade de vezes que eu tinha que usar o banheiro. Era andar um pouco, e 15 minutos depois de ter ido ao banheiro, eu já precisava de ir novamente. Como estávamos passeando, sem compromisso, paramos muito, sentamos debaixo de árvores floridas, entramos em museus só pra eu usar o banheiro e voltamos pro hotel mais cedo nos 2 dias pra descansar antes de irmos jantar. E a comida foi ótima! Os jantares dos 2 dias foram especiais, um restaurante espanhol que serve tapas e um restaurante que faz um menu degustação muito especial. Este último foi caro, mas valeu a pena cada centavo pelos sabores que experimentamos.


Adorei as cerejeiras floridas por toda a cidade


Já o casamento, foi simplesmente lindo e incrível! A noiva é filha única e os pais dela gastaram uma grana com o evento. Aliás, eventos. Teve festa na sexta e sábado a noite, café da manhã no sábado e domingo e cerimônia no final da manhã de sábado. Eram cerca de 300 convidados, o que é considerado um exagero para os padrões americanos, mas normal para os indianos.  A festa de sexta a noite teve muita comida indiana e dança típica. A decoração do salão estava linda, bem colorida e alegre. As convidadas ganharam pulseiras coloridas e bindis, que são pontos com brilho que grudamos na testa para representar o terceiro olho. Eu dancei muito e a Sementinha estava bem animada dentro da minha pança.

No sábado de manhã teve a procissão do noivo com sua família e amigos até sermos recebidos pela família da noiva. Mais dança! Todos nós dançávamos enquanto o noivo estava atrás num carro  conversível seguindo as pessoas que dançavam. Foi quase uma hora de dança até chegar no locar da cerimônia do casamento. Essa cerimônia foi conduzida em sânscrito, então basicamente ninguém entende o que é falado, nem mesmo a noiva e sua família. Mas o celebrante ia traduzindo pro inglês as partes mais importantes. Foi lindo! A noiva parecia uma princesa indiana com seu sari bem colorido, muitas jóias, mãos e pés pintados com hena. E cada coisa falada e feita na cerimônia tem um significado super bonito. Depois da cerimônia tivemos um banquete com mais comida indiana e a festa foi só a noite, o que foi ótimo pra eu poder tirar aquela soneca durante a tarde.

Eu dançando com meu sari antes da cerimônia de casamento. Teve americano que até pensou que eu fosse indiana!

A noite a festa foi maravilhosa, a noiva vestiu uma outra roupa, teve muita comida, e depois todos caímos na pista de dança. Depois de tanto exercício, caminhando e dançando, e também música alta, percebi que a Sementinha estava bem mais agitada que o normal. Ela estava chutando bastante e também tinha uma "coisa" que eu sentia no topo da barriga. Essa "coisa" eu já tinha sentido antes, mas eu não tinha certeza se era um movimento diferente da Sementinha ou o que. No meio da festa, eu e maridex resolvemos conversar com alguns dos médicos que estavam por lá. E havia muitos médicos no casamento, e de todas as especialidades que a gente precisasse!

Conversamos com uma amiga da noiva que é cardiologista e tem 3 filhos, um obstetra, e a tia da noiva que é pediatra e mais cedo ela tinha me ajudado a vestir o meu sari. O que era a "coisa": as famosas contrações de Braxton Hicks, ou contrações de treinamento. Eu já li muito sobre elas, mas achava que seriam no pé da barriga, e não no topo. Mas elas podem ser em qualquer parte do útero, e de acordo com a pediatra que me vestiu o sari, provavelmente no topo da minha barriga é onde a bebê mais meche: sim é o local onde ela vive me chutando. O que eu fiz durante a festa foi ir muito ao banheiro, e parar de dançar para descansar sempre, e assim as contrações diminuíram de intensidade.

Além das contrações eu percebi que a Sementinha está bem mais forte. Seus chutes tem mais intensidade e durante a viagem pela primeira vez eu consegui sentir seu pezinho com a minha mão. Eu quase pude apertá-lo com os dedos, juro! Pra mim foi a sensação mais gostosa que tive até agora. Foi lindo demais! É como se ela tivesse chutado só pra eu poder sentí-la com a minha mão, uma forma de dizer oi.

A viagem foi ótima, mas adorei chegar em casa, comer uma salada, arroz e franguinho sem aquelas especiarias todas. A comida indiana é deliciosa, mas pra grávida aqui foi bem difícil aguentar tanta pimenta 3 dias seguidos no café da manhã, almoço e janta. A azia me acompanhou firme a forte! Mas é parte do pacote!


14 de abril de 2014

Sete

Na semana passada fui marcada numa Tag pelo querido Jorge, do Blog Em Nome dos Pais de Múltiplos. Achei a idéia bem interessante, é um jeito de falarmos um pouco mais sobre nós. A ideia é: digo quem me indicou, coloco as minhas sete coisas preferidas na vida e por último indico outros 7 blogs pra participar.

No início achei que seria difícil colocar as minhas 7 coisas preferidas, mas foi facinho! O difícil é colocar na ordem de minha preferência!

Viajar
Este é o primeiro da lista e é a minha coisa favorita mesmo! Eu amo viajar! Foi viajando que conheci o maridex e nós fazemos muito isso juntos. Mas antes do maridex eu já tinha um parceiro de viagens que é o Toinho. Ele é meu sapo e já visitou vários lugares comigo em diferentes Continentes. Já faz uns anos que levo ele em todos os lugares que vou e sempre tiro foto dele de recordação. No fim da semana passada fomos pra Washington DC e o Toinho adorou o passeio. Aqui uma foto dele em frente da casa do Presidente Obama:




Comer
Eu já disse aqui que tento levar uma vida saudável e comer bem. Então quando digo comer não é quantidade, é qualidade mesmo. Adoro sentir sabores e texturas diferentes na comida. É um prazer pra mim conhecer novos restaurantes, experimentar novos sabores. E depois que me casei essa paixão por boa comida aumentou ainda mais, porque o maridex é definitivamente o que chamamos aqui de "food person".

Cozinhar
Ah, isso vem desde pequenininha, a minha mãe me ensinou a cozinhar desde sempre. Durante a faculdade eu fui morar em outra cidade e fui tomando mais gosto por cozinhar pra mim e para os meus amigos. Pra mim é tão gostoso quando eu cozinho alguma coisa e as pessoas comem e elogiam o sabor. Aqui na Gringolândia eu amadureci mais essa paixão, porque aqui tenho mais acesso a diferentes ingredientes de cozinhas diversas, como tailandesa, espanhola, indiana. Sempre gostei de inventar receitas, e aqui faço misturando sabores de culturas diferentes. Receber os amigos na minha casa pra comer da minha comida me deixa muito feliz.

Fotografar
Eu gosto muito de ver fotos e principalmente tirar fotos. Há quase 3 anos eu e maridex compramos uma câmera fotográfica bacana e pegamos aula com um fotógrafo excelente no Brasil. Quando viajamos buscamos tirar bastante fotos e a nossa lua de mel foi um safári na África, justamente pra tirarmos muitas fotos. Tenho muito orgulho de uma dessas fotos que eu tirei, que no ano passado enviei pra um concurso da National Geographic Brasil e ela foi selecionada como uma das finalistas (veja a foto na página da revista aqui).

Conversar
Eu sou uma matraca! As vezes é um problema, eu converso mais que o homem da cobra! Adoro bater papo, e de uns tempos pra cá quando o assunto é maternidade gosto ainda mais.

Dormir
Não é a toa que o maridex me chama de Bela Dorminhoca. Eu tenho um super poder de dormir em qualquer lugar: já dormi em festa, barzinho, show de rock, em pé e até dançando forró. Quando a sementinha nascer tenho medo de isso ser um problema!

Dançar
E por falar em dançar forró a dança é uma paixão antiga. Simplesmente amo! Teve uma época da minha vida que eu saia pra dançar 2 vezes por semana, como foi bom! Hoje não danço com tanta frequência, e sendo sincera não é algo que me faz falta. Mas quando danço é sempre muito divertido!

Agora que vocês sabem um monte de coisas sobre mim, tenho que indicar outros 7 blogs pra participar. Aqui vai:

Agueda, do Blog Mamãe Guida e Papai Wan
Determinada, do Blog Elo Materno
Laura, do Blog Contando os dias pra ter você
Lyanna, do Blog Planejando ser Mãe 
Mima, do Blog Sou tentante 
Suzy, do Blog Pensamento Materno
Talita, do Blog Em breve mamãe





8 de abril de 2014

Como foi o chá de bebê da Sementinha

No Brasil eu já organizei várias festas, aniversário chic pra mais de 50 pessoas, uns 5 chás de lingerie, chá de panela, festinha no trabalho, aniversário surpresa... Adoro fazer essas coisas! E quando eu não estou organizando gosto também de ajudar, seja levando um prato que faço em casa, seja na decoração. E aqui na Gringolândia eu estava trabalhando com Planejamento de Eventos, mais precisamente com flores para casamentos. E tinha tudo a ver comigo.

Para o chá de bebê da Sementinha eu queria fazer algo bem simples, convidar todos os nossos amigos, comemorar com eles esse momento tão especial e ter umas comidinhas. Duas amigas nossas se ofereceram pra organizar o chá e eu achei ótimo. Eu queria ajudar, botar a mão na massa! Mas aqui na Gringolândia, pelo menos foi isso que as minhas amigas gringas me disseram, a grávida não participa da organização da festa, e fui quase proibida de fazer coisas. Mas eu bati o pé e fiz os brigadeiros (Brazilian Chocolate Balls - wow, delicious!) e um bolo de chocolate com coco que ficou bem gostoso.

Geralmente aqui o chá de bebê é coisa só para as amigas mulheres, mas eu quis convidar todo mundo, já que temos muitos amigos homens, e afinal a Sementinha não tem só mãe, o pai dela participa de tudo, seria injusto ele não poder ir nessa festa.

Não gosto das brincadeiras que costumam fazer com a grávida, mas aqui isso não é comum. A única coisa que tivemos foi oferecer aos convidados a oportunidade deles desenharem babadores para a Sementinha. Em uma mesa havia vários babadores brancos, e cada convidado podia usar canetas de tecido de diversas cores para desenhar no babador. Um amigo nosso que é italiano escreveu num babador uma receita de pasta (em italiano), teve uma que desenhou uma melancia (adorei!), teve girafa, jacaré, desenho de crianças, corações, flores, bandeira do Brasil... Ao total temos 20 babadores, cada um desenhado por um amigo diferente.

Tivemos uma lista de presentes num site de compras na internet, e além disso muita gente comprou coisas super fofas que não estavam na lista. Ganhamos fraldas, cobertor, óculos de sol de bebê, roupinhas fofíssimas, coisas de higiene, brinquedos, livros de bebê. Além disso as nossas amigas organizadoras do evento já tem uma filhinha cada uma, então elas nos deram muitas coisas, como banheira, carrinho, assento do carro, apete de atividades, cadeirinha que balança, berço desmontável que gruda na nossa cama, pijaminhas, e mais de 140 fraldas que são da marca G Diapers, que nós já queríamos mesmo usar. Elas são 100% biodegradáveis, não tem plástico, totalmente ecológicas. Como resultado do chá temos agora bastante coisas pra Sementinha, não tivemos gasto quase nenhum, só mesmo os ingredientes do bolo e dos brigadeiros que eu fiz questão de fazer, e foi um prazer ver nossos amigos, poder celebrar com eles.

Bom, e a pessoa aqui sempre quis ser super anônima no blog, nunca posta foto que mostre a cara dela, mas de repente dá a doida, e aqui ela posta fotos do evento. Pois é, essa sou eu!






4 de abril de 2014

Pensando sobre as dificuldades das mulheres no Brasil

Esses últimos dias tenho pensado muito na situação de nós, mulheres, no Brasil. Todo o país está comentando sobre os resultados da pesquisa do IPEA, na qual 65% dos entrevistados concordaram que ataque a mulheres é culpa da própria mulher. Esse dado me chocou muito, mas no fundo não foi surpresa nenhuma pra mim. Isso porque sei o quanto o meu país é machista, já senti isso na pele quantas vezes.

Outra notícia que me chocou foi o roubo do parto da Adelir, em Torres, no RS, com direito a policiais armados a buscando em casa para obrigá-la a ter uma cesária no hospital. A notícia sobre isso pode ser lida aqui. É surreal que essa mulher tenha sido obrigada a ter uma cesária no hospital com argumentos falsos. Ela só queria ficar em casa mais tempo em trabalho de parto para ter a chance de ter um parto normal hospitalar, mas foi obrigada pela justiça a se submeter a uma cirurgia.

Daí justo agora chega na minha casa um envelope grande, enviado para mim pelo hospital onde irei ter meu parto, aqui na Gringolândia. Nesse envelope há cartilhas informativas sobre o hospital, guia para pais, estatística sobre os partos realizados no hospital no último ano, lista com os meus direitos como paciente da obstetricia, serviços oferecidos pelo hospiatal e formulários que eu tenho que responder e encaminhar ao hospital com algumas informações minhas. Vários assuntos são abordados, como a doação do sangue do cordão umbilical, teste de surdez realizado nos bebês e exames de sangue, amamentação. De acordo com o hospital, as cesárias só são realizadas por motivos médicos, episiotomias são realizadas em apenas 3% dos partos normais.

Daí eu pergunto: porque aqui na Gringolândia é assim e no Brasil é tão diferente? Porque muitos obstetras no Brasil dizem que cesária é o parto mais seguro para o bebê quando a OMS e todo o resto do mundo diz o contrário, o que é inclusive comprovado em inúmeras pesquisas científicas? Porque aqui as mulheres são respeitadas e no Brasil a gente vive tanto desrespeito e machismo? Porque no Brasil a gente tem que ouvir cantadas de mal gosto toda vez que saimos na rua, não importa a roupa que estejamos usando?

Por um lado fico feliz por estar aqui e ser respeitada como mulher e como ser humano. Fico feliz por poder parir aqui sem medo de ser submetida a uma cirurgia por nenhum motivo. Mas é injusto que todas as mulheres no Brasil sejam levadas a acreditar que cesária é melhor. É injusto que pra ter um parto normal no Brasil você tenha que desembolsar muito dinheiro mesmo tendo um bom plano de saúde. É injusto que as grávidas no Brasil tenham que ouvir de todo mundo, até mesmo de médico, que elas são doidas por querer ter um parto normal como prega a OMS, que elas tenham que lutar com unhas  e dentes para isso acontecer.

Penso já como será a minha segunda gravidez. Eu gostaria de ter um filho nascido no Brasil, mas não sei se estarei disposta a enfrentar toda essa luta tão injusta.