21 de novembro de 2013

BC da semana e resultado do Ultrassom

A Blogagem Coletiva desta semana é com quem deixaremos o bebê depois da Licença Maternidade (LM) e foi sugerida pela Suzy, do Blog Pensamento Materno. Bom, no Brasil eu sou Funcionaria Pública Federal, então lá tenho direito a 6 meses de LM com o meu salário integral. Parêntesis: estou de licença sem remuneração por 3 anos e provavelmente renovarei pelo mesmo período. Essa LM de 6 meses e tão boa comparada com o que temos aqui na Gringolândia, que quando  nos casamos e eu me mudei pra cá, falei pro maridex que filhos só teríamos no Brasil. Além de aproveitar a Licença, o Brasil é o meu pais, eu gostaria de "parir em português". Mas aí cheguei em Boston e aqui vi que eu não preciso de lutar pra ter um parto digno, ninguém e cesarista, há respeito, e aqui temos uma das melhores maternidades do país (quem sabe do mundo). Além disso, e mais importante, é que a vontade de ter filhos foi aumentando em mim e no maridex, então começamos a tentar antes de nos mudarmos pro Brasil.

Aqui babá e tão caro que você tem que ser extremamente rico pra ter uma (por isso que um monte de brasileiras vem pra cá pra ser babá).  E berçário (Day Care) só vale a pena se o seu salário for muito bom, ou você coloca num Day Care mais simples. Temos amigos que nos dizem que quase 100% do salario da mãe ou do pai vai pro Day Care. Pra mim isso não tem sentido! Pra que trabalhar se todo o seu salário vai pra alguém cuidar do seu filho? Por essa razão e pelo fato de eu trabalhar aqui em uma empresa muito pequena que não me dará nenhum dia de LM, resolvi que pararei de trabalhar e serei mãe em período integral enquanto morarmos na Gringolândia.

É claro que sei que terá dias e noites que precisaremos de alguém pra cuidar da sementinha quando tivermos algum evento pra ir - aqui geralmente nos casamentos os pais não podem levar as crianças, o que acho uma sacanagem. No Brasil geralmente nesses casos os pais deixam as crias com os avós, o que aqui é quase impossível pra todo mundo, porque ninguém mora na mesma cidade (ou estado) que a sua família. Nesses casos teremos que pedir pra amigos ou ter uma babá como carta na manga.

Mudando de assunto, quero aproveitar esse post pra contar que o ultrassom foi ótimo, a sementinha esta muito bem e e super ativa! Demorou bastante porque ela nao parava de mexer e era necessário medir a tranlucencia nucal. Tive que mudar de posição varias vezes, parei pra ir no banheiro, tudo isso pra tentar observar esse bebe que não parava quieto! Mas amei e pelo fato de termos ficado tanto tempo fazendo o exame saimos de lá com dezenas de fotos. Posto aqui a mais fofa de todas, em 3D. A sementinha estava so com 6 cm, mas já toda fofinha com o formato de bebê - já não se parece mais com um feijãozinho. Que feliz!

 Segundo a técnica do ultrassom, a sementinha é "Cute as a button".


Gostaria de postar mais aqui no blog, mas esses ultimos dias foram bem corridos, trabalhei bastante e nem tive tempo de acompanhar os blogs que gosto tanto. Ainda tenho que tirar o atraso e visitar cada um. Ainda bem que ontem tive uma folga, deu tempo de começar a escrever este post, lavar roupa, arrumar um pouco a casa, ir no mercado... Ufa! O que acontece é que sempre soube que grávida é sonolenta e cansada. Mas olha, não pensei que seria tanto. Ultimamente meu nome completo é Rita Preguiça Soninho.


15 de novembro de 2013

Sobre o ultrassom de hoje

Hoje faremos um ultrassom que não é obrigatório, basicamente a sua função é verificar se o bebê tem Síndrome de Down, Patau ou Edward. Assim como no Brasil o exame não é 100% conclusivo, mas pelo que li ele tem maior chance de acerto aqui na Gringolândia. Ele é combinado com um exame de sangue que já fiz há duas semanas, quando fui na GO para o primeiro ultra. Nesse exame o sangue coletado é utilizado para fazer o cariótipo. Basicamente eles analisam os meus cromossomos para detectar se eu tenho um gene de uma lista de mais de 80 doenças genéticas. Fazem o exame na mãe, e se ela tiver o gene recessivo de uma das doenças, se fará o exame do pai da criança também, para assim sabermos qual a chance do bebê de ter alguma determinada doença genética.

Se eu fosse escolher sozinha fazer ou não esses exames sinceramente não sei o que eu decidiria. É porque tanto o ultra quanto o cariótipo não dão 100% de certeza. O cariótipo traz uma lista de 82 doenças genéticas, mas há muitas outras que não dependem dos genes dos pais, mas sim de como esses genes estão se replicando no bebê. Mas, mais do que isso, o quanto isso importa pra mim?

Se meu bebê sementinha tenha algum problema de saúde, como Síndrome de Down, é claro que isso me importa e afetará sim a minha vida para sempre. Mas ele ainda será meu filho (ou filha) e eu o amarei e cuidarei com todo o meu carinho. Não consigo decidir se pra mim é melhor saber antes sobre um possível problema de saúde do bebê. E pode ser que o exame não detecte ou que ele detecte e a síndrome não exista de fato. Neste último caso, se o ultra concluir que pode ser que a Sementinha tenha Down nós poderemos fazer exames mais conclusivos, que são também mais invasivos.  Mas o maridex faz questão desses exames, então estamos fazendo.

O fato é que moramos num país em que o aborto é legalizado em vários estados. E Massachusetts é um dos estados mais liberais, aqui o aborto é legalizado há mais de 40 anos. Aqui hoje, se uma mulher descobre que o feto que ela carrega tem Síndrome de Down ela pode decidir fazer um aborto para "ter uma segunda chance" de acordo com o que as pessoas falam. Mas isso pra mim não é opção. Eu sou contra aborto (no geral, porque pra mim há exceções que deve ser concedido esse direito de escolha, como estupro).

Já temos o resultado do exame de sangue, e sabemos que nosso bebê não tem nenhuma das 82 doenças genéticas da lista. Caso o meu marido tenha algum dos genes recessivos o bebê poderá ter também, mas isso é tranquilo, ele poderá passar para os filhos ou não, e ser um portador do gene não implica ter a doença.

De toda forma fico feliz em poder ver a Sementinha novamente, tenho até esperanças em saber o sexo hoje, apesar de saber que isso é bem improvável. Possivelmente sairemos da clínica com fotos bem legais da Sementinha e vou postar aqui.

10 de novembro de 2013

A minha história de amor

Porque hoje faz 3 anos que conheci o meu parceiro, meu esposo, o homem mais maravilhoso que eu poderia encontrar e que me faz tão feliz, hoje vou contar a nossa história de amor.

Eu tinha decidido viajar pra Buenos Aires para me divertir bastante. Passei uma semana lá com uma amiga que como eu estava solteira e queria aproveitar tudo que Mi Buenos Aires querido proporciona: ótimos vinhos, boa comida, muita cultura, belos lugares e baladas legais. E tudo isso pagando super barato!

Era quarta feira, dia 10 de novembro, e decidimos fazer o Pub Crawl, que é basicamente um tour por diferentes bares. O esquema era pagar uma taxa (que era bem barato!) e isso nos dava direito a bebida e petiscos num restaurante, 3 bares diferentes com uma dose inclusa em cada bar e, pra fechar a noite, entrada numa boate. E tudo isso com um pessoal bem animado, gente do mundo todo. A língua por lá era uma mistura de inglês e espanhol.

Já na primeira parada do Pub Crawl, no restaurante, vejo atrás de uma mesa aquele gato alto, charmoso, bem vestido com seu palitó. Era de longe cara mais interessante em todo o grupo. Já pensei cá com os meus botões que ele NUNCA daria bola pra mim, então fiquei bem na minha, conversando com quem estava perto da mesa de petiscos. E pra minha surpresa, quem vem depois de alguns minutos pra puxar papo? O gatinho bem vestido! Ele já chegou se apresentando, perguntou de onde eu era e quando eu disse que era brasileira ele me surpreendeu com algumas palavras em português. O que?? Como assim um americano que fala um pouco de português e tem o espanhol melhor que o meu?!? Já era bom demais pra ser verdade! E conversando um pouco mais vi que o cara era inteligente, divertido, super culto, amava viajar como eu, já tinha ido pra vários países diferentes, conhecia todos os continentes exceto Antártida...  Em uma palavra, ele era PERFEITO (e ainda é).

Conversa vai, conversa vem, não vejo o tempo passar e nem penso se o gatinho está a fim de mim ou não. Mas tenho certeza que eu to caidinha por ele, e tenho um certo medo de ele parar de conversar comigo. Mas na verdade era meio óbvio que os 2 estávamos muito interessados um no outro.

Depois ele me contou que pensou a mesma coisa sobre mim. Primeiro me achou a mulher mais linda do universo e tinha a certeza que eu nunca daria bola pra ele, ficou me olhando de longe, mas eu nem percebi. Depois de algumas cervejas ele teve coragem de se apresentar e conversar comigo. Thank God for beer!!

Depois de conversarmos por umas 2 horas sem parar ele me roubou um beijo. Ahhh! Amei, né! É claro! É interessante como pra mim, brasileiríssima que sou, isso não era estranho. Mas como na Gringolândia não existe essa de ficar, beijar uma garota num bar na mesma noite que a conheceu é a coisa mais estranha do mundo. Mas ele o fez porque não tínhamos muito tempo, ambos iríamos voltar pra casa, em países diferentes naquela mesma semana. Então talvez essa fosse a única vez que ele poderia me beijar, ele preferiu correr o risco e fez.

Na sexta feira, um dia antes de ele voltar a Boston, passamos o dia inteiro passeando juntos - eu, ele, seu irmão, um casal de amigos dele e a minha amiga. Foi ótimo passear por aquela linda cidade de mãos dadas com ele!

Assim que cheguei de volta ao Brasil começamos a rotina de conversar todos os dias pelo skype. Uma semana após o meu retorno ele comprou suas passagens pra conhecer, no início de dezembro, a cidade em que eu vivia e me visitar por apenas 3 dias. Achei isso muito louco, como assim viajar tão longe, pagar tão caro pra ficar só 3 dias? Eu não sabia que um tempo depois eu faria a mesma coisa pra passar apenas 4 dias em Boston.

Foram 9 meses de namoro antes de ele me pedir em casamento. Depois 5 meses de noivado antes do primeiro casamento (isso mesmo, nos casamos mais de 1 vez!). Durante esse período nos vimos quase todos os meses, gastamos horrores com passagens aéreas, gastamos todas as milhas que tínhamos, fomos juntos pro paraíso de Fernando de Noronha, pro Rio de Janeiro, pra fazenda da minha família, pra 6 estados diferentes no Estados Unidos, incluindo New York City. Ele morou comigo por mais de 1 mês no meu apartamento no Brasil, trabalhando a distância em um escritório que montamos  pra ele. Ele conheceu meus pais 2 dias antes de me pedir em casamento. Eu e a mãe dele precisamos só de 5 minutos pra ficarmos amigas.

Todo mundo diz que a nossa história parece conto de fadas. Não precisamos de muito tempo pra termos a certeza de se tratar da pessoa certa. A cada dia tenho mais certeza disso!

Meu bem, my pumpkin, obrigada por me fazer tão feliz! Obrigada por ser tão maravilhoso! Espero que continuemos assim, com muito amor e respeito. Eu, você e a sementinha dentro da minha barriga.



6 de novembro de 2013

BC: O que você tem medo que aconteça depois que o neném nascer

O tema da BC de hoje foi escolhido pela Cinthia e eu devo dizer que adorei! É porque eu sou uma pessoa naturalmente medrosa. E é bom externalizar isso, conversar e descobrir que eu não sou a única (assim espero!).

Eu me lembro que quando estava chegando o dia da minha Colação de Grau eu tinha medo de cair durante a cerimônia. Ficava pensando o quanto seria horrível se chamassem o meu nome pra pegar o canudo, eu me levantasse e tropeçasse ali, na frente de todo mundo. Mas passou, nada disso aconteceu. Pro meu casamento, outra vez esse medo bobo de cair. E se eu, a "estrela da noite", tropeçasse na cauda do meu lindo vestido na Igreja? Ou na festa? Meu casório foi maravilhoso e ninguém caiu.

Agora com a gravidez tenho medo de muita coisa, até de cair e prejudicar o bebê (esse medo de cair me persegue, né?!). Pra depois do neném nascer penso em milhões de coisas, mas a amamentação é a principal e a primeira que eu destaco aqui. Quero muito amamentar de forma exclusiva e por livre demanda nos 6 primeiros meses, e é isso que tenho medo: e se eu não der conta? E se meu leite não descer? E se ele não for o suficiente? E se eu tiver uma terrível mastite? Tenho muito medo disso tudo e deve ser por isso eu estou sonhando com uma certa frequência com amamentação.

Outra coisa que me assusta é o tal do baby blues. Eu já li muito sobre isso, entendo que as causas são todas as mudanças que ocorrem, o cansaço das primeiras semanas com um bebê recém nascido em casa, a atenção que era toda para a grávida e sua barriga e depois passa a ser só pro bebê, todo mundo se esquece da mãe depois do nascimento do filho. Por isso já conversei com o maridex sobre isso, falei que ele terá que me paparicar, tenho certeza que ele será maravilhoso, mas ainda assim tenho receio de ter baby blues.

Sobre conseguir cuidar do recém nascido, a responsabilidade de ter um filho, isso não me assusta. Sei que estamos prontos pra essa tarefa que é difícil, a mais importante de todas, e é pra vida inteira.

4 de novembro de 2013

A primeira consulta com a GO e ultrassom

Na quarta passada feira fizemos o primeiro ultrassom, durante a primeira consulta com a minha ginecologista. Eu e maridex  estávamos bem anciosos pra ver e ouvir o bebê sementinha. O maridex estava mais ansioso que eu, porque eu estava mesmo era enjoada, com muita vomitade antes de ir pra clínica.

Aqui na Gringolândia algumas coisas são bem diferentes do Brasil, mas esperando a GO me senti em terras tupiniquins, foi cerca de 1 hora de espera pela consulta previamente marcada! Parte do tempo esperamos na sala de espera e parte já na salinha de exames. Eu pensei que o maridex fosse ter um treco, ele estava super nervoso, andava de um lado pro outro na salinha minúscula e as mãos suavam feito um porquinho (porcos suam, né?!). Sério, só não fiquei com muito medo porque estávamos dentro de uma clínica repleta de enfermeiras e médicas. Mas deu tudo certo! A médica foi muito simpática, hegou e depois de pedir mil desculpas conversou um pouco conosco, confirmou algumas informações que eu tinha passado pra enfermeira dias antes por telefone, examinou as minhas peitolas, o colo do meu útero, tudo estava ok.Daí chegou o momento mais esperado, o ultrassom.

Rapidinho ela encontrou o bebê! Eu e maridex o chamamos de sementinha e lá descobri que é uma semente de feijão. É um feijãozinho com bracinhos, perninhas e nariz! Um narigão, como o do pai, eu diria, hehehe! E a sementinha dança dentro do útero! Ela mexe bastante as pernas e braços, é agitada como eu.  :)

E eis que vimos o coraçãozinho, ah que super emoção! Ele bate bem rapidinho, parece um batucador de escola de samba! Esse momento foi o mais legal pra mim. A GO tirou 2 fotos a partir do ultrassom, e ela nem nos perguntou se queríamos, tirou e nos deu. Ficamos bem felizes!
 
Depois do ultrassom ela colocou o doppler pra ouvir as batidas do coraçãozinho. Ela explicou que no início da gravidez as vezes esse aparelho não detecta as batidas, o que é normal, mas advinha? Rapidinho detectou, ouvimos as batidas super rápidas! Só estragava tudo quando eu ria, daí o barulho ficava estranho. Mas segurei o riso e ela mediu que são 174 batimentos por minuto, o que segundo ela é ótimo. Ela disse que com todas essas características é muito difícil que aconteça algo com o bebê, que ele está bem e que já até podemos contar pra todo mundo da gravidez. Já falei antes que aqui só se conta depois da 12o semana, que é quando o risco de aborto espontâneo diminui bastante. Mas segundo ela, ainda com 10 semanas, o risco é bem pequeno, por conta da velocidade do coração da sementinha, que tá nota 10! (Voz do cara que narra a pontuação do Carnaval do Rio de Janeiro: "Unidos da Sementinha: DEEEZ!)

Os enjoos por aqui continuam mesmo com o remédio, mas estou notando que está melhorando devagarzinho. A minha gravidez agora está diferente, depois de eu ver e ouvir a sementinha, esse serzinho tão pequeno, que foi tão desejado e que tá aqui sim, de verdade! Foi isso que o maridex me disse depois de sairmos da consulta: "Meu bem, agora é pra valer, agora vimos a sementinha, ela dança e tem nariz!!!"