30 de julho de 2015

(Quase) Tudo passa. (Quase) Tudo passará.

Um casal de amigos veio aqui em casa com seu bebê de poucas semanas. Era o primeiro jantar fora de casa depois do nascimento do primogênito. Mas o jantar foi um fiasco! O bebê chorou muito, precisou de muito colo, muito peito, e ainda assim ficou inconsolável por alguns minutos. A mãe então achou que nunca mais poderia jantar fora pelo resto da sua vida. Logo ela que adora sair pra jantar...

Isso ocorreu em março, e depois disso já jantei fora com esse casal. Aí pensei em como o mantra "vai passar" é verdadeiro e lembrei de algumas coisas que já vivemos aqui.

Quando a Liana era recém nascida ela só dormia sendo balançada no colo. E não era qualquer balanço! Tinha que ser o balanço inventado pelo maridex. Era muito estranho! Cheguei a ouvir que ela dormiria só sendo balançada pra sempre. Imagina só uma mulher de 40 anos que tem que ter alguém a balançando pra dormir! Sinistro! Pois é, essa fase passou.

Quando ela tinha mais ou menos 5 meses ela só mamava peito se o ambiente tivesse calmo. Se eu conversasse com alguém, nada feito. Ou peito, ou conversa. Telefone? Nem pensar. Até claridade excessiva chegou a ser um problema nas mamadas. Tive um pouco de medo de que eu tivesse fazendo alguma coisa errada, até que a minha mãe me contou que na idade dela eu tinha o mesmíssimo problema. Fiquei mais tranquila, afinal eu sou uma pessoa praticamente normal e tive essa coisa característica quando era neném. E sim, isso passou, a Liana passou a me permitir dar de mamar em locais claros e mesmo com barulho.

Teve também a fase de só dormir mamando peito comigo em pé, e dançando ainda por cima. Pois é, morri de medo de ter que amamentar assim pra sempre. Imaginei ter que dançar carregando um ser de de 20 kg pendurado no meu peito. Mas isso passou, e ainda bem que durou pouco tempo essa moda.

Assim que começamos a introdução de sólidos também introduzimos a água. Mas a gente sempre que tinha que oferecer e segurar o copo pra ela beber. Mesmo o copo que tem uma alça pra ela segurar, ela não segurava. Até que um dia ela resolveu pegar o copo sem ajuda, e mesmo sem eu ter oferecido.

Aprender a caminhar é uma coisa interessantíssima. A Liana começou a escalar coisas, como sofá, e ficar em pé com apoio desde muito cedo. Todo mundo falava que em breve ela iria andar. Mas nada! Parecia que o dia que ela daria os primeiros passos unca chegaria. Mas enfim chegou! Ela deu uns passinhos toda desengonçada, mas demorou a vir a segurança. Ela mais parecia um zumbi do The Walking Dead. Faz só alguns meses que ela anda, mas a fase de caminhar como um zumbi já passou.

Quando cortei glúten e leite da minha dieta eu não me toquei que seria algo passageiro. Mesmo porque eu não vou amamentar a Liana até os 80 anos... Mas cortei todo e qualquer alimento com leite e glúten e na minha cabeça essa restrição seria pra sempre. E antes de cortar eu pensava que seria a coisa mais difícil da minha vida, que eu iria emagrecer horrores, ficaria só pele e ossos. Mas foi muito mais fácil que eu pintei. Depois de 5 meses sem nada de farinha de trigo, com o acompanhamento da pediatra eu voltei a ingerir esses alimentos aos pouquinhos e hoje já estou comendo tudo normalmente. Até a Liana está comendo. Quando voltei com o leite também foi tão bom! Comi uma pizza e quase tive um orgasmo! Maridex ficou até com ciumes daquela massa com molho de tomate, uns recheios e queijo, muito queijo em cima.

Isso na verdade é assunto para um outro post, tive que cortar o leite da minha dieta novamente porque a Liana apresentou sangramento nas fezes, e estamos ainda investigando. Mas o fato é que hoje vejo de forma tão clara que essa fase de dieta vai passar. Até hoje a Liana não dorme muito bem a noite. Muitas noites ela acorda 3 vezes ou mais. Mas eu digo pra mim mesma que isso vai passar. Tá demorando, mas passará.

Tudo passa. Por isso mesmo nos dias de cansaço extremo, com raiva porque a Liana jogou frango e arroz no chão que estava limpinho, lembro que amanhã ela estará maiorzinha, não vai jogar comida no chão, mas também não será mais a minha pequena Monstrinha. Tenho que aproveitar cada segundo com ela porque ela cresce rápido demais, desenvolve, muda. As fases passam. Mas o amor fica. Ah sim, esse só cresce!

8 de julho de 2015

Como foi a nossa viagem de férias

No último post falei sobre como é viajar de avião com a Liana. Agora voltei pra contar um pouco como foi a nossa viagem de férias. Nós ficamos fora por 17 dias e fomos pra 4 países diferentes nesse tempo. Sim, nós somos meio loucos! Pra falar a verdade eu estava morrendo de medo da viagem porque eu achava que era lugar demais pra irmos com uma bebê de 12 meses. E foi! Mas deu certo e foi tão lindo!

O plano inicial era irmos pra Itália. Temos um casal de amigos que estão morando em Milão e queríamos muito ir pra vê-los, apresentar a Liana para o filho deles de 2 anos (aha, quem sabe rola um namoro mais tarde, rs?!), comer muita massa e gelato, praticar nosso italiano que era quase zero antes, e passear por lugares lindos. Mas não tem como ir pra Europa e não visitar a tia do maridex, então acrescentamos a Inglaterra. Também temos uma amiga brasileira e uma americana que vivem na Suiça, então planejamos passar um fim de semana por lá pra encontrar com ambas. Assim que fomos comprar as passagens vimos que pela Iceland Air poderíamos fazer uma conexão longa na Islândia sem pagar nenhum custo adicional. Então decidimos dar uma parada lá, ficar apenas 2 dias antes de irmos pra Inglaterra.

Dos perrengues:

- A mudança de fuso horário enlouqueceu a Liana. Na primeira parada, Islândia, eram 4 horas a mais, depois fomos pra Inglaterra onde eram 5 horas a mais e por fim Suiça e Itália, 6 horas a mais. Foi bom a ordem que fizemos, para a diferença de horário ir aumentando, mas ainda assim as primeiras noites foram caóticas. Era meia noite na Islândia e a Liana não queria dormir de jeito nenhum porque pra ela ainda era 20 hs, e ela costuma ir pra cama às 21.

- Pra piorar a situação, durante o verão na Islândia nunca escurece. O sol até se punha por volta da meia noite, mas ficava ainda claro a noite inteira. Até o sol voltar com tudo as 4 da manhã. O apartamento que ficamos tinha cortina, mas havia umas frestinhas por onde entrava um pouco de claridade de fora. Isso dificultou muito o sono da Liana.

- Na Inglaterra ainda tivemos noites difíceis, mas no final da nossa estadia por lá a Liana finalmente se acostumou com o fuso horário diferente. Adotamos tanto lá quanto na Suiça a rotina de almoçar ao meio dia, ela sonecava após o almoço e o jantar era por volta das 19 horas. Perfeito! Até que fomos pra Itália e lá o jantar era sempre às 22 hs, e o almoço também mais tarde. Por conta de ser tão tarde a Liana sempre estava muito nervosa e cansada tanto pro almoço quanto para o jantar. Sempre antes de jantarmos era muito choro e a Liana praticamente não conseguia comer.

- A solução pra esses momentos era muito colo e peito. Ela mamou muito mais do que ela estava mamando antes de viajarmos. Ficamos na Itália com nossos amigos, alguns dias hospedados na casa deles e outros viajamos juntos e ficamos em hotéis. A diferença de criação chegou a ser um problema. A nossa amiga não amamentou o filho e ela achou muito estranho a Liana não comer direito e ainda mamar peito sendo já tão velha (oi?!?). Ela chegou a me dizer que achava que a amamentação era uma etapa que devia ser encerrada logo. Com muita paciência eu disse que pretendo amamentar até os 2 anos, que eu gostava muito de dar mamá, que era muito bom pra mim e pra Liana, que o peito não é só comida, é um carinho, um aconchego. Como eu amamentava toda hora e a nossa anfitriã tem um filho e está grávida do segundo, ela me perguntava muita coisa sobre amamentação, e ela ficou chocada com a quantidade de comida que eu comia. Sério, éramos 4 adultos e eu era a que comia mais. Comi como um ogro num corpinho que veste 36. Ela não compreendia como isso era possível.

Das maravilhas:

- Passear com a Liana foi muito legal e ela no geral se comportou muito bem. Também foi gostoso podermos visitar com ela tantas pessoas queridas.

- Eu fiquei muito receosa de colocar a Islândia no roteiro, mas foi uma das coisas mais incríveis que fiz na minha vida: tomamos um banho quente num riozinho natural e em nossa volta tinha neve de tão frio. E a nossa Monstrinha curtiu bastante!

- Ficar poucos dias em lugares diferentes quebra muito a rotina e é dificil para o bebê, mas para ser mais fácil alugamos apartamentos em algumas das cidades que fomos, e isso ajudou bastante: podermos preparar o nosso café da manhã, fazer o nosso próprio horário sem se preocupar com horário em que é servido o café da manhã. Ficar na casa da tia do maridex também foi ótimo, lá tivemos uma rotina muito bacana e nos sentimos em casa mesmo.

- A comida italiana foi tão boa! A Liana praticamente não comeu, mas eu comi pra caramba, tomei gelato todos os dias e o gelato de nutella talvez seja o sorvete mais gostoso que já tomei. Ou talvez o segundo mais gostoso, é difícil decidir entre ele e o de doce de leite da Freddo que tomei na Argentina.

Viajar com criança é difícil, sair da rotina é complicado, mas acredito que vale muito a pena. Acho que é enriquecedor tanto para nós adultos quanto para as crianças. Todas as viagens que fazemos com a Liana noto que ela se desenvolve demais. Nós viajamos com uma bebê e voltamos praticamente com uma adolescente!

Aqui algumas fotos com um pouquinho das nossas férias em família:


Fazendo trilha na Islândia


Banho quentinho com direito a tratamento estético

Voltamos com a aparência de 10 anos mais jovens depois de usar o barro do vulcão islandês


Aprendi a cozinhar ovo com o vapor de vulcão



Comemos os ovos cozidos no vulcão e aprovamos!

Depois de tanta aventura, Liana dormiu dentro da mochila


Já na Inglaterra, o maridex fez uma coroa de margaridas pra Liana

Quem diria, na Inglaterra a Liana encontrou uma rede preguiçosa pra deitar!

Na Suiça: a Bela e a Fera

Olha a foto! Em Basel, na Suiça

A Catedral de Milão ao fundo

Na Bela Itália

Montando o leão que fica em frente da Catedral de Genova

Família feliz num dos últimos dias de viagem, em Genova



1 de julho de 2015

Como é viajar de avião com a Liana

Há muitos dias queria vir aqui contar como foi a nossa viagem de férias, com todos os seus perrengues e maravilhas. Mas foi tão complicado voltar aos eixos depois de retornarmos pra casa. Foi muito difícil para a Liana se acostumar com o fuso horário daqui de Boston, já que estávamos num fuso horário de 6 horas mais tarde. E tudo fica mais difícil pra Liana com seus 2 molares nascendo, e ainda mais tendo tomado 3 vacinas dois dias depois de chegarmos. Dá pra imaginar o caos que foi né? Mas aquele mantra tá certo, tudo passa. Ufa!

Tanta coisa vivemos nessa viagem, foi tão intenso pra nós três, que eu poderia escrever 5 posts aqui pro blog. Sério! Hoje quero contar um pouco sobre como é viajar de avião com a nossa Monstrinha e talvez depois eu escreva outro post sobre alguma coisa da nossa viagem mesmo.



Começamos as nossas férias assim: vendo o sol se pôr a meia noite (!!) nesse voo pra Islândia


Em 13 meses de vida a Liana já pegou 21 voos, alguns deles bem longos, durando mais de 5 horas. Ela já voou só comigo, já foi de classe executiva em poltronas que viram cama, já teve febre alta durante um voo internacional, já fez amizade com um comissário de bordo divertido, já dormiu num bercinho pendurado na parede do avião e eu tive que tirá-la por ordem da aeromoça por causa de uma turbulência. Eu poderia até dar muitas dicas sobre como viajar bem com o seu bebê, mas cada criança é diferente, o que funciona comigo pode não dar certo com outros pais. Cada um conhece a sua cria, sua personalidade, gostos e comportamento.

A Liana viaja muito bem de avião. Aliás,  avião, metrô e barco pra ela são ok. Carro é que sempre foi um problema!  A primeira vez que viajamos com ela eu fiquei toda preocupada enfiando o meu peito na boca dela durante a decolagem pra não dar dor de ouvido. Mas ela não quis e percebi que ela não é como eu, que sempre tenho que mascar chicletes para evitar a dor de ouvido na decolagem e no pouso. Eu viajo muito, mas ainda assim tenho um pouco de medo. Nas turbulências o meu pouco de medo vira pavor, mas eu digo que to aprendendo a me acalmar pra não passar isso pra ela. Mas na realidade é a minha Monstrinha que me acalma. Eu fico abraçadinha com ela e meu pânico passa.

A Liana é uma bebê extremamente sociável. Ela ama gente e nunca teve medo de pessoas estranhas. Agora ela tá numa fase de ter vergonha, mas ainda assim ela adora quando outras pessoas dão atenção pra ela. Ela fica olhando pra pessoa, sorri, espera até a pessoa olhar de volta. Quando isso acontece ela se esconde mas adora e fica nessa brincadeira de sorrir e se esconder. Quando estamos em um aeroporto ou dentro de avião é muito fácil entreter ou acalmá-la. Basta alguém dar atenção pra ela e pronto, ela fica feliz! Geralmente perto do nosso assento sempre tem alguém que gosta de bebês. Num dos voos de volta dessa viagem estávamos de primeira classe (compramos com milhas!) e não tinha ninguém perto do nosso lugar. Então dei várias voltinhas com ela e encontramos pessoas bem simpáticas que deram atenção pra ela. Isso resolveu!

Alguns bebês dormem muito fácil, mas a Liana não é dessas. Ela gosta de ficar zanzando pela aeronave e desde muito pequenininha se amarra em ficar olhando as pessoas e "conversando" com elas. Por isso para viajar com ela eu prefiro sentar no corredor justamente pra podermos passear e ir no banheiro no caso de necessidade. Na janela podemos dormir mais confortável e ter mais privacidade pra amamentar. Mas eu não me importo muito em mostrar minhas peitolas produtoras de leite e não conto com a ideia de que ela vai dormir durante a viagem.

O problema é quando eu não estou com pique para ficar andando pelo avião com uma neném no colo, ou ainda tendo que segurar a sua mão pra ela ficar andando. Isso aconteceu no voo de ida. Eu estava um caco por ter ficado acordada na noite anterior até as 2 da manhã pra terminar de fazer as malas. Mas a Liana não deu trégua, queria passear comigo, e não com o pai dela. Sim, essa pode ser uma dica legal pra quem vai viajar com bebê: faça as malas com bastante antecedência e descanse ao máximo antes de pegar um voo longo com a sua cria.

Outro dia eu vi na minha timeline do facebook que um amigo postou uma matéria sobre como é legal viajar com filhos pequenos. Li e adorei. Eu ia comentar o post mas não consegui porque um amigo dele comentou algo completamente descabido. Ele disse que achava que criança pequena não deveria fazer viagem internacional. Pra evitar a fadiga eu fiquei na minha. Mas o que pensei é que a Liana viaja muito bem, ela é linda, sempre arranca sorrisos por onde passa e é muito mais simpática que esse sujeito que disse algo tão esdrúxulo. Se ele odeia tanto crianças é melhor ele não pegar ônibus, metrô, trem, avião ou andar na calçada. Fica trancado em casa pra não encontrar nenhum bebê. Existem pessoas assim no mundo, mas elas são excessão. A maioria entende que bebês choram e que os pais nem sempre tem culpa se o filho faz barulho durante um voo. Por isso não devemos nos cobrar tanto quando pegamos um voo com nossos bebês, e nem ficar pensando que estamos atrapalhando todo mundo. Acho que devemos tentar não atrapalhar ninguém, é claro, mas temos que ter paciência, jogo de cintura e flexibilidade viajando com nossos pequenos. E pra quem está viajando perto dos pais com as crias, um pouco de empatia ajuda!

Se você está na dúvida se vai ou não viajar com sua cria, viaje sim! Se você gosta de viajar, faça com seu filh@ desde pequenin@. El@ não se lembrará de nada das viagens quando el@ ficar mais velh@, mas será legal rever as fotos com el@, e se lembrar dos momentos deliciosos que passaram viajando, ou mesmo das dificuldades enfrentadas. Viajar é uma das minhas coisas favoritas no mundo e eu quero passar isso pra Liana, e também viver isso com ela desde cedo. Quem sabe quando eu estiver bem velhinha ela ainda terá paciência pra viajar comigo?


Foto antiga da Liana viajando de avião com 7 meses