30 de setembro de 2013

5 semanas e 4 dias: reclamando um pouquinho

Descobri a minha gravidez há exatamente 9 dias. Contei do friozinho na barriga no último post, e ele continua por aqui. É engraçado porque já li (e ainda leio) tudo sobre gravidez, mas ainda assim sinto esse medo estranho. Acho que nem é tanto medo, é mais cansaço mesmo, porque ainda não tive tempo de parar de verdade pra pensar e deixar a ficha cair. No domingo da semana passada tivemos a festa de aniversário do maridex aqui em casa, na segunda e terça trabalhei pra caramba (23 horas somando os 2 dias). Quarta foi aniversário do maridex, não trabalhei, mas não rolou muito descanso porque meu cunhadex e um amigo dele estavam hospedados aqui em casa. Eu ficava desanimada e cansada a cada vez que eu entrava no banheiro: a tampa do vaso sempre erguida e mijo pra todo lado. Porque alguns homens não tem mira nenhuma na hora de usar o banheiro? Ai, que agonia! De quinta a domingo trabalhei todos os dias e hoje (segunda) finalmente posso descansar, visitar blogs, escrever, cozinhar e arrumar um pouco a casa. 

Provavelmente se eu estivesse no Brasil neste momento, todo mundo saberia que eu estou grávida, já até teria ganhado presentinhos pro bebê. Mas aqui na Gringolândia é diferente. Aqui ninguém conta da gravidez antes das 12 semanas. Só pra família mesmo. Eu no início achava isso estranho, mas agora acho até legal, porque o risco maior de perder o bebê ocorre nos primeiros 3 meses, então melhor aguardar esse período pra no caso de ocorrer algo (TOC, TOC, TOC, acabei de bater na madeira 3 vezes) a gente não ter que explicar pra todo mundo, ou contar, ou deixar as pessoas tristes e preocupadas. 

O que acontece agora é que não contamos ainda pra nenhum amigo, mas todos os colegas de faculdade das minhas irmãs mais novas já sabem da minha gravidez. Isso porque eu pedi pra elas não contarem pra ninguém! É até injusto que nenhum amigo nosso sabe, mas pessoas que eu nem conheço, das turmas das minhas irmã, já estão sabendo.

Em breve devo contar pra uma amiga que como eu é de outro país e já tem um filhinho fofo de 5 meses que nasceu aqui na Gringolândia. Eu fui a primeira pessoa em Boston a quem ela contou sobre a sua gravidez e durante os 9 meses ela sempre reclamava dos procedimentos diferentes que ocorrem por aqui. Agora é a minha vez! Preciso de alguém pra dividir as minhas angústias sobre as coisas que aqui são feitas de forma tão diferente. E o melhor é que ela tem a experiência da gravidez e parto na Gringolândia. 

Mas de toda forma divido aqui no blog essas coisas. Fui marcar a minha primeira consulta. Eu já sabia como as coisas funcionam aqui, mas ainda assim fiquei muito insatisfeita, porque agora estou vivendo na pele o que a minha amiga já tinha me contado. Primeiro que no consultório a secretária nunca atende o telefone. É sempre caixa de mensagens e depois de deixar recado ela liga de volta. Mas como eu não queria que ela ligasse de volta enquanto eu estivesse no trabalho (a gravidez é segredo, lembram?!) resolvi escrever por email mesmo pra marcar. Sei que no Brasil a primeira consulta é bem no início, mas aqui é só com 8 semanas. A minha GO já tinha me falado que essa "primeira consulta" seria com uma enfermeira e depois a consulta com a GO mesmo seria só com 10 semanas. Mas pra minha surpresa a "primeira consulta" é por telefone!!! Fala sério! Na hora que li fiquei bem reclamona e maridex reclamou por eu estar reclamando tanto. Mas como não? Sou brasileira demais pra entender logo de cara que a minha "primeira consulta" será por telefone. Tudo bem, agora passou! Pensei até em colocar aqui no blog a cópia do email que a enfermeira me enviou, mas não, agora já passou a fase de reclamar. As cosias são como elas são e pronto.

A parte boa é que a enfermeira me perguntou no email se 29/10 pode ser a primeira consulta com a GO. Nesse dia iremos ouvir o coraçãozinho batendo dentro de mim. Adivinhem só: esse dia é meu aniversário, então é claro que essa será a data perfeita!

Tirando o cansaço do trabalho estou muito bem, continuo bicicletando por aí. Aqui já é outono e o tempo mudou de uma hora pra outra. As folhas caindo, e o frio veio pra ficar. O problema é que o frio me dá muita dor nos mamilos. É uma dor que parece que tá rasgando os coitadinhos. Maridex diz que tá com saudade das minhas peitolas mas já falei pra ele que é proibido tocar até segunda ordem. 

23 de setembro de 2013

As 2 listrinhas são mesmo as mais lindas do Universo!

Eu sempre pensei que eu saberia quando estivesse grávida. Eu tinha certeza que eu teria a tal intuição materna e que meu corpo me daria os sinais pra eu perceber a gravidez. Os meus primeiros dois ciclos de tentativas me pregaram peças, eu tive mil e um sintomas mas os testes de gravidez deram negativo. E o que aconteceu no terceiro ciclo? Não tive sintoma nenhum, tinha certeza que a Senhora M estava vindo com força total na sexta passada e... nada dela vir!

Então no sábado de manhã fiz o teste, o último que eu tinha guardado, só porque a minha M não tinha descido no dia esperado (14 dias após a ovulação). Mas eu estava com uma colicazinha que de acordo com a pessoa aqui, que achava que entendia tudo sobre o próprio corpo, indicava que a M devia estar entupida em algum cano aqui dentro, mas já descendo. E DEU POSITIVO!!! Simplesmente eu não consigo descrever a alegria que senti!

O maridex me esperava na porta do banheiro. O teste deu o tão sonhado positivo (meio fraco, mas positivo) logo de cara. Daí demorei um pouco pra lavar meu rosto, as minhas mãos, enxuguei o xixi espalhado pelo teste e abri a porta já dando a notícia pro novo papai do pedaço. Não era uma notícia, era um presente de aniversário adiantado, o melhor presente que eu poderia dar pra esse homem maravilhoso que eu amo tanto. Nos abraçamos, foi lindo demais! Daí depois ele parecia estar comemorando no estádio a vitória do nosso time de beisebol, o Red Sox  (ok, é o time dele que eu adotei).

Eu sempre pensei que depois de descobrir que estivesse grávida eu mudaria um pouco, como num passe de mágica começaria a me sentir mãe. E que celebraríamos, eu e maridex, ficando em casa, preparando um bolo gostoso, brindando com suco de laranja... Mas não! Eu e maridex não mudamos do jeito que previ e não comemoramos do jeito que previ. Nos primeiros minutos depois do teste o que senti foi um frio enorme na barriga, um medinho de tudo e até um certo enjoo de tanto nervosismo. Descobrimos a gravidez um dia antes de darmos uma festa em casa pra cerca de 30 pessoas. E neste dia de descoberta tivemos que sair pra comprar cadeiras, ir a 3 supermercados diferentes, fazer um super bolo de aniversário, começar a preparar a feijoada e terminar o dia buscando o meu cunhadex no aeroporto às 11 da noite. Ai, foi muita coisa! Mas é claro que ficamos falando sobre isso o dia inteiro e fazendo piadinhas fofas um pro outro.

Já hoje, domingo, planejamos ligar pras nossas mães, e foi muito legal! Primeiro a minha sogra, que já estava começando a falar sempre sobre o quanto ela quer netos, o quanto todas as amigas dela que são avós são felizes. Ela não tinha ideia que nós já estávamos tentando engravidar. Estávamos com o irmão do maridex aqui, então, muito sérios,  o chamamos ele pra uma "reunião familiar". Então maridex ligou pra mãe dele. Ela atendeu e já começamos a rir, ele disse que queríamos contar uma novidade, disse "Rita..." e parou. Eu completei "is pregnant!!!". O cunhadex ficou sorrindo, bem feliz com a notícia. Já a sogra, do outro lado da linha, muda por alguns longos segundos. Pensei até que a ligação tivesse caído, mas foi só emoção mesmo. Ficamos até com medo  de ela ter atendido o celular enquanto dirigia, mas ainda bem que ela estava em casa! Foi muito emocionante dar a notícia a ela do tão esperado primeiro(a) neto(a). Logo depois ligamos pra minha mãe e, da mesma forma, foi a maior surpresa. Dissemos que ela precisa tirar o visto logo pra vir pra Gringolândia nos visitar, e que talvez só eu e maridex não sejamos motivo o suficiente, então queríamos dar uma outra razão. Ela ficou sem entender nada, lógico. Depois que contamos ela gritava pelo telefone e ficou muito contente. Ela me recomendou algumas coisas, como não carregar peso, sendo que uma hora depois eu estava ajudando o maridex a carregar a pesada mesa da cozinha.

Depois de toda a emoção de contar às mães, mãos na massa! Precisávamos de terminar de organizar a casa pra receber nossos amigos e fazer a famosa feijoada. Gente, ficou uma delícia!!! Como combinado, não contamos nada pra nenhum amigo - aqui na Gringolândia é costume só contar sobre a gravidez depois do terceiro mês. Vamos tentar fazer isso, no início só contar pra nossa família.

Na festa de aniversário tivemos 3 convidados menores de 1,5 anos de idade. Eu estava com um deles no colo e uma amiga me pergunta se nós iríamos começar a produzir o nosso próprio bebê em breve. Eu respondia que sim, em breve, que estamos pensando... E por dentro eu me perguntava se eu estava ao menos vermelha por estar mentindo dessa forma. Mas acho que consegui fingir muito bem!

Neste momento estou escrevendo ao som do maridex roncando. Mas antes de dormir ele me disse que foi a melhor festa de aniversário que ele já teve. Não por causa da deliciosa feijoada que foi o maior sucesso, nem por conta do bolo de aniversário mais gostoso que ele já comeu na vida (sabor preferido dele: chocolate com laranja),  mas sim por causa da semente de melancia que está aqui dentro. Enquanto ele dizia isso fazia carinho na minha barriga. Morri de amor!







21 de setembro de 2013

Receita de pão de queijo

Eu nunca pensei em postar uma receita culinária aqui. Abre parêntesis: Ah, do jeito que falo até parece que esse blog é antigo, e na verdade ele completou seus 2 meses esta semana. Mas não é que eu não goste de cozinhar! Eu amo! As vezes pra mim é quase uma terapia, amo alimentar as pessoas, ver que elas gostam do meu tempero, amo comer da minha própria comida e as vezes me surpreender. A questão é que gosto de inventar e experimentar. Sendo assim sou a pessoa que menos segue receita. Isso vem um pouco da minha  mãe. É, tenho muita coisa comigo que vem dela. Eu cresci vendo a minha mãe cozinhar tudo de olho. Bolo, pão, biscoito de queijo, qualquer coisa. E por aqui faço assim também. Quando me pedem a receita de um bolo que fiz sempre digo que não dá, porque não sei nem o quanto de açúcar que coloquei.

Depois que me mudei pra Gringolandia eu tenho mais acesso a ingredientes que antes nem conhecia. Então vou no mercado oriental por exemplo e compro algo que nunca vi na vida. Chego em casa misturo com algum ingrediente brasileiro e fica uma delícia!

Mas hoje vou postar a única receita que eu sigo, que dá super certo e que eu faço sempre pra assar na hora e também estocar: o brasileiríssimo pão de queijo! É especialmente pra Deborah do Blog Das Aventuras de viver em outro país. Ela está no finalzinho da gravidez, esperando a Alice chegar. E se a Alice ainda não estiver mesmo chegado, a Deborah vai amassar esse pão de queijo e isso a vai ajudar a entrar em trabalho de parto. ;)

Ingredientes:


  • 500 g de polvilho doce (é a metade da embalagem que eu compro aqui)
  • 1 colher de (sopa) de sal (colher não muito cheia)
  • 300 ml de leite 
  • 150 ml de óleo 
  • 2 ovos grandes ou 3 pequenos
  • 500 g de queijo minas meia cura ralado (uso 1 embalagem do queijo ralado Mimoso que encontro aqui, mas uma vez fiz com parmesão mesmo)
  • óleo para untar
Colocar o polvilho com o sal em uma tigela grande. Eu uma panela aquecer o leite e o óleo. Quando ferver, escaldar o polvilho com essa mistura, mexer muito bem para desfazer pelotinhas. (Misturar bem é o segredo pra ele não ficar com gosto de polvilho cru. Cuidado na hora de mexer! Se você usar a mão pode se queimar. Eu sempre uso a colher até esse ponto. Só depois de colocar o ingrediente seguinte vou na mãozona). Acrescentar os ovos um a um, alternando com o queijo ralado e sovando bem após cada adição.  Untar as mãos com óleo, se necessário, e enrolar as bolinhas de cerca de 2 cm de diâmetro e colocá-los em uma assadeira untada com óleo. Lembrando que os danadinhos crescem, então eles devem ser espaçados um do outro. Levar ao forno médio (180ºC/365ºF), pré-quecido e assar por cerca de 30 minutos, até ficarem douradinhos. 


Eu sempre guardo uma parte do pão de queijo no congelador. Pra congelar é bem simples, basta colocar os pães de queijo em  uma forma que não precisa de ser untada. Deixe no freezer até endurecer. Assim que estiverem congelados tire um por um da forma e coloque em sacos plástico fechados como estes da foto abaixo. Na hora de assar é o mesmo esquema do fresco: basta colocar na forma untada, forno pré aquecido a 180ºC. Não precisa de descongelar antes, e vai demorar alguns minutos a mais que o fresco. 

O saco grande é de 4 L e o pequeno de 1 L. Esses 5 L de pães de queijo congelados fiz com a receita dobrada. A banana era só pra dar noção de tamanho.


Prefiro usar o polvilho doce, porque ele deixa o pão de queijo mais macio por dentro. Já o polvilho azedo é o do pão de queijo mais crocante. Não tenho certeza se essa receita funciona com o polvilho azedo, quando usei esse tipo de polvilho segui uma outra receita.  

Espero que gostem dessa receita! Faço sempre e deixo o maridex bem feliz e de pança cheia.

19 de setembro de 2013

A alegria de ir pro Brasil e a aventura biciclecística

Quero compartilhar aqui a minha alegria: vou pro Brasil em dezembro! Ehhhhh!!! Que feliz! Eu e maridex compramos as nossas passagens ontem. Ele ficará só 2 semanas e eu ficarei quase 2 meses. Se eu ir grávida será lindo demais! Se não, teremos que parar as tentativas por 1 ou 2 ciclos. Mas tudo bem, vale a pena! Vou aproveitar cada minuto com a minha família, minha linda sobrinha Alice e meus amigos. E a Alice está cada dia maior, quero muito vê-la de perto. A cada foto dela que recebo quase choro. É o preço de morar tão longe!

Nesse clima de saudade da Pátria Mãe resolvi ir de bicicleta hoje pra um supermercado brasileiro que fica a cerca de 8 km da minha casa. Uma grande aventura pra mim que sempre ando só no parque que vai direto de casa pro meu trabalho. Hoje peguei ruas movimentadas, trânsito pesado.

A ida foi tranquilo apesar do tráfego. Eu ia toda toda, me sentindo súper "bicicletera profissa" porque já consigo pedalar de calça jeans, não uso mais só calça tactel como eu usava no início. Daí passa por mim uma moça de vestido bem justo, meia calça e bota de cano longo. Ah, um dia ainda vou realizar o sonho de pedalar de vestido e bota. De repente começo a perceber a quantidade de descidas e já me preocupo com a volta, quando serão muitas subidas. Mas resolvo curtir o momento presente sem me preocupar com a volta, o que foi a melhor decisão que eu poderia ter tomado mesmo.

Na volta a pessoa aqui quase morreu nas subidas! Primeiro eu ainda sou fraca no pedal, segundo tinha o peso de todos os produtos brasileiros que comprei. Mas é isso aí, força na peruca! Cheguei a parar um momento pra tomar água e teve uma outra subida que desisti e fui pela calçada andando e empurrando a bike mesmo. Mas agora que cheguei em casa, com o rosto tão vermelho quanto a minha bicicleta, vi o quanto valeu a pena: tenho todos os ingredientes pra feijoada de domingo e pro pão de queijo que servirei de entrada. E temos guaraná também! Oh, delícia!!!

Alegria: Comprinhas que fiz no mercado brasileiro

16 de setembro de 2013

E eis que o 3° Ciclo não acabou ainda

No sábado de manhã contei no último post que a minha M desceu de forma completamente inesperada. Pois do mesmo jeito que "ela" veio ela foi embora. Parece que "ela" não foi a M coisa nenhuma, porque durou só uma manhã. No sábado a tarde teve só um muco meio rosado/marrom. E no domingo, nada mais. Então creio que este ciclo não acabou.

Como disse antes, estou bem tranquila, mas se eu engravidar este mês será o melhor presente de aniversário pro maridex. Se a M (a de verdade) não chegar até sexta, no fim de semana farei um teste de gravidez.

No domingo teremos uma festa de aniversário pro maridex aqui em casa. Convidamos 30 pessoas (teremos que pegar umas cadeiras emprestadas se vier todo mundo) e serviremos feijoada brasileira. Quero ver a gringaiada comendo pé e orelha de porco, rs! Essa festa está consumindo já o meu tempo, isso me ajuda também a relaxar sobre o assunto gravidez.

14 de setembro de 2013

3° Ciclo: consulta com a GO e surpresa estranha hoje

Eu pensei em escrever este post ontem a noite, mas o cansaço da pessoa aqui era tão grande que não deu. Cheguei do trabalho bem tarde, eu e maridex jantamos uma comidinha especial que eu fiz, assistimos um pouco de TV e capotei. Maridex teve que insistir muito pra eu colocar o pijama e escovar os dentes. Ele sabe o quanto escovar os dentes é importante pra eu ter uma boa noite de sono.

Foi bom eu deixar pra escrever sobre o 3° ciclo hoje, porque agora de manhã aconteceu algo que ainda to achando super esquisito. Mas vou falar do início do ciclo primeiro. No mês passado a M veio pra mim no dia 22. No dia 31 nos mudamos pro novo apartamento que é maior, mais bonito, numa vizinhança bem diferente da anterior. Basicamente todo mundo aqui tem ou gato, ou cachorro ou bebê (ou uma combinação desses itens). To amando! É claro que tem o trabalhão todo de organizar o nosso novo lar, mas mesmo com o cansaço namoramos no dia da minha ovulação e antes também - ovulei dia 06/09, que foi semana passada.

Na última quarta feira fui na minha ginecologista (GO) fazer o preventivo. Ela é a GO mais simpática e fofa que já vi. Foi uma amiga nossa que me indicou e adoro. Aqui na Gringolândia não temos que lutar por parto normal (normal é normal aqui!) e isso será assunto de um post que ainda vou escrever. Ela me garantiu que o exame não atrapalha uma possível gravidez - ufa! Após o preventivo contei a ela a  loucura que aconteceu nos meus 2 primeiros ciclos, e segundo ela todos os sintomas que tive pode ser que seja só hormonal, afinal não estou tomando AC depois de muito tempo. As recomendações dela pra agora são só ter relações sexuais durante o período fértil e continuar tomando o ácido fólico. 

No mais estava tudo indo bem, este ciclo não tive sintoma maluco de gravidez nenhum. Engravidar em setembro seria lindo demais, porque é aniversário do maridex. Mas estou tranquila, parece que não foi dessa vez. Até que esta manhã acordo linda e contente, vou ao banheiro fazer xixi (é muita informação, eu sei) e quando me limpo o papel vem cheio de sangue. E o vaso ficou todo vermelho também. WTF? A minha M deveria descer só na próxima sexta feira! Como assim ela vindo com 6 dias de antecedência? Alguém pode me explicar? A pessoa aqui está sem entender bulhufas!


10 de setembro de 2013

Fofocando sobre os pais da Nia

Ok, sei que ser mãe (e pai) é cuspir pro alto e ter aquele cuspão caindo no meio da nossa cara. Já sei disso, leio nos blogs, converso com as pessoas que tem filhos e sei que isso vai acontecer comigo um dia. Mas tem certas coisas que eu pretendo fazer (ou não fazer) quando o pimpolho pintar por aqui.

Aqui em Boston temos alguns amigos próximos que estão com filhos entre 5 meses e 3 anos, e eu acho o máximo observar a experiência dos outros pra depois ter a minha própria, porque assim vejo claramente o que quero fazer igual e o que quero fazer bem diferente. Além, é claro, de que vamos ganhar várias coisas bebezísticas - eles já nos falam que quando eu engravidar não precisaremos de comprar tudo, vamos ganhar um montão de coisas...Obaaa!

Um dos casais de amigos que já tem neném moram pertinho da nossa casa nova, o nome da neném é Nia. Ela tem pouco mais de um ano e é o típico bebê Johnson, olhinhos azuis, bochechas rosadas, súper sorridente, uma fofa. Mas tem tanta coisa que os pais dela fazem que eu e maridex vamos fazer diferente. Pra começar a mãe é chamada por todos os nossos amigos de germaphobic. Ela tem um medo obsessivo de germes, doenças e coisas assim. Então depois que a filha nasceu eles compraram vários potes de álcool em gel e deixaram um em cada cômodo da casa. Toda vez que alguém chegava para visitá-los, quando pedia pra segurar a Nia ou simplesmente tocá-la (sim, porque aqui na Gringolândia ninguém toca em você ou no seu bebê antes de te pedir permissão) a mãe mandava a pessoa ir no banheiro lavar as mãos com sabão e depois higienizar com álcool em gel. É claro que todo mundo sabe que é recomendável ter as mãos limpas pra pegar um bebê. Quando as pessoas pediam pra tocá-la elas basicamente já tinham ido ao banheiro lavar as mãos antes. Mas não era suficiente, tem que passar álcool! Eu quero ser menos neurótica que ela.

Aqui em Boston temos as 4 estações bem definidas: primavera, verão, outono e inverno frio pra caralho. A Nia nasceu durante o verão do ano passado. Ter filho durante o calor pra mim seria uma bênção, mas pra mãe da Nia foi horrível. Elas simplesmente não saiam de casa. Durante os primeiros 3 meses de vida da Nia eu as visitava praticamente toda semana pra levar comida (como ela estava com neném pequeno, ela nunca cozinhava e por isso eu fazia comida em dobro em casa e levava pra eles). Um dia eu cheguei e a mãe me disse que fazia exatamente 7 dias que ela não colocava os pés fora de casa. Nem pra ir no mercado a 2 quarteirões, nem pra ir no jardim colher manjericão: pra nada! Ela teve 3 meses de licença maternidade (o que aqui na Gringolândia é considerado muito!) e durante esse tempo ela ficou com a Nia trancada dentro de casa com o ar condicionado ligado. E ela ainda me disse que ter filho no verão é muito difícil, porque é muito quente. Alô?!? Eu sou brasileira, do Planalto Central, onde é sempre  verão! É claro pretendo sair de casa durante o o calor com o meu bebê - melhor que sair com 1 metro de neve lá fora.

Mais uma coisa que pra mim é um erro: a Nia não tem liberdade de ficar no chão. Ela sempre está no colo do pai ou da mãe. Por isso duas coisas aconteceram, primeiro a Nia não vai no colo de qualquer um e segundo, ela demorou muito a aprender a engatinhar. Então quando a mãe está perto e outra pessoa segura a Nia no colo ela chora, porque ela está acostumada a ficar só com a mãe superprotetora e o pai. Estávamos num chá de bebê e a Nia foi com a mãe. Como ela queria almoçar, me pediu pra segurar a Nia por 5 minutos enquanto ela almoçava, foi só 5 segundos e a bebê começou a chorar. Quanto a engatinhar, ela aprendeu com exatamente um ano, e foi num dia que os pais a deixaram na casa de uma tia da mãe da Nia. Ela só aprendeu quando estava longe dos pais por uma tarde, minha gente! Porque os pais não a davam liberdade pra ela ficar no chão e aprender. E semanas após ela aprender, ela sempre queria ficar no chão para engatinhar mas a mãe não deixava, por medo de germes, eu acho.

Como somos quase vizinhos agora, os pais da Nia sempre nos visitam durante o dia nos fins de semana, mas nunca a noite. Na semana passada perguntamos a eles quando poderemos fazer um jantar pra eles aqui em casa. Resposta: qualquer dia que seja antes das 6 da tarde, o que é muito cedo pra gente. É porque a Nia vai pra cama 8 da noite e eles não podem nunca sair juntos com ela e ficar fora até esse horário. Ela só dorme em casa, não pode e não consegue dormir no carrinho por exemplo. Os pais a acostumaram desse jeito.

Sei que este post já está meio grande, mas deixei a pior parte pro final. Todo mundo que eu conheço dá banho nos nenéns todos os dias. Normal, né? Pois a Nia desde bebezinha só toma banho 2 ou 3 vezes por semana. Gente, pra mim isso é o fim! Tenho até dó dela! Quando ela era pequenininha a cabeça dela tinha muita casquinha, tipo uma caspa formando uma crosta. E o pescocinho estava sempre sujo. Ai, que agonia que me dava! A mãe me contou que banho não era todo dia e eu fiquei calada. Não adianta discutir com ela, porque ela é uma muito chata doutora em microbiologia. Não adianta porque não vou mudar a cabeça dela. Ela acha que sabe tudo e tem razão sempre. Mas eu falo pro meu marido como será o esquema aqui em casa: banho no neném todos os dias sim! Até hoje a Nia tem os dias da semana que ela toma banho. É claro que um dia ou outro tudo bem não dar banho. Mas sempre?? Ah não!

Todas as vezes quando eu e maridex encontramos esses amigos com a Nia sempre quando saímos eu falo pra ele em português (que ninguém vai entender mesmo): "Meu bem, presta bem atenção no exemplo da Nia. Nós vamos fazer diferente, tá?!" Como tenho um ótimo marido, ele sempre concorda.




6 de setembro de 2013

A bicicleta e meus medos herdados

Comprei uma bicicleta. Ela é modelo cruiser vermelha e busquei hoje essa que será o meio de transporte principal entre a minha casa e meu trabalho. Estou empolgada, mas ao mesmo tempo com medo. Medo de bicicleta?? Vocês devem estar se perguntando. Pois é, esse é um dos medos que eu herdei da minha mãe.

Aproveitando a quase anonimidade deste blog posso escrever uma centena de posts sobre a relação as vezes um pouco complicada que tenho com a minha mãe. Aliás, a Claudia, do blog Projeto de Grávida,  escreveu um post lindo que me fez chorar contando sobre a experiência dela (aqui).

Com 17 anos me mudei de cidade pra fazer faculdade e isso fez melhorar muito a nossa relação mãe/filha, mas ainda assim ainda tínhamos algumas brigas, principalmente quando eu passava mais de 1 semana na casa dos meus pais. Uma vez li que o filho mais velho é geralmente o que tem mais neuras e problemas que herda dos pais, porque a pressão é maior. Acho que é verdade. Eu sou a mais velha de 4 irmãs e digo que a bicicleta é prova disso.

A minha mãe não sabia andar de bicicleta. Quem a ensinou fomos eu e a minha irmã, depois que ela já tinha mais de 40 anos. Acho que porque ela tinha medo de bicicleta, ela nunca deixou a gente andar na rua. Eu até tinha uma bicicleta legal, mas só podia pilotá-la na fazenda, nos fins de semana. Na cidade nem pensar! Muito perigoso! Cresci e até hoje tenho esse medinho. Mas esta semana decidi que este é o momento certo pra eu lutar contra ele, já que estamos no finzinho do verão (no inverno não dá pra usar a bicicleta, definitivamente) e da minha nova casa até o meu trabalho tem uma ciclovia. Então agora é hora de pedalar!




2 de setembro de 2013

Sapatinho lindo de bebê

O que tem de brasileiros que gostam fazer compras aqui na Gringolândia não tá escrito! Todo mundo adora! E quem não vem pra cá pede pra quem vem levar as encomendas. Aliás, essa é a coisa que mais me dá trabalho e raiva quando eu vou pro Brasil. Todo mundo, até o tio do amigo do primo da vizinha da minha irmã pede pra eu levar coisas. E as vezes me pedem um dia antes de eu embarcar.

Coisas de bebês valem super a pena comprar aqui! Por isso é moda comprar o enxoval em Miami. O carrinho da minha sobrinha Alice foi comprado aqui e eu levei comigo a última vez que fui ao Brasil. Roupinhas, acessórios, brinquedos... Enfim, aqui é ótimo pra compras! Mas tem algumas coisas que aqui não tem. Uma delas é sapatinho bonito pra bebês (hum... pra mulheres também!).

Tenho uma amiga espanhola que mora aqui e ela tem muito bom gosto. Ela é sempre muito elegante e o filhinho dela de 5 meses é fofíssimo e tem as roupas mais legais. Tudo comprado na Europa, onde é mais caro que aqui, mas tem coisas diferentes das americanas. Na semana passada eu, ela e o pequeno fomos almoçar num restaurante. Eles tinham acabado de chegar da Espanha, e ele estava todo lindo com umas sandálias de couro brancas. Super fofo! Uma senhora reparou nas sandálias e perguntou onde a minha amiga as tinha comprado. Muito educada, a minha amiga disse que comprou na Espanha, em Menorca, onde é típico esse tipo de calçado de couro. Não é que a senhora desdenhou das sandálias? Ela disse mais ou menos assim: "É, elas são bonitas, mas não devem ser boas!" E depois disso ela virou as costas e foi embora. Alô, educação?? Cadê você? Só me restou rir disso depois, junto com a minha amiga.

As pessoas aqui geralmente são muito polites (bem educadas) no geral. Se alguém esbarra em você sempre pede desculpas. Mas gente doida e sem noção aqui tem demais! Não sei se essa senhora (que parecia ser uma pessoa bem normal) ficou com inveja de não ter uma sandália tão bonita ou se ela tem problema com a Espanha. De toda forma, foi sem noção demais!