20 de maio de 2015

Comunicação de Eliminação: o bebê usando o banheiro desde cedo

Pelo título deste post, provavelmente você deve estar se perguntando que loucura é esta de levar um bebê pra usar o banheiro? Calma, é possível sim, vou explicar tudo do comecinho. E já vou avisando que neste post falarei muito sobre fezes de bebê.

A primeira vez que ouvi falar desse método foi a mais de 6 anos atras, quando a minha afilhada linda nasceu. Mas eu vi ele ser aplicado na prática e não soube desse nome comunicação de eliminação. Eu estava visitando a minha comadre, a bebê tinha cerca de 2 meses de idade. De repente a mãe olha pra bebéia e me diz que está na hora de levá-la pro banheiro. Eu segui as duas pelo corredor, fiquei na porta do banheiro olhando e não acreditei no que vi. A pequena estava fazendo seu cocozinho na pia. Que coisa fantástica! Minha comadre me explicou que não era mágica, ela apenas estava fazendo o que a mãe dela fez com ela e seus irmãos. Ela me explicou como ela percebia quando a bebê queria fazer cocô e simplesmente a levava ao banheiro. Mas na época pensei que as duas fossem muito especiais e sincronizadas para conseguirem isso. A minha afilhada devia ser mais inteligente que todos os outros bebês...

Passam-se os anos e quando eu engravidei fui pesquisar sobre o tal método que a minha comadre e sua mãe utilizaram. Ele é muito utilizado em outros lugares, como em alguns países da África. O nome explica muito bem do que se trata: comunicação entre a mãe ou o cuidador com a criança. E pra isso acontecer não é preciso que a criança tenha inteligência acima da média e nem que a mãe seja uma vidente. O que acontece é que os pais vão aprendendo a perceber os sinais que o bebê dá, e aprendemos como o bebê funciona.

Não sou uma expert no assunto, mas quero deixar aqui um relato de como está sendo na minha família, com a minha filha. Vale dizer que com cada criança é diferente. É importante que o cuidador conheça como é o bebê. Na verdade aplicando o método a gente vai conhecendo nossa cria mais e mais a cada dia.

Eu li sobre esse método durante a minha gravidez e decidi que iria começar a implantar o mais cedo possível com a Liana, mas sem muitas expectativas. No primeiro mês de vida não conseguimos fazer,  na verdade nem tentamos porque tivemos visitas em casa e também tudo ainda era muito novo pra gente. Nas primeiras semanas a Liana fazia cocô em vários horários diferentes, muitas vezes durante o dia e a noite também. Com cerca de um mês de idade eu percebi, antes de começar a implantar o método de fato, que a minha bebê parou de ter cocô na fralda durante a noite e sempre fazia seu primeiro cocô do dia logo depois que ela acordava de manhã. Com um mês de vida começamos então a levá-la para o banheiro logo depois que ela acordava. Foi facinho, ela começou a fazer o numero 2 de manhã todos os dias no banheiro. Durante o dia eu percebia alguns sinais: ela para o que está fazendo e fica quietinha, solta uns peidinhos, faz uma carinha engraçada característica. Fui aprendendo também que a Liana costuma fazer cocô um pouco depois de acordar das suas sonecas. Geralmente ela faz 2 ou 3 vezes por dia.

No início, antes da introdução de sólidos na dieta da Liana era assim: como o nosso banheiro tem uma bancada grande na pia, lá deixamos uma toalha de banho dobrada pra ser o local onde a Liana ficava para evacuar dentro da pia. Ela ficava lá deitada e eu segurava as suas perninhas e esperava o momento que ela fosse fazer cocô. E lá eu brincava com ela, cantava, conversava. E também eu massageava a sua barriga, sempre no sentido horário. Aprendi num curso de massagem pra bebês que as mãos devem massagear com carinho, mas firmes. As vezes demorava muito até ela fazer o serviço dela, as vezes ela não queria fazer.  Rapidinho ela aprendeu que ali na pia era o local de fazer cocô. Então eu percebia que ela até fazia força, e muitas vezes saia tanto o número 2 quanto o 1.

Desde o início, sempre que ela faz numeros 1 e 2 no banheiro, a gente incentiva, bate palmas pra ela e parabeniza. Ela entende que é algo positivo. Mas quando ela faz na fraldas nunca brigamos ou chamamos a atenção dela. Ela não pode ser punida por não ter feito no banheiro, e isso é muito importante.

Antes da introdução de sólidos, as fezes do bebê são mais líquidas e não tem mal cheiro, por isso na pia é tranquilo. Era só dar uma lavadinha após ela usar. Mas depois que a Liana passou a comer alimentos aos sete meses a mudança foi drástica. Aliás, como um ser tão lindo e pequeno consegue cagar tão fedido?! Como ela já ficava muito bem sentadinha, resolvemos que era hora de usar o vaso sanitário. Compramos um pequeno assento de colocar em cima do vaso, e que dá pra usar como peniquinho também no chão, é só dobrar as laterais de forma diferente e colocar uma sacola ou recepiente em baixo.

Na primeira vez que ela foi pro vaso ela demorou alguns segundos pra entender que aquele era o novo local pra ela fazer seu cocozinho. Mas acho que por ser no banheiro que ela já conhecia, ela logo entendeu. Ela fica sentadinha lá e eu (ou o maridex) fico na frente dela, sentada num banquinho, conversando e brincando com ela. No banheiro já tem os brinquedinhos que usamos pra essa hora. Eu particularmente acho muito lindo ela em cima do troninho! As vezes, assim que a coloco, ela já faz o que tem que fazer. As vezes demora um pouco. É legal que ela avisa quando não tem nada pra fazer lá e quer descer, dando os bracinhos e resmungando.

É comum passarmos semanas sem termos uma só fralda com fezes. Mas é claro que temos "acidentes". Digo que aqui há 3 tipos de cocô na fralda: o inesperado, que veio completamente sem aviso (ou pelo menos sem que eu tenha compreendido ou visto os avisos); o fora de casa, porque quando estamos fora é muito mais difícil; e o da preguiça, que é quando eu até sei que eu devo levar a Liana pro banheiro, mas estou muito cansada proscratinando ou ocupada fazendo alguma coisa e depois é sempre pior, porque fralda suja de cocô é complicado! Se vaza então? Vixi! Pois é, hoje estamos tão acostumados a não ter que limpar muitas fraldas sujas de cocô que achamos uma trabalheira quando acontece.

Estou gostando muito de aplicar este método com a Liana. Não é difícil de forma alguma, e tenho certeza que quando chegar a hora do desfralde será muito mais fácil pra ela e pra mim também. O aprendizado é fantástico, e vejo que eu estou conhecendo muito a minha filha de uma forma simples e profunda ao mesmo tempo.

Se você achou bacana esse método e tá em dúvida em fazer ou não. Faça sim! Comece sem muita expectativa, mas tente. Com o tempo você vai aprendendo muito sobre o seu bebê. E quando começar? Quanto antes melhor! Eu recomendo demais! 

13 comentários:

  1. Meu Deus, Rita!!!
    Que maravilhoso...eu sempre fui fã desse método, mas me desanimaram tanto dizendo que seria trabalhoso e eu deixei pra lá.
    No segundinho vou fazer com certeza, vou levar sua experiência como exemplo e deixar os mexeriquentos pra lá.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Mariana, vou te falar uma coisa: nunca dê ouvidos a pitaqueiros pessimistas! Eu estou de prova: não é trabalhoso não. É fantástico ver a minha monstrinha cagando no vaso! Acho lindo! #ALouca

      Excluir
  2. Com o Dan eu não tentei porque jamais tinha ouvido falar. Somente depois de ler tanto sobre maternidade é que descobri essa e outras curiosidades. Vamos ver se com o bebê a gente tenta...
    Beijos pra vcs!!!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Faça mesmo, Myriam! Tenho certeza que dará certo sim e você vai amar fazer. Quando eu estava grávida maridex duvidava que daria certo. Mas deu!

      Excluir
  3. Amei o post!!!! Eu nunca tinha ouvido falar desse método, mas com certeza vou tentar aplicar com o meu bebê que está a caminho. Beijos!!!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Lyanna, é vivendo e aprendendo né?! E como é bom aprender coisas novas e boas! Beijos!

      Excluir
  4. Rita, nunca tinha ouvido falar, mas achei fantástico, vou tentar com a Bia. Muito bom!
    Bjus***

    ResponderExcluir
  5. Me invade o mesmo sentimento que vc teve quando viu a interação entre sua comadre e a filha dela que, aos dois meses, ia (era levada) pro banheiro fazer cocô: a Liana também deve ser mais inteligente que a média das crianças! Isso é incrível! Eu ainda não tinha lido nada a respeito. Mas deu pra entender que, uma vez estabelecida uma rotina (de cocôs), é possível sim fazer esse ensinamento.
    A nossa experiência não começou muito boa por um motivo: distração. Eu já sei que a minha Elis faz cocô de manhã cedo, depois que acorda e toma sua primeira mamadeira. Então resolvi tentar sentá-la no penico sem fralda esse horário (pelo menos esse horário, já que no resto do dia não estamos juntas - depois disso, só à noite). Ela ganhou um penico de presente de aniversário que parece mais um fliperama (sabe como é? Aquelas máquinas de jogos?). O negócio é bonito, colorido, tem o formado de uma latrina mesmo, mas tem botão de descarga que canta musiquinha e acende luzes. Daí que Elis levanta do penico pra ver todas as atrações que ele tem, agacha no chão e faz ali! Hehehehe Trocamos depois por uma coisa mais simples: só um assento mesmo, cor de rosa. Mas mesmo assim, ela não tem paciência de ficar sentada e "fazer acontecer". Acho que vamos ter um trabalhinho no desfralde...
    Parabéns pelo sucesso!
    Bjs

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Naty, em primeiro lugar, muita paciência e tranquilidade. Que bom que você já aposentou o penico fliperama. Ele com certeza mais atrapalha que ajuda. A Elis tem que se sentir confortável e devagarzinho ela vai aprendendo a usar o banheiro. Será que você poderia usar o banheiro com ela junto? Criança adora nos imitar, talvez isso ajude. Por aqui não estamos na fase de pensar no desfralde, mas vejo que a Liana as vezes segura até mesmo o xixi, porque ela sabe que irá ao banheiro e fará lá. Ela gosta do troninho, e eu acho isso incrível. A Elis não pode ver o troninho como uma coisa ruim, deve ser natural e simples. Espero que vocês consigam um desfralde tranquilo!
      Beijos

      Excluir
  6. Que coisa incrivel.
    Quando meu filho tinha uns 9 meses, minha mae falou de uma vizinha q fazia isso com o filho desde recem nascido. Eu achei q era mais falta do q fazer do q de bom senso, mas tb achava isso sobre o parto natural e sobre as fraldas de pano.
    E como eh bom abrir os olhos :)
    Nao garanto q irei tentar, mas quem sabe nao seja uma experiencia enriquecedora. Meu filho demorou pra desfraldar, entao acho q isso vai me ajudar inclusive.
    Obrigado pelas dicas

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Fernanda, tenho certeza que será uma experiência incrível se você fizer com seu bebê. Eu até queria escrever sobre a minha experiência com fraldas de pano, mas na verdade só uso no verão. Quando é muito frio aqui fica tão difícil, por ser difícil pra secar as fraldas e porque eu não tenho nenhuma ajuda pra cuidar da casa.
      Beijos!

      Excluir
  7. (nossa, tô tão atrasada na leitura dos "blogs amigos" que tô com vergonha! rs)

    Que legal ler você falando sobre isso! Já tinha visto na tv umas coisas sobre essa técnica, mas é bem melhor ver ela sendo aplicada "na vida real" (mesmo que virtual, né?! rs)

    Parabéns pra vcs pela paciência e conexão incríveis!!!

    Beijos

    ResponderExcluir

Leu? O que achou? Deixe aqui seu comentário, que logo eu respondo. Para ver a resposta não se esqueça de marcar o quadradinho Notifique-me, em baixo.